Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard geram audiências recorde do Tour de France. Milhões seguem os corredores nascidos nas profundezas de Dinamarca e Eslovénia.
Há que esperar pelos números finais de mercados estratégicos, mas a primeira semana do Tour em França foi a melhor desde 2006 com média de 3,7 milhões de espetadores no canal aberto France 2.
O regresso a Puy de Dôme, 35 anos depois, foi o auge com um pico máximo de 8 milhões de espetadores no final da etapa!
Atualmente na segunda semana de competição, o Tour de France fez a aproximação aos Alpes, via maciço das Jura, com a chegada ao Grand Colombier. A expetativa de mais um mano a mano entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar colou à televisão francesa 5,2 milhões de espetadores em média e o momento do triunfo de Michal Kwiatkowski foi seguido por 7,6 milhões de aficionados.
São dados espetaculares tendo em conta que os franceses não têm um candidato à vitória final e que os protagonistas são de países com pouca expressão em termos de audiências: Dinamarca e Eslovénia somam 7,7 milhões de habitantes em conjunto.
O que é o Tour?
No britânico The Times o jornalista David Walsh abriu a crónica da 14ª etapa descrevendo o que viu em Culoz. Dez mil pessoas nas ruas de uma localidade onde residem três mil habitantes. O motivo? Foi desde Culoz que o pelotão subiu ao Grand Colombier.
Se algum dia vos perguntarem o que é o Tour respondam que é um evento capaz de triplicar a população de uma aldeia e levar vida e alegria à França profunda.
O curioso é que os vencedores das últimas três edições vêm de meios rurais. Vingegaard vive em Hillerslev, na Jutlândia do Norte, o território mais a norte da Dinamarca. Pogacar nasceu em Komenda, na base dos Alpes Kamnik, a norte da Eslovénia. Nenhum tem mais do que 1000 vizinhos.
Se Vingegaard cresceu rodeado de um silêncio apenas perturbado pelas turbinas eólicas do Osterild Test Center, Pogacar encontrou nos prados verdes de Velika Planina pouco mais do que a ocasional igreja, vacas e aldeias de pastores.
São estes dois jovens que monopolizam a atenção de milhões de espetadores em todo o mundo. Em concreto da França que há 38 anos procura sucessor para Bernard Hinault – também ele criado na rústica Bretanha. Enquanto a seca durar, os franceses (e o resto do mundo) desfrutam com um ciclismo de estilo romântico que parecia perdido nos anos 80.
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