Juntamos tudo o que se sabe acerca do calendário dos portugueses no WorldTour: objetivos e corridas de preparação para conferir aqui.
Em 2025 são oito ciclistas portugueses no WorldTour, mais um do que na época passada, e o calendário de que cada um já se sabe em certa medida.
O arranque da época foi a todo o gás e Portugal já conta com duas vitórias UCI: António Morgado e Iúri Leitão picaram o ponto na alta roda do pelotão mundial.
Fica a conhecer, neste artigo, quais vão ser os próximos passos dos portugueses no ataque aos objetivos da época.
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Foto: UAE Emirates/Fizza
João Almeida
O ciclista de A dos Francos estreia-se na Volta à Comunidade Valenciana, depois aponta à vitória na Volta ao Algarve, regressa a Paris-Nice e País Basco, antes da estreia na Volta à Romandia. Na preparação para o Tour de France repete a presença na Volta à Suíça onde foi 2º e venceu duas etapas na época passada. Para o final do ano tem prevista a Vuelta a Espanha.
“Já não faço o Algarve há algum tempo e quero voltar às nossas corridas em Portugal: Algarve e Figueira. Dar o meu melhor e tentar sacar uma vitória para os portugueses acho que seria bastante bom.“
João Almeida ao TopCycling.
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Créditos: LaPresse
António Morgado
O ciclista de 21 anos começou em Valência, com algumas corridas de um dia. Depois esteve no Challenge de Mallorca e, agora, segue para Portugal, onde vai competir na Figueira Champions Classic e na Volta ao Algarve. O Bigode Voador não tem nenhuma Grande Volta prevista para 2025.
“Ainda não é este ano, acho que ainda não tou bem preparado para fazer uma grande volta. Tudo com calma. Em princípio irei fazer no próximo ano.“
António Morgado ao TopCycling
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Foto: TopCycling
Nélson Oliveira
O fiel escudeiro da Movistar arranca a época na Volta à Comunidade Valenciana, depois estreia-se na Figueira Champions Classic antes de correr o Gran Camiño – prova galega que parte da área metropolitana do Porto.
Seguem-se Strade Bianche, Tirreno-Adriático, País Basco e Romandia. Depois, o anadiense foca-se nos objetivos do líder, Enric Mas: Dauphiné e Tour de France devem ser os desafios que se seguem. Ao Topcycling falou sobre o percurso de Mas até ao Tour.
“Provavelmente irá preparar o Tour de forma diferente. O stress que se vive no Tour é diferente do que se vive na Vuelta. O mediatismo é diferente, provavelmente pode-o afetar ou não, não sei dizer. Tem mantido o rendimento, tem margem de melhora e poderá evoluir em alguns aspetos porque no ciclismo melhorar um por cento já é muito. No Tour já se sabe, entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard vai haver fogo de artifício por todo o lado, quando estão os dois é para ver quem faz 3.º mais ou menos.“
Nelson Oliveira ao TopCycling.
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Foto: Movistar | Abarca Sports
Rui Oliveira
O campeão olímpico começou a época no Tour Down Under com dois top 10. Regressou à Europa para se sagrar campeão nacional na pista, antes de correr a Volta ao Algarve.
Depois virão as clássicas do Norte, onde vai estar ao serviço de Tadej Pogacar, o melhor ciclista do mundo em 2024. Deverá estar presente em Harelbeke na E3, Gent-Wevelgem e Volta à Flanders. Por ter subido na hierarquia do sprint na UAE Emirates, Rui Oliveira não vai às Grandes Voltas.
“O meu principal objetivo é ganhar uma corrida na estrada. Em 2024 estive três ou quatro vezes pertinho, sei que sou capaz de ganhar uma corrida e é isso que falta para me assumir. É preciso oportunidades e este ano a equipa deu-me um calendário onde vou liderar as corridas ao sprint e vou tentar agarrar essa oportunidade.“
Rui Oliveira ao Topcycling.
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Créditos: Ed Sykes/SWpix.com
Ivo Oliveira
Ivo Oliveira também já arrancou a época, no Médio Oriente, no AlUla Tour. Prepara-se para estar ao lado de João Almeida na Volta à Comunidade Valenciana, antes da participação nos Europeus de pista, a meio de fevereiro.
Seguem-se Volta ao Algarve, Paris-Nice, Coppi Bartali, Giro dos Abruzzos, Romandia – onde o prólogo é objetivo – e Campeonatos Nacionais. O programa do gaiense pode sofrer alguns reajustes, mas não tem prevista qualquer Grande Volta.
“O Campeonato da Europa entramos sempre para ganhar. A nossa nação é a dupla campeã olímpica no Madison, entramos para ganhar, não podemos pedir outra coisa. Nas restantes vertentes temos oportunidade, os Europeus são corridas mais abertas do que Mundiais ou Taças das Nações. Vai ser interessante, é no início do ano, há muita gente que está a começar a treinar, outros já estão em forma. Tudo pode acontecer.”
Ivo Oliveira ao Topcycling.
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Afonso Eulálio
O corredor que deu o salto do pelotão nacional para o WorldTour já começou a época, no Tour Down Under. A primeira experiência terminou com um top 15 na classificação geral, onde foi o melhor da Bahrain.
Os próximos passos de Afonso Eulálio passam pela Volta ao Algarve, Strade Bianche, Tour dos Alpes e Giro, que marcará a estreia em provas de três semanas do herói da passada Volta a Portugal.
“Gosto muito do Giro e da Vuelta. O Tour de France, claro que gosto, mas é uma corrida que me mete um bocado de medo. Talvez no futuro a queira fazer.”
Afonso Eulálio ao Topcycling.
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Rúben Guerreiro
O Cowboy de Pegões Velhos chega à nova época com motivação renovada após um 2024 com muitos azares. A estreia está agendada para Figueira Champions Classic, depois fará Volta à Andaluzia, antes de participar no Gran Camiño, onde já subiu ao pódio final.
“Gosto do início de temporada e de climas quentes. De momento não delineamos o programa nem tenho Grandes Voltas no programa porque depende das indicações que der. Gostava de fazer uma corrida dura por etapas em fevereiro. Todos sabem que sou competitivo, talvez 2024 tenha sido um desafio e veremos quando essa motivação surge porque ainda estamos a começar. O ciclista vai ganhando confiança pouco a pouco para voltar a fazer coisas boas.”
Ruben Guerreiro ao Topcycling.
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Rui Costa
O decano entre os portugueses no WorldTour renovou pela EF Education-EasyPost e até já abriu a temporada em Maiorca.
No entanto, ao TopCycling o campeão do mundo de estrada adiantou que o objetivo em 2025 não é entrar logo forte, apenas entrar bem, somar quilómetros de competição e ir progredindo. Os objetivos no horizonte de Rui Costa estão mais adiante e passam pelo Giro de Itália.
A preparação será feita Figueira Champions Classic, Volta ao Algarve, Strade Bianche, Tirreno-Adriático e Volta à Catalunha.

Iúri Leitão
O duplo medalhado olímpico de Paris 2024 não faz parte do lote de portugueses no WorldTour, mas podia muito bem fazê-lo e por isso partilhamos aqui o calendário de Iúri Leitão.
A prova disso foi a forma como arrancou a temporada vencendo o tradicional Troféu Palma, no Challenge de Maiorca. A corrida que termina quase sempre ao sprint e que foi ganha por Greipel, Kittel, Degenkolb ou De Lie teve este ano um final surpreendente graças ao ataque supersónico de Iúri Leitão.
Após Maiorca, corre Comunidade Valenciana, vai aos Europeus de pista, faz a Clássica de Alméria e a Volta ao Algarve pela Caja Rural-Seguros RGA.

Foto: Joan Montserrat
Maria Martins
Estreou-se pela Canyon-SRAM no Tour Down Under e tem no programa GP Oetingen, Nokere Koerse, De Panne, Scheldeprijs e Paris-Roubaix, onde já fechou top 20.
Falámos com a ribatejana ainda antes da Canyon vencer com Chloe Dygert a etapa final da prova australiana.
“Apesar do Tour Down Under ser este ano um bocadinho mais exigente o objetivo como equipa passa por sair com bom ritmo de corrida, três semanas de bons treinos e bom ambiente fora da bike. O que mais ambicionamos é ter boas performances, mas sem grande pressão e sem ambicionar demasiados resultados para as primeiras corridas da época porque sabemos que a época é longa e queremos ganhar ritmo, meter quilómetros nas pernas. Principalmente para mim depois de estar tanto tempo fora da competição na estrada.”
Maria Martins ao TopCycling.
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