Do estágio no Mont Ventoux à Alpes Gresivaudan, Daniela Isidoro promove estreia de Portugal na clássica francesa.
Num panorama cinzento do ciclismo feminino português, Daniela Isidoro continua a dar passos importantes na Baloise Minimax WB Ladies.
A sub-23 de primeiro ano trabalha com firmeza no epicentro das decisões da modalidade: França e Benelux.
Aos 19 anos, a atleta de Palmela prepara-se para a clássica Alpes Gresivaudan, que este domingo (8) parte de Saint-Martin d’Uriage e chega a Le Collet.
É um teste nos Alpes franceses com 111,8 km de distância e 3350 m de desnível positivo acumulado. A meta está 1405 m de altitude, após uma subida de 11 km a 4 % de média e rampas de 14 %.
Em 2024 ganhou Marion Bunel, francesa que também saiu campeã da Volta a França do Futuro.
Na lista de partida temos Roland (WorldTour), várias ProTeam francesas – Arkea B&B Hotels, Cofidis, St. Michel-Preference-Auber 93 e Winspace Orange –, além de estruturas fortes como a italiana BePink-Imatra-Bongioanni ou a mexicana AR Monex, de onde saiu Isaac Del Toro.
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Estágio no Mont Ventoux
A equipa sediada de Daniela Isidoro tem raízes na Valónia, região francófona da Bélgica, e está ligada à Pro Team masculina Bingoal WB.
O projeto aspira a ser Continental e é dirigido por Ludivine Henrion, comentadora da RTBF (canal público da Valónia) e campeã belga duas vezes.
Para a clássica Alpes Gresivaudan a Baloise Minimax WB Ladies fez estágio no Mont Ventoux, onde a equipa tem alojamento para atletas e staff.
Daniela Isidoro vai trabalhar nos primeiros 40 km. Terminar a prova é um bónus, por ser a primeira vez que pedala num pelotão com tanto nível.
“É uma prova muito importante, aonde irei estar a trabalhar para a minha líder, Eleanor Wiseman, e rodeada por grandes atletas. Só o facto de estar rodeada de grandes atletas deixa-me muito feliz. Darei o meu melhor.”
Daniela Isidoro ao TopCycling.
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Construir uma reputação
Daniela Isidoro é caloira de Direito e em época de exames cada pedalada vale por duas.
Conciliar rendimento académico e desportivo é duro, mesmo para uma corredora promissora que ainda está a certa distância do WorldTour.
As profissionais trabalham nesta fase como o foco no Giro de Itália (6-13 de julho) e no Tour de France (26 de julho e 3 de agosto).
É uma época intensa de competições, aliás, este fim de semana correm-se as Voltas à Catalunha e à Grã-Bretanha, e a clássica de Antuérpia.
Provas UCI 1.1 – como a Alpes Gresivaudan – são montras onde as corredoras começam a construir uma reputação.
Basta ver as campeãs das três edições prévias: Marion Bunel (1ª em 2024) corre na Visma LAB e Evita Muzic (1ª em 2023/2022) na FDJ-Suez, duas das melhores equipas do mundo.
Graças a Daniela Isidoro, pela primeira vez uma portuguesa vai correr a clássica Alpes Gresivaudan.
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