Sepp Kuss foi homenageado em Durango, Colorado, pela vitória na Vuelta 2023. Em palavras à imprensa presente no evento de homenagem o ciclista abordou temas como a vitória na Vuelta, a saída de Primoz Roglic da Jumbo-Visma e ainda o seu papel no futuro na equipa.
Habitual “gregário” que ajuda os líderes da equipa a conseguir lutar pelas vitórias na classificação geral, Sepp Kuss acabou por ser ele mesmo a vencer a ultima edição da Vuelta a Espanha, “obrigando” os líderes (Jonas Vingegaard e Primoz Roglic) a trabalhar para ele.
Kuss admite que durante a Vuelta ficou claro que havia muitos “galos” para um poleiro (classificação geral) e confessa que foi o melhor para todos, Roglic ter saído para a Bora-Hansgrohe.
“Acho que é melhor para todos que o Primoz esteja noutra equipa. Agora ele pode ir para uma equipa onde recebe o apoio que merece e onde todos o apoiam.”
No entanto, Sepp Kuss realça o valor de Primoz Roglic enquanto pessoa e profissional.
“O Primoz trouxe a nossa equipa para onde ela está hoje, incentivou todos na equipa a darem o melhor de si e mostrou-nos que fazer bem não era suficiente. Aprendi muito com ele.”
O papel de Kuss no futuro
Falando sobre o desenrolar da ultima edição da Vuelta a Espanha, Sepp Kuss disse que as coisas aconteceram naturalmente, a sua mentalidade era a de apoiar os companheiros de equipa, mas para vencer é necessário outra mentalidade.
“Fiquei orgulhoso da forma como lidei com a situação, mas também percebi que muitos dos vencedores têm uma mentalidade diferente da minha e tenho que encontrar esse equilíbrio sem perder quem sou como pessoa.”
De qualquer forma Sepp Kuss agora provou que consegue ser consistente em três semanas, venceu uma grande volta (depois de ter feito outras duas antes, no mesmo ano) e tem características para lutar por uma classificação geral, pelo que a questão que muitos colocam agora é como será papel de Kuss no futuro, poderá haver uma co-liderança com Jonas Vingegaard no próximo Tour de France?
“Vamos ver qual é o percurso do Tour. Talvez seja algo que eu possa fazer, mas acho que a Vuelta é mais adequada para mim, mas, por que não?”
Com a saída de Primoz Roglic e Sepp Kuss como vencedor de uma grande volta será curioso ver como vai a Jumbo-Visma gerir as lideranças para as três grandes voltas em 2024.
Para o Tour de France será Jonas Vingegaard a liderar, mas sabe-se que atualmente as equipas necessitam um plano B, pelo que será natural ter Sepp Kuss ao lado de Vingegaard.
No Giro de Itália isto deixa, eventualmente, espaço para ciclistas que já tiveram maior protagonismo no passado da equipa possam liderar, como Steven Kruijswijk que apesar dos 36 anos de idade costuma ser regular em grandes voltas, tendo um pódio no Tour de 2019 e um 4.º posto no Giro em 2016, ano no qual esteve perto da vitória ( à etapa 18 do Giro 2016 o holandês tinha uma vantagem de 3 minutos sobre o segundo classificado, mas uma queda nessa etapa acabou com as aspirações de Kruijswijk).
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