O Tour de Flandres é sempre mais do que apenas uma corrida, além de ser um dos monumentos do ciclismo, é a corrida que mais multidão e mediatismo move na Bélgica. Hoje entre Bruges e Oudenaarde os ciclistas tinham uma tirada de 268,9 km.

Com um pelotão de luxo à partida em Bruges, todas as atenções estavam voltadas para o reencontro entre Tadej Pogacar e Mathieu van der Poel, depois do Neerlandês ter levado a melhor na Milão-Sanremo (primeiro monumento da temporada). Van der Poel, em busca do seu quarto título; Pogacar, de regresso como campeão do mundo e vencedor em 2023.
À espreita estavam ainda Mads Pedersen, Filippo Ganna, Stefan Küng e Wout van Aert — todos com argumentos para se intrometer numa luta que se previa ser entre Mathieu van der Poel e Tadej Pogacar.
Os jogos começaram a 100 km. do fim
A 110 km do final, formou-se um grupo perigoso com Ganna, Küng, Trentin e Benoot. A diferença chegou a um minuto e meio, mas a UAE não deixou crescer.
No segundo Oude Kwaremont, Pogacar fez o primeiro grande teste: atacou com tudo e forçou Van Aert, Pedersen e Jorgenson a responderem. Van der Poel, mal colocado, teve de gastar mais energia para fechar. O pelotão ainda voltou a juntar-se, mas o aviso estava dado.
Na subida ao Koppenberg, o esloveno voltou a mexer — e desta vez foi a sério. Apenas Van der Poel conseguiu segui-lo. Pedersen ficou no limite, Van Aert e os restantes ficaram para trás. Os dois favoritos chegaram à frente da corrida, onde ainda resistiam Ganna, Küng e Ballerini, formando um grupo de treze unidades.
Ataques e mais ataques. Decisão final no Kwaremont
Como habitualmente neste tipo de corridas, esta transformou-se numa prova de eliminação. No Taaienberg, Pogacar voltou a apertar, Van der Poel respondeu, Pedersen também, mas Van Aert começava a ceder ligeiramente. O trio da Visma – Van Aert, Benoot e Jorgenson – teve de perseguir, conseguindo voltar antes da última subida dupla: Oude Kwaremont e Paterberg.
Foi então que Pogacar lançou o ataque decisivo. No Oude Kwaremont, acelerou de uma forma impressionante e desta vez nem Van der Poel conseguiu resistir, descupem-me a expressão, mas hoje Pogacar “partiu o motor” a Mathieu Van der Poel.
Foi o golpe final. Nos 17 km finais, mesmo com o Paterberg e o vento contra, o esloveno voou a solo até Oudenaarde.
Tadej Pogacar voltou a fazer história.
O campeão do mundo venceu pela segunda vez o Tour de Flandres, após uma corrida demolidora.
Foi a edição mais rápida de sempre da Ronde, com média de 44,99 km/h, mais uma demonstração de força bruta do esloveno, que somou o seu oitavo Monumento em onze pódios — números de quem já é o sexto ciclista com mais vitórias em Monumentos na história do ciclismo.

Mathieu van der Poel foi o último a ceder perante Pogacar. O neerlandês completou o pódio, atrás de um impressionante Mads Pedersen, e somou o seu sexto pódio consecutivo na Ronde.

Já Wout van Aert, no regresso ao seu melhor nível após as graves lesões sofridas em 2024, ficou fora do pódio mas mostrou que está de volta. Ainda não tem a explosão de outros tempos nas rampas mais duras, mas andou com os melhores até ao fim e confirmou que será um nome a ter em conta na Paris-Roubaix, dentro de uma semana.

Top 10 – Tour de Flandres 2025
Pos. | Ciclista | Equipa |
---|---|---|
1.º | Tadej Pogacar | UAE Emirates-XRG |
2.º | Mads Pedersen | Lidl-Trek |
3.º | Mathieu van der Poel | Alpecin-Deceuninck |
4.º | Wout van Aert | Visma |
5.º | Jasper Stuyven | Lidl-Trek |
6.º | Tiesj Benoot | Visma |
7.º | Stefan Küng | Groupama-FDJ |
8.º | Filippo Ganna | INEOS Grenadiers |
9.º | Iván García Cortina | Movistar Team |
10.º | Davide Ballerini | Soudal Quick-Step |