Giro – Tadej Pogacar não é Rocky Marciano

Giro – Tadej Pogacar não é Rocky Marciano

De Bocca della Selva a Livigno, sem esquecer o crono. Vai Tadej Pogacar mostrar que é o Caníbal na segunda semana do Giro?

O Giro de Itália entra na segunda semana com uma certeza: a RCS apostou tudo em trazer o esloveno e ganhou porque tem sido um espetáculo vê-lo dominar.

O percurso é menos duro que o habitual e o cheque à ordem de Tadej Pogacar – do qual todos falam e ninguém conhece o valor – valeu cada cêntimo!

Pogi soma três etapas e são já 17 as que venceu em grandes Voltas. Foram vitórias simbólicas: nas duas etapas montanhosas e no contrarrelógio.

É líder em todos os sentidos da palavra. Na corrida comanda com mão de ferro. Na UAE-Emirates faz os colegas acreditarem que caminha sobre a água e transformou um grupo de soldados numa unidade de elite.

E o resto do Giro de Itália? Ao sprint tudo equilibrado com triunfos de Tim Merlier, Jonathan Milan e Olav Kooij. Os especuladores pescaram vitórias por Jhonatan Narvaéz, Benjamin Thomas e Pelayo Sánchez.

Créditos: Massimo Paolone/Lapresse

Tadej Pogacar não é Rocky Marciano

A segunda semana abre nos Abruzzos com o exigente final em Bocca della Selva. A região está cheia de memórias recentes para o ciclismo português.

Roccaraso fica a 90km em direção a Norte e foi lá que Rúben Guerreiro venceu em 2020. Ao km 99 passam em Guardia Sanframondi onde Nélson Oliveira esteve na fuga que vingou em 2021 (ganhou Victor Lafay nesse dia).

A 10ª etapa é a oportunidade para o KO na geral. Um KO à Rocky Marciano, boxeador com origens em San Bartolomeo in Galdo.

Daí é natural Pasqualina, matriarca dos Marciano, que da província de Benevento emigrou para a América como outros dois milhões de italianos entre 1900 e 1914.

É o habitual reencontro do Giro com a história de um país dividido. Do Mezzogiorno à Sicília a realidade rural contrasta com o frenético ritmo das regiões industrializadas a norte de Roma.

Tadej Pogacar não é Rocky Marciano. O americano terminou a carreira invicto, enquanto o esloveno tem que demonstrar que recuperou após ir à lona nos últimos dois Tour de France.

Créditos: Lapresse

A edição mais dura da história

A 11ª etapa tem outra história curiosa. À passagem por Fossacesia recordaremos o sprinter Sandro Fantini, maglia rosa durante 10 dias em 1956.

É considerada a edição mais dura da história – lembrem-se da subida ao Monte Bondone no meio de uma nevada épica. Espera-se um sprint no passeio marítimo de Francavilla a Mare, onde o pelotão entrará pela via Gino Bartali!

História no Monte Bondone: recorda a vitória de João Almeida foto a foto

Créditos: Massimo Paolone/Lapresse

O Caníbal do ciclismo moderno

Há muitas oportunidades para os poucos sprinters ainda em prova. À 14ª etapa surge um contrarrelógio à medida da grande estrela italiana do momento: 31,2km planos para Filippo Ganna arrasar a concorrência.

A semana termina nos Alpes. Aos 1850 m está a estância de Livigno, meca do BTT e segunda residência de muitos pros do pelotão de estrada que aí se prepararam em altitude.

Livigno era o local fetiche de Annemiek van Vleuten antes das grandes corridas. A zona é conhecida como Piccolo Tibet e o novo Bike Park Mottolino é o paraíso de cicloturistas e “pros”.

São curiosas as voltas da vida. A estreia do Giro em Livigno foi em 1972 numa edição dominada por Eddy Merckx; 52 anos depois Tadej Pogacar tem nos Alpes a possibilidade de demonstrar que é o Caníbal do ciclismo moderno.  

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