Na 6ª etapa o Giro de Itália junta-se à festa do campeão Napoli. No ciclismo só um italiano do Sul ganhou o Giro, sabem quem?
“Ti amo” é um espaço de amor à cultura italiana e ao Giro. É também uma música de Umberto Tozzi. Proponho 21 histórias para 21 etapas.
Na 5ª etapa o Giro de Itália visitou Salerno e Kaden Groves juntou o nome à lista de notáveis – como Binda, Coppi, Bartali, Poblet, Altig, Merckx, Argentin – que ganharam na cidade que serve como porta da costa Amalfi.
A corrida mantém-se no Sul e é aqui que mora o novo campeão da Serie A, a Società Sportiva Calcio Napoli. Em Itália futebol é calcio e é no Norte que estão os habituais campeões. Em Itália título é scudetto e só com Maradona é que o Napoli tinha ganho antes (em 1987 e 1990).
Nem só de títulos vive o Homem e o que converteu Maradona em Deus dos napolitanos foram as tomadas de posição face aos rivais do Norte. “Joguei sete anos em Nápoles e também sofri os cânticos racistas de alguns adeptos. Ainda me lembro das bandeiras que diziam ‘Bem-vindos a Itália‘”, comentou em 2018 quando o senegalês Kalidou Koulibaly ouviu cânticos racistas de adeptos do Inter.
Também na biografia “Yo, el Diego”, Maradona recordou o Mundial de Itália (1990) e o ambiente à volta da meia-final entre Argentina e Itália.
“Contra a Itália não era mais uma meia-final, era a Itália e em Nápoles! Quando cheguei perante os jornalistas, feliz, disse aquilo que nunca me perdoariam, mas que era verdade: “Não gosto que agora todos peçam aos napolitanos que sejam italianos e que apoiem a seleção… Nápoles foi marginada pelo resto da Itália. Condenaram-na ao racismo mais injusto.”
No ciclismo só um campeão nasceu no Sul
Passear pela cidade nestes dias é respirar azul celeste. O Quartieri Spagnoli, no centro histórico, está decorado desde há semanas. Tudo pelo futebol já que no ciclismo só um campeão nasceu no Sul: Vincenzo Nibali.
Foi Carlo Franceschi que descobriu o craque e foi ele que o recebeu em casa durante seis anos – desde juniores até à terceira época de profissional. O homem Vincenzo é siciliano de Messina, mas o ciclista Nibali fez-se em Mastromarco (Toscana).
A vitória de Nibali no Giro de 2013 foi a primeira de um italiano do Sul na maior corrida da nação e só mesmo o Tubarão repetiu a dose em 2016.
No Giro deste ano dificilmente Vincenzo Nibali encontrará sucessor, mas Domenico Pozzovivo e Damiano Caruso são os mais bem posicionados para defender a honra do ciclismo do Sul de Itália.
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