Giro – Nas Dolomitas à procura da zona-G

Giro – Nas Dolomitas à procura da zona-G

O Giro de Itália tem sido um puzzle quase tão complexo como a anatomia sexual feminina. Haverá clímax em Tre Cime di Lavaredo?

“Ti amo” é um espaço de amor à cultura italiana e ao Giro. É também uma música de Umberto Tozzi. Proponho 21 histórias para 21 etapas.

Com 5100m de desnível positivo acumulado e três passos montanhosos acima dos 2000m de altitude, a 19ª etapa do Giro de Itália é, para muitos, o dia mais duro da prova.

O pelotão parte de Longarone como forma de recordar as vítimas das inundações de 1963 quando o Lago Vajont arrasou a cidade. Morreram 1910 pessoas. A igreja de Santa Maria Immacolata e um memorial recordam os que pereceram.

É a nota histórica (e triste) de uma etapa que poderá ajudar a perceber que Giro é este onde João Almeida (em Val di Zoldo) e Primoz Roglic (no Monte Bondone) já tiveram dias menos bons. Só Geraint Thomas se manteve consistente nas jornadas mais duras, mas não está livre de passar por algo parecido na chegada a Tre Cime di Lavaredo.

O tradicional Tappone Dolomitico do Giro reserva três contagens de 1ª categoria.
Créditos: RCS

Continuamos nas Dolomitas e passamos do Vale dos gelatieri para um dos picos mais espetaculares das montanhas pálidas (monti pallidi era a anterior denominação deste conjunto de 26 cordilheiras montanhosas que formam as Dolomitas).

Tre Cime di Lavaredo não é o pico mais alto; a honra pertence à Marmolada (3343m) onde Jai Hindley rebentou com Richard Carapaz para decidir o passado Giro.

Giro tem sido um puzzle

Falemos de coisas sérias: será Tre Cime di Lavaredo a zona-G do Giro?

Contrariamente à perceção geral, a expressão ponto-G não é a mais correta para nos referirmos à zona erógena da anatomia sexual feminina que, quando devidamente estimulada, pode conduzir a uma sensação de extremo prazer. É pelo menos o que defende o editorial publicado no reputado Sexual Medicine Reviews Journal.

Os tifosi portugueses deram espetáculo no apoio a todos os ciclistas em Val di Zoldo!
Créditos: LaPresse

A pressão está em Roglic e em Almeida

A zona-G é complexa. Também o Giro tem sido um puzzle.

“G” no ciclismo significa Geraint Thomas, assim conhecido pelos conterrâneos. Já quanto à anatomia sexual feminina “G” designa Ernst Gräfenberg, ginecologista alemão associado à descoberta do/a ponto/zona-G.

Pressuponho que aqui somos todos crescidos e portanto podemos falar de forma aberta. O orgasmo deste Giro ainda está por chegar e só há duas oportunidades: Tre Cime di Lavaredo ou Monte Lussari, etapa rainha e cronoescalada.

A pressão está em Roglic e em Almeida, pelo que o conservador “G” só tem que manter a fiabilidade durante mais dois dias para poder juntar o Giro de Itália ao Tour de France que venceu em 2018.

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