Fim de semana de Nacionais de pista no Velódromo Nacional de Sangalhos marcados por falta de informação e poucos atletas.
Se não fosse pelas redes sociais dos atletas nem saberíamos que durante dois dias decorreram os Nacionais de ciclismo de pista. Um comunicado aos média, já passada a hora de jantar de domingo, foi o tratamento que a FPC dispensou ao evento.
Falemos então dos Nacionais de pista “fantasma”, que aconteceram cinco meses após os pistards conquistarem duas medalhas olímpicas: a prata no omnium por Iúri Leitão e o ouro no madison pela dupla que o vianense fez com Rui Oliveira.
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Créditos: Ed Sykes/SWpix.com
Baixa participação faz soar os alarmes!
Dos campeões olímpicos só Rui Oliveira esteve no Velódromo Nacional de Sangalhos, recém-chegado da Austrália onde correu o Tour Down Under. O gaiense, que subiu na hierarquia do sprint da UAE Emirates, venceu corrida por pontos, eliminação e madison – onde fez dupla com João Matias (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), que ganhou o omnium.
No domingo o scratch foi ganho por César Martingil. Do lado feminino, Daniela Campos (Eneicat) ganhou tudo o que havia em jogo: scratch, corrida por pontos, eliminação e omnium.
A baixa participação faz soar os alarmes! Alinharam 11 elites masculinos e entre 5-7 femininas. Qualquer pelotão da categoria masters teve mais corredores. Portugal está a deixar de pedalar e dá-se ao luxo de perder atletas como Beatriz Pereira ou Vera Vilaça, atletas de seleção que correram Giro e Vuelta, mas penduraram a bicicleta antes dos 28 anos. O problema estende-se aos homens: Rodrigo Caixas, campeão da Europa sub-23, retirou-se aos 24 anos.

Dois atletas dominaram as corridas de juniores
Mesmo com sensação agridoce, a nota positiva dos Nacionais é a persistência de jovens que não desistem do sonho de serem ciclistas. Em sub-19, dois atletas dominaram as corridas de juniores.
Francisco Alves (ABTF Betão/Bairrada) sagrou-se campeão nacional em scratch e eliminação. O jovem de Cantanhede vinha de um hat-trick de vitórias na Taça de Portugal e só não fez o pleno nos Nacionais porque caiu na tentativa de dar a volta ao pelotão durante a corrida por pontos.
Aproveitou Dinis Martins (Landeiro/KTM/Matias&Araújo) para levar o título nacional à frente de João Almeida (Silva&Vinha/Adrap/Sentir Penafiel) e de José Paiva (Paredes/Reconco). Dinis Martins é júnior de segundo ano e conterrâneo de João Almeida e de António Morgado; os três cresceram na Caldas EcoSprint-E.leclerc.
Entre as raparigas só deu Emília Baía (Korpo Activo/Penacova), que venceu scratch, corrida por pontos e eliminação.