Tem 20 anos e venceu a Volta a França do Futuro, mas Isaac Del Toro só precisou de dois dias para ganhar aos “pros”. O que sabemos sobre ciclismo no México?
O pelotão é fértil em talentos e em apelidos. Se a Bélgica tem o “Touro” De Lie, no inesperado México nasceu Isaac Del Toro, nova sensação da UAE Emirates.
“El Torito” revirou os olhos a muitos diretores desportivos em sub-23, mas na estreia em elites mostrou instinto matador epara ganhar a 2ª etapa do Tour Down Under, disputada entre Norwood e Lobethal, nos arredores de Adelaide.
Foi um dia com relativa dureza – 141 km e 3000 m de acumulado – que teve o clímax em Fox Creek, colina com 1600 m e 8,8 % de pendente média situada a 8 km da meta. Aí houve vários ataques que o pelotão foi anulando até à movimentação oportunista de Isaac Del Toro, que substitui Sam Welsford como líder da geral individual.
Rúben Guerreiro foi 7º e António Morgado 18º o que permitiu a ambos subirem para o top 20 da classificação.
“É demasiado para mim. Sonhei em ganhar uma etapa e já estou aqui há um tempo (em Adelaide) e tento sempre fazer o melhor, mas a sensação é incrível. Para ser honesto o último quilómetro pareciam cinco, tentei finalizar e desfrutar. A corrida já foi um sucesso, o que vier a seguir é bónus.”
Isaac del Toro
“El Duende de Monterrey” tem sucessor
Ainda é cedo, mas não aparecia um talento mexicano tão prometedor desde Raúl Alcalá, aliás, o triunfo de Isaac Del Toro na Austrália é o primeiro de um mexicano na elite do ciclismo em 22 anos. O último foi de Julio Alberto Pérez, que ganhou duas etapas e a classificação da montanha no Giro de 2002.
Nenhum ciclista mexeu com o México como Raúl Alcalá, ícone desportivo nacional capaz de converter a Volta ao México num evento com 15 etapas com referências da época como Gianni Bugno, Laurent Fignon e Lance Armstrong.
No Tour venceu duas vezes ao serviço da 7 Eleven, além de ter feito três top 10 na geral e ganho a Juventude. “El Duende de Monterrey” tem sucessor.
Além da Volta ao México, a Volta ao estado de Chihuahua, situado na fronteira com os Estados Unidos, também teve certa relevância. Com um percurso marcado pela altitude média de 2000 m e etapas na serra de Taraomara, a corrida de uma semana viu Rui Costa ser 3º na última edição, em 2009.
Também as equipas portuguesas puderam correr o evento, por exemplo, Madeinox-Boavista, em 2009, Fercase – Rota dos Móveis e SL Benfica, em 2008.