Retrospetiva fotográfica da 107ª edição do Giro e os números fortes da prova. Quem foram os atores secundários no show de Tadej Pogacar?
Já muito foi dito sobre a vitória de Tadej Pogacar no Giro de Itália, mas é importante guardar alguns registos para memória futura.
Em termos de dados estatísticos foi uma edição rica, sobretudo graças ao domínio do esloveno da UAE Emirates.
A nível fotográfico foi o espetáculo do costume na bela Itália. Há que agradecer o trabalho da agência LaPresse, cujas imagens são cedidas pela RCS.
Propomos uma retrospetiva fotográfica da 107ª edição do Giro.
O Giro mais rápido da história
Mantendo a tendência das principais provas do WorldTour em 2024 também em Itália se andou rápido.
Foi o Giro mais rápido da história com média de 41,870 km/h para 21 etapas. Esta passa a ser a quarta grande Volta mais rápida de sempre – recorde é da Vuelta de 2003 (42,55 km/h).
A nota dominante foi a superioridade de Tadej Pogacar que bateu Daniel Martinez por 9:56, a maior vantagem registada no novo milénio.
O efeito Pogacar
Mesmo contabilizando todas as edições do pós-II Guerra Mundial é difícil encontrar precedentes. Só houve diferenças maiores entre campeão e vice-campeão em 1954 (24:16 entre Clerici e Koblet), em 1949 (23:47 entre Coppi e Bartali), e em 1965 (11:26 entre Adorni e Zilioli).
O efeito Pogacar sentiu-se na adesão do público. Milhares de tifosi seguiram o pelotão, apesar do favoritismo e posterior domínio do ciclista da UAE Emirates.
Tadej Pogacar igualou Eddy Merckx
Ao lado do esloveno esteve Rui Oliveira, que se tornou o sexto português “campeão” em grandes Voltas.
É possível que domínio seja palavra recorrente, mas é inevitável. Com seis etapas ganhas, Tadej Pogacar igualou Eddy Merckx no Giro de 1973.
Neste milénio só o sprinter Alessandro Petacchi (nove vitórias em 2004) fez melhor do que Pogacar e dos corredores em atividade só Mark Cavendish tem mais triunfos em Giro, Tour e Vuelta (54 vs. 20).
O Caníbal tem sentimentos
A nível emocional houve dois momentos fortes no Giro. O primeiro teve como protagonistas Giulio Pellizzari e Tadej Pogacar.
O mais jovem corredor em prova foi 2º no Monte Pana e só o maglia rosa impediu que entrasse no top 10 dos mais jovens a ganhar no Giro com Coppi, Bartali e Saronni.
Pellizzari e Pogacar acabaram abraçados e com o líder a oferecer os óculos e a rosa ao italiano da Bardiani. Afinal, o Caníbal tem sentimentos.
O outro momento de fair play viveu-se na segunda semana, na chegada a Fano.
Julian Alaphilippe, o mais combativo do Giro, convidou Mirco Maestri para uma fuga de 125 km com remotas chances de êxito. Uma amizade improvável nasceu entre o bicampeão mundial e um corredor que nunca antes tinha feito top 10 em “grandes”.
Créditos: Marco Alpozzi/LaPresse
Empate técnico entre Milan e Merlier
Entre os velocistas houve sete oportunidades de vitória e três ganhadores.
Jonathan Milan levou a maglia ciclamino pelo segundo ano consecutivo. Tim Merlier respondeu chegando às 11 vitórias convertendo-se no melhor sprinter da primeira metade da época.
Podemos considerar que houve empate técnico entre Milan e Merlier, sem sabermos o que Olav Kooij –vencedor de etapa na estreia – poderia ter feito se não tivesse abandonado.
Dois murais da autoria do artista romano Lucamaleonte
Quem pensou que o Giro acabou após a 21ª etapa… pensou mal.
Os compromissos do campeão com o organizador prolongaram-se por vários dias em ações com patrocinadores.
Na cidade de Roma foram também pintados dois murais da autoria do artista romano Lucamaleonte em honra vitória de Tadej Pogacar.
Créditos: LaPresse