O que disse João Almeida após a vitória na Volta à Romandia? Sente-se candidato a uma grande Volta? Rescaldo de uma semana magnífica na Suíça.
João Almeida juntou a Volta à Romandia à Volta ao País Basco, engrandecendo um palmarés que não para de crescer em termos de corridas icónicas de uma semana. Se a esta lista juntarmos Paris-Nice, Tirreno-Adriático, Catalunha, Dauphiné e Suíça temos as sete magníficas do calendário.
Até ao final de 2024, Portugal só tinha vencido a Volta à Suíça – Rui Costa fê-lo três vezes. À mesma data, João Almeida tinha vários pódios – Tirreno-Adriático, Catalunha e Suíça – mas em três semanas venceu provas consecutivas no WorldTour.
O que parece fácil é, na realidade, um feito raro. Precedentes no top 3 só Rui Costa no Paris-Nice e na Romandia, Acácio da Silva no Tirreno-Adriático e no Dauphiné, Joaquim Agostinho no Dauphiné e no País Basco.
Sobre o enquadramento histórico, João Almeida reconheceu ser “importante e especial, afinal é história, mas faço as corridas para mim, para a equipa, pelo meu trabalho duro e esforço. É sempre bom fazer história pelo país e ser o primeiro, mas que venham mais.”
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Vitória à Almeida
As palavras do ciclista de A dos Francos foram captadas na conferência de imprensa após o triunfo na Romandia e transmitidas nas redes sociais. Em espanhol e inglês o campeão respondeu às poucas perguntas que lhe lançaram.
Já não há enviados-especiais, escasseiam os jornalistas correspondentes, logo, não há quem aproxime os atletas nacionais dos portugueses. Sendo realista, qualquer dia nem há jornalismo, dadas as condições precárias do setor e o desinteresse pelos desportos minoritários.
Desde este cantinho da blogosfera falámos com o ciclista antes e depois da prova. João Almeida contou-nos que se vê no pódio do Tour ou da Vuelta, que depois de umas curtas férias vai estagiar em Serra Nevada e que por agora não tem programados reconhecimentos para o Tour.
Sobre se a Romandia representa uma maior confiança em ganhar uma “grande” e a gestão feita ao longo da semana, pegamos nas palavras partilhadas pela organização da prova.
“Já antes desta vitória achava que podia ganhar. Claro que mais vitórias significam maior confiança e que estou melhor. O trabalho é o mesmo, só temos que continuar e espero que um dia chegue. (…)
O contrarrelógio esteve a semana toda na minha cabeça, era um dos momentos-chave da semana. Estou contente e agradecido à equipa pela grande semana, merecíamos isto.”
João Almeida
Ataque ao Tour ao lado de Tadej Pogacar
A natural curiosidade dos jornalistas estrangeiros pelo ruidoso apoio recebido por parte da comunidade portuguesa radicada na Suíça foi tema.
Também perguntaram ao corredor da UAE Emirates pelo significado da conquista. “Quando ganhas são todas bonitas, cada uma tem significado especial”, ressalvando que as sensações no País Basco foram ainda melhores.
Após cinco triunfos esta época, segue-se um período de férias, seguido por estágio em altitude em Serra Nevada e o regresso à competição na Volta à Suíça, onde foi 2.º em 2024 atrás do colega Adam Yates.
Depois o ataque ao Tour, ao lado de Tadej Pogacar, com a missão de defender o título do esloveno e o 4.º posto do português.
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Foto: Massimo Fulgenzi/Sprint Cycling Agency