Campeã mundial e europeia levava 11 vitórias em 11 provas, mas a sequência parou em Gavere. Onde encaixamos Fem van Empel nos últimos 20 anos de ciclocrosse?
É tão forte que com apenas 21 anos já nos obriga a puxar dos livros de história e estatística do ciclocrosse. Fem van Empel está a fazer algo que nenhuma mulher conseguiu nos últimos 20 anos: ganhar todas as corridas em que participa!
Após mais um triunfo na Taça do Mundo durante o Kerstperiode – venceu o Exact Cross de Mol e os eventos da Taça do Mundo em Antuérpia e Gavere – a corredora da Visma Lease a Bike mantém-se imbatível mesmo optando por um calendário cirúrgico sem a pressão da classificação geral da Taça do Mundo.
O objetivo de Van Empel é o Campeonato do Mundo, em Tabor, em fevereiro. Em novembro já renovou o título europeu em Pontchateau. Depois virá a época de estrada na qual se tentará afirmar o nas Ardenas e em provas por etapas após um primeiro ano prometedor.
A transição da Pauwels Sauzen-Bingoal para a Visma Lease a Bike – e do ciclocrosse para a estrada – permitiu a Van Empel correr o Giro de Itália (11ª na geral e 2ª na Juventude) e mostrar na Volta a França do Futuro que é capaz de vencer nas montanhas Jura, juntar a classificação por pontos e ainda ser 6ª na edição de estreia da corrida sub-23.
Aspirar a atingir a barreira das 20 vitórias
Com janeiro e fevereiro pela frente há margem para que Fem van Empel possa aspirar a atingir a barreira das 20 vitórias esta temporada.
Após ter fechado 2021/2022 com 16 triunfos (sete na Taça do Mundo, cinco no Troféu X2O, Campeonato do Mundo e da Europa) e já tendo 11 na presente época é normal compará-la com os melhores anos anos de Lucinda Brand e de Sanne Cant.
Brand dominou entre 2020 e 2022 em duas épocas onde obteve 12 e 20 triunfos, respetivamente. Cant esteve no auge entre 2014 e 2018 conseguindo quatro temporadas nas quais nunca baixou das 19 vitórias – a melhor foi 2014/2015 com 23 provas ganhas.
Marianne Vos serve como referência
Nas bases de dados do ciclocrosse não encontramos nada parecido com estes números recuando até 1999. Nem no virar do milénio com a rivalidade entre Daphny van den Brand e Hanka Kupfernagel, nem posteriormente com a chegada de Marianne Vos, Katie Compton e Katherina Nash.
Neste período as vitórias foram-se repartindo entre as três, embora Vos tenha dominado em 2011/2012 com 17 vitórias e Compton igualado esse registo na época seguinte (embora os Mundiais tenham caído para Vos em ambas temporadas).
Marianne Vos serve como referência para Fem van Empel. A jovem sensação ainda está longe dos oito títulos mundiais e das 108 vitórias da Campeoníssima no ciclocrosse, mas tem uma boa professora já que são colegas de equipa.
Tudo se parece alinhar para que Fem van Empel tenha um futuro brilhante. O talento nascido em Sint Michielsgestel, na Brabante do Norte, perto da fronteira com a Bélgica, tomou uma excelente decisão ao trocar o futebol pelo ciclismo.