Foram sete os ciclistas a representar Portugal no World Tour em 2024, maior escalão do pelotão internacional. Para a história ficam sete vitórias para as cores nacionais durante o ano.
Almeida e Morgado são destaques
João Almeida e António Morgado são dois dos líderes da geração portuguesa de ciclistas no World Tour. Os dois ciclistas da UAE Emirates partilham, entre si, seis das sete vitórias nacionais em 2024.
João Almeida
Teve uma época de afirmação dentro da estrutura dos Emirados. Venceu por três vezes, todas elas de nível World Tour (contrarrelógio por equipas no Paris-Nice e duas etapas na Volta à Suíça). Foi segundo na classificação geral do Tour da Suíça – perdeu apenas para o seu companheiro Adam Yates.
O grande momento da época foi o quarto lugar no Tour de França, melhor classificação portuguesa de sempre na maior corrida do mundo. A Vuelta a Espanha fica marcada ‘por o que poderia ter sido’ – o português foi obrigado a abandonar por doença quando parecia estar em grande forma.
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António Morgado
‘O bigode voador’ correu o seu primeiro ano no escalão World Tour. Conseguiu três vitórias na época (contrarrelógio nos campeonatos nacionais, etapa na Vuelta Asturias Julio Alvarez Mendo e Giro della Romagna).
Venceu ainda a camisola da juventude na Volta ao Algarve, e terminou em 5º na Volta a Flanders, melhor classificação portuguesa de sempre na corrida.
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Portugal em Crescendo
Apesar dos restantes ciclistas portugueses não terem ganho tanto, ajudaram a marcar um ano de consolidação de Portugal no pelotão internacional com vários resultados positivos.
- Nelson Oliveira: O português, um dos mais experientes de todo o pelotão, voltou a ser essencial para a Movistar. Correu e terminou seis corridas World Tour por etapas, incluindo Tour de France e Vuelta a Espanha. Terminou em sétimo no contrarrelógio olímpico.
- Rui Oliveira: outro português na UAE Emirates, somou uma série de resultados positivos. Foi por quatro vezes segundo em etapas, e terceiro por uma vez. Nos seus últimos 15 dias de corrida, fechou top 10 por sete vezes. Venceu a medalha de ouro olímpica no Madison, um dos momentos altos da época para o ciclismo português.
- Rúben Guerreiro: uma época difícil para o cowboy. Não correu entre março e julho devido a lesão. Mesmo assim fez top 10 por três vezes em etapas e por duas vezes em corridas de um dia.
- Rui Costa: apesar da vitória no campeonato nacional de estrada, também não foi uma época fácil para o campeão do mundo de 2013. Não correu entre fevereiro e junho devido a queda no Algarve, e voltou a cair na Vuelta. Mesmo assim conseguiu um top 10 em etapas, e dois top 10 em clássicas.
- Ivo Oliveira: uma época sólida para o irmão Oliveira, apesar de não ter conseguido picar o ponto. Fez seis vezes top 10 em etapas, e três vezes top 10 em clássicas.
Leitão é um nome inevitável
Iuri Leitão não corre no World Tour – foi o único português a correr no escalão ProTeam em 2024 – mas merece todo o destaque que lhe possamos dar.
Na estrada venceu por três vezes: etapas na Volta ao Alentejo, no Grande Prêmio Internacional Beiras e Serra da Estrela e no International Tour of Hellas.
Mas foi na pista que elevou o nome de Portugal aos mais altos patamares do ciclismo: Iuri Leitão juntou ao seu título de campeão europeu no Scracth o título olímpico no Madison, e a prata olímpica no Omnium.
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O que está para vir
Não é esperado que Portugal perca ciclistas no World Tour em 2025. Todos os sete, com a exceção de Rui Costa, têm contrato assegurado para a próxima época – e o lógico é que o mesmo suceda com Rui Costa eventualmente.
Pelo contrário, Portugal deverá crescer no Wolrd Tour em 2025. Com a chegada de Afonso Eulálio – ciclista português que brilhou na Volta a Portugal – as cores nacionais devem passar a ser representadas por oito ciclistas World Tour no próximo ano.
Portugal terminou o ano na 18ª posição no ranking da UCI (soma dos oito ciclistas com mais pontos UCI por país). Pode ambicionar voltar a subir algumas posição em 2025, num ranking em que tinha sido a décima segunda melhor nação em 2023.
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Créditos da foto de destaque: Unipublic/Naike Ereñozaga