Rui Oliveira sobe na hierarquia da UAE Emirates – Entrevista

Rui Oliveira sobe na hierarquia da UAE Emirates – Entrevista

Nova época e maiores responsabilidades ao sprint para Rui Oliveira na UAE Emirates. O TopCycling com o campeão olímpico!

Num hotel de Benidorm, entre treinos e massagens, Rui Oliveira (UAE-Emirates) sentou-se com o TopCycling para meia hora de conversa.

Recordámos o glorioso Madison dos Jogos Olímpicos – que venceu com Iúri Leitão – e abordamos a grande novidade para 2025: a subida na hierarquia da UAE-Emirates.

Vídeo

No verão de 2024, Portugal saiu de Paris como uma autêntica potência olímpica no ciclismo de pista e Rui Oliveira foi um dos atores principais num guião ao estilo de Hollywood.

Como sou um romântico veio-me logo à mente “Casablanca”, clássico do cinema no qual Humphrey Bogart e Ingrid Bergman recordam o amor vivido em Paris com a nostalgia de quem antevê um futuro incerto.

Não se alimenta também o desporto do passado? Até Paris 2024 Portugal só tinha campeões olímpicos no atletismo, dado que Rui Oliveira e Iúri Leitão se encarregaram de modificar. Para os esquecidos, só os seguintes atletas conquistaram o ouro por Portugal em Jogos Olímpicos:

  • Carlos Lopes, (Maratona) – Los Angeles 1984
  • Rosa Mota, (Maratona) – Seul 1988
  • Fernanda Ribeiro, (10000 metros) – Atlanta 1996
  • Nélson Évora, (Triplo salto) – Pequim 2008
  • Pedro Pablo Pichardo, (Triplo salto) – Tóquio 2020
  • Iuri Leitão e Rui Oliveira, (Madison) – Paris 2024

“Vai ser uma memória para toda a vida. Não sabemos se vai voltar a acontecer, mas aconteceu, é real e é um feito tao grande que nunca vai sair das nossas memórias nem das memórias de muita gente. É isso que torna tudo mais especial.”

Rui Oliveira ao TopCycling.
Portugal, Itália e Dinamarca venceram as medalhas no Madison.
Créditos: Zac Williams/SWpix.com

O maior feito foi ter conhecido o Cristiano

Além do ouro olímpico, o estatuto de campeão trouxe alguns merecidos privilégios aos dois ciclistas.

Iuri Leitão e Rui Oliveira foram convidados de honra no Portugal-Escócia. Ao intervalo foram ao relvado para o aplauso do Estádio da Luz, mas o mais marcante aconteceu nos bastidores.

“O maior feito foi ter conhecido o Cristiano [Ronaldo], foi um momento único para mim e para o Iuri. Não era expectável que isso acontecesse naquele dia porque fomos convidados pelo Comité Olímpico, havia a possibilidade dele nos assinar uma camisola, mas disseram-nos que ia ser praticamente impossível estar com ele. Por vontade dele e por ter dado acesso à zona dos balneários conseguimos privar um bocadinho. Deu para ver que os jogadores e outras pessoas fora do ciclismo reconhecem que o feito foi enorme.”

Rui Oliveira ao TopCycling.

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A dupla Oliveira-Leitão em ação no velódromo de Paris.
Créditos: Ed Sykes/SWpix.com

Rui Oliveira ao serviço do fenómeno esloveno

O calendário de Rui Oliveira em 2025 apresenta algumas novidades importantes. Preparem-se para vê-lo sprintar mais vezes e com maior responsabilidade em corridas de uma semana.

A abertura será no Tour Down Under, regressa à Europa via Volta ao Algarve, à qual se segue o período de clássicas do Norte.

Aí será um dos tenentes de Tadej Pogacar, que regressa ao pavê após ganhar a Ronde em 2022. É garantido que entre Harelbeke, Gent e Volta à Flandres teremos Rui Oliveira ao serviço do fenómeno esloveno.

“O meu principal objetivo é ganhar uma corrida na estrada. Em 2024 estive três ou quatro vezes pertinho, sei que sou capaz de ganhar uma corrida e é isso que falta para me assumir. É preciso oportunidades e este ano a equipa deu-me um calendário onde vou liderar as corridas ao sprint e vou tentar agarrar essa oportunidade.”

Rui Oliveira ao TopCycling.
Créditos: Marco Alpozzi/Lapresse

Bypass às “grandes”

O bypass às “grandes” tem lógica, já que a equipa tem líderes que apontam à vitória nessas provas. Para um sprinter que se quer afirmar, as oportunidades são escassas nesse contexto orientado para a classificação geral.

Rui Oliveira recorda o Giro de Itália da passada temporada, onde trabalhou para a vitória final de Tadej Pogacar.

“Tínhamos o objetivo de ganhar com o Tadej, mas também ambições de ganhar com o Molano ao sprint. Pesa muito fazer os sprints e noutros dias trabalhar na frente, a sobrecarga é enorme. Este ano optamos por fazer mais corridas de uma semana e ter mais oportunidades nas chegadas rápidas. Algumas com o Molano onde vou estar 100 por cento para ele, mas quando não estiver com ele terei o meu lugar no sprint e é aí que me quero afirmar.”

Rui Oliveira ao TopCycling.

Se quiserem saber mais pormenores basta clicarem no vídeo e conferirem na íntegra a conversa com Rui Oliveira.

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