Análise às etapas-chave que decidirão o Tour de France. Contrarrelógio de 3ª feira ditará a estratégia de Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar.
Vem aí um final incrível do Tour de France! Há três etapas para mexer com a classificação geral, dois dias de transição para especular entre fuga ou sprint e a passeata até Paris.
Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) e Tadej Pogacar (UAE Emirates) têm mais de cinco minutos de vantagem sobre o 3º classificado, Carlos Rodriguez (Ineos Grenadiers). É quase certo que pelo terceiro ano consecutivo vão terminar no 1º ou no 2º lugar – nunca em 109 edições do Tour de France os mesmos dois ciclistas fecharam nos dois primeiros lugares em três anos seguidos!
Tiramos os chapéus pelo espetáculo oferecido até agora. Na segunda semana foram quebrados recordes de ascensão ao Grand Colombier e a Saint Gervais Mont Blanc. Em Joux Plane fizeram 10km ao ritmo de Marco Pantani e só não caiu o recorde pelo jogo tático e o incidente com as motas.
A cobiça pelo 3º posto também é grande. Há 1:17 a separar Rodriguez, Adam Yates (UAE Emirates) e Jai Hindley (Bora-hansgrohe).
Uma nota aqui entre nós. Não arrisco um prognóstico para o vencedor final, mas já tinha escrito no Guia do Tour de France que Carlitos Rodriguez é o meu outsider para o pódio.
Contrarrelógio ditará a estratégia
Na terça-feira regressa a ação com o contrarrelógio individual de 22km entre Passy e Combloux. Inclui subida ao Côte de Domancy – foi aqui que Bernard Hinault se consagrou campeão mundial em 1980.
O exigente Hinault deve estar entretido pela forma de correr de Vingegaard e de Pogacar. Mesmo atacando-se sem piedade partem para a terceira semana separados por nove segundos.
O contrarrelógio ditará a estratégia para os outros dias chave e precede a etapa rainha na quarta-feira: 165,7km alpinos com 5400m de desnivel positivo acumulado e um final monstruoso com 28km de subida ao Col de la Loze (a 2300m de altitude).
Seguem-se duas etapas de transição até o Tour de France entrar na Alsácia, junto à fronteira com a Alemanha. Sábado promete ser supersónico: 3400m de acumulado em apenas 133km e duas montanhas de 1ª categoria para fechar a geral (Petit Ballon e Platzerwasel).
Voilà! No dia a seguir champanhe em Paris para os vencedores e uma valente dor de pernas para os vencidos. Está em jogo o tri de Pogacar ou o bis de Vingegaard, mas após 15 rounds não sabemos quem é Rocky Balboa e quem é Apollo Creed.
O que sabemos é que entre ambos há respeito, certo receio e nenhum vai abdicar de tentar levar o outro à lona. Afinal, melhor do que uma decisão por pontos é vencer por KO!
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