Sofrer e acabar no Vamberg – o Europeu das portuguesas

Sofrer e acabar no Vamberg – o Europeu das portuguesas

O TopCycling faz o balanço da participação de Portugal nas provas femininas do Europeu de estrada. Sub-23 Daniela Campos foi a mais regular.

Balanço positivo para Portugal em Drenthe, no Campeonato da Europa realizado nesta província dos Países Baixos. De juniores a elites, as cinco atletas convocadas concluíram as respetivas provas.

Para a mais experiente da convocatória, a ribatejana Maria Martins, a época foi longa. Em 2023 o foco foi colocado no apuramento olímpico na pista para Paris 2024 – com o Europeu em fevereiro e o Mundial em agosto – e na adaptação ao WorldTour com a Fenix-Deceuninck.

Mentalmente a corredora chegou a Drenthe cansada e o percurso que incluiu seis subidas ao Vamberg não ajudou. Tata Martins é mulher de colocação e sprint, mas com menos dureza. Aguentou até à quarta passagem no Vamberg, mas não baixou os braços e acabou no 71º posto.

“Sabia que tinha de sofrer muito numa subida como esta, mas entreguei tudo o que tinha. A primeira subida fez-se em ritmo forte, mas as duas seguintes foram mais moderadas. Na quarta passagem surgiram os ataques”.

Maria Martins

A prova de elites foi ganha pela neerlandesa Mischa Bredewold com um ataque na volta final que trocou os planos às favoritas. A colega Lorena Wiebes defendia o título, mas foi apenas 2ª batendo a campeã mundial Lotte Kopecky.

Tata Martins foi 71ª em Drenthe. Em 2019, foi 4ª em sub-23 também nos Países Baixos, mas em Alkmaar (2019) num percurso menos duro.

Daniela Campos foi a melhor em Drenthe

Depois de três lesões sucessivas na clavícula Daniela Campos pode finalmente sorrir! A algarvia saiu do Campeonato da Europa com o 14º lugar na prova de fundo e o 16º no contrarrelógio.

A atitude de Daniela Campos é o reflexo do espírito do bloco liderado pelo selecionador José Luis Algarra.

“Estou bastante feliz com o resultado. Tendo em conta a época difícil que tive e os poucos dias de competição neste ano, acho que é muito bom. É um reflexo de todo o trabalho que tenho feito, apesar dos percalços, e mostra que tenho valor para estar no grupo da frente e, futuramente, discutir estas corridas.” 

Daniela Campos
Daniela Campos no final da prova com Delmino Pereira, presidente da FPC.

O posicionamento foi a chave dos Europeus de Drenthe. Estradas estreitas, subidas técnicas e mudanças de ritmo que favoreceram umas e prejudicaram outras.

Beatriz Pereira também alinhou na prova de sub-23 e chegou na 73ª posição. Depois de se estrear no Giro, a colega de Daniela Campos na Bizkaia-Durango cumpriu mais um passo no desenvolvimento como atleta.

“A parte inicial da corrida foi uma loucura, só cheirava a borracha. Houve muitas quedas e eu não estava propriamente bem colocada, cheguei a ficar fechada em algumas. Fui sempre ligeiramente mal colocada, subida a subida fui pagando a fatura. Descolei na terceira volta e depois esforcei-me para terminar a corrida. O primeiro objetivo – acabar – foi alcançado, agora é pensar em melhorar para o futuro.”

Beatriz Pereira

A neerlandesa Ilse Pluimers sagrou-se campeã batendo ao sprint a britânica Anna Shackley, enquanto a suíça Linda Zanetti fechou o pódio.

Marta Carvalho mostra caráter

Em juniores Portugal fez-se representar por duas atletas na prova de fundo, Marta Carvalho e Raquel Dias.

A corredora melhor posicionada foi Marta Carvalho (34ª), a melhor júnior da Volta a Portugal Feminina Cofidis.

“As sensações não foram as melhores. As pernas estavam um bocado cansadas, mas consegui acompanhar sempre o grupo da frente e estou muito feliz com este resultado. A principal dificuldade era a subida, onde as adversárias impõem um ritmo bom, mas nas descidas elas sabem que também podem fazer diferença e também arriscavam tudo. Este desempenho é motivador e para o ano vamos continuar a trabalhar para evoluir e obter bons resultados.”

Marta Carvalho

As duas juniores convocadas representam a Extremosul/Hotel Alísios/CA Terras do Arade. Raquel Dias só descolou à entrada para a volta final e acabou no 77º lugar. A belga Fleur Moors e a italiana Federica Venturelli destacaram-se e ficaram com ouro e prata; a francesa Léne Tabu levou o bronze.

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