Volta à Flandres e Paris-Roubaix objetivos na primavera, mas Wout Van Aert também fará Giro e Tour à procura de vitórias.
A época de 2024 foi de altos e baixos para Wout Van Aert. Duas quedas graves atiraram o corredor de Hereentaals para o departamento médico durante meses.
E nem começou mal, impondo-se em Tavira, na Volta ao Algarve. Seguiu-se vitória na Kuurne-Bruxelas-Kuurne, num fim de semana de abertura de clássicas que a Visma dominou – um dia antes da Kuurne, Jan Tratnik venceu a Omloop Het Nieuwsblad.
Depois veio o acidente na Através da Flandres – um dos momentos do ano para o TopCycling – e um mês e meio de paragem. No Tour a paragem notou-se e os três pódios souberam a pouco, mas permitiram somar quilómetros e chegar ao bronze no contrarrelógio olímpico.
Aí já se viu Wout Van Aert pedalar a sério, mas foi na Vuelta que o espetáculo apareceu. Vitórias em Castelo Branco, Córdoba e Baionar lançaram-no para a vitória por pontos… até que a caminho de Lagos de Covadonga caiu e abandonou lesionado no joelho.
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Foco nas clássicas do Norte
Olhando para trás, a sensação não é positiva, mas podia ter sido pior.
No Media Day que a Visma | Lease a Bike organizou na Comunidade Valenciana, esta terça-feira, o belga confirmou já está com o foco nas clássicas do Norte.
Entretanto tem recuperado ritmo competitivo no ciclocrosse e até venceu duas provas importantes: Taça do Mundo em Dendermonde e Superprestige em Gullegem.
“Quero tentar ganhar a Volta à Flandres e a Paris-Roubaix (…) São os meus objetivos principais na primavera. A abordagem será mais ou menos a mesma que planeámos em 2024. Começamos com algumas corridas antes do fim de semana de abertura, depois estágio em altitude antes dos objetivos principais: Flandres e Roubaix.”
Wout Van Aert no Media Day da Visma.
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Foto: Charly Lopez
Dobradinha Giro-Tour
Em termos de grandes Voltas haverá dobradinha Giro-Tour. Após falhar a edição passada por lesão, em 2025 Van Aert deve estrear-se na prova italiana.
Olav Kooij – vencedor em Nápoles no ano passado no dia prévio a abandonar – também irá ao Giro, mas o belga quer sair de Itália com a tripla de etapas nas três “grandes” feita.
“Farei Giro e Tour, espero ganhar etapas nas duas provas. Vamos com equipas fortes para ambas, ao Tour com o Jonas [Vingegaard] que está ansioso por estar no seu melhor nível outra vez e lutar pela vitória. Sempre foi um prazer fazer parte da mentalidade vencedora dele. Não há muito tempo após as clássicas para preparar o Giro, vai ser um grande bloco com um pequeno período de treino pelo meio. Entre o Giro e o Tour há outro estágio em altitude planeado.”
Wout Van Aert no Media Day da Visma.

Foto: Charly Lopez
Van Aert pode ser importante para Simon Yates
Em Itália, a Visma também quer discutir a geral, na qual Wout Van Aert pode ser importante para Simon Yates.
Após uma vida ligada à estrutura GreenEDGE, o britânico escolheu a Visma para acertar contas com a prova onde venceu seis etapas e na qual fez 3.º em 2021.
“Quero terminar a carreira e não ter lamentos. Por isso é que fiz a mudança agora em vez de daqui a alguns anos (…) O meu grande objetivo do ano será o Giro, uma corrida na qual tenho muita história, boa e má. Com a mudança de equipa, a atenção aos detalhes e as pequenas percentagens em que espero estar a melhorar talvez consiga o melhor resultado. Qual? Não sei dizer agora.”
Simon Yates no Media Day da Visma.

Foto: Charly Lopez
Como Van Aert admite, será um ano atarefado, que arranca em Espanha, na clássica da gravilha Jaén Paraíso interior ao lado do campeão da Vuelta de 2023, Sepp Kuss.
Tudo isto após um período onde Wout Van Aert teve tempo para refletir. Que lição retirou de 2024?
“Foi na Vuelta ter regressado ao meu melhor nível mesmo depois de uma queda grave na primavera e do duro período posterior. Agora estou na mesma situação em que tenho que lutar novamente e o que senti na Vuelta dá-me confiança de que voltarei uma vez mais.”
Wout Van Aert no Media Day da Visma.
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