Afonso Eulálio: “Na última semana do Giro vou ter oportunidades”

Afonso Eulálio: “Na última semana do Giro vou ter oportunidades”

Giro na semana decisiva e Afonso Eulálio com pernas para discutir uma etapa. Sábado foi o MVP da Bahrain na crise de Antonio Tiberi.

A segunda semana do Giro de Itália foi uma sequência de trambolhões e incidentes de corrida para a Bahrain de Afonso Eulálio.

O líder, Antonio Tiberi, saiu do contrarrelógio de Pisa no 3.º lugar a 1:01 de Isaac Del Toro e foi para o terceiro dia de descanso 7.º a 3:02.

Domingo sofreu no Muro di Ca’ del Poggio, chegando a estar a 1:00 do grupo do camisola rosa antes do bloco salvar o dia. Pior foi sábado: uma queda a 23 km da meta fez o italiano perder 2:00 para os rivais.

É durante as crises que emergem os valentes e Afonso Eulálio fez algo que deixou quem viu de boca aberta. Após cair no circuito de Nova Gorica (Eslovénia), o português teve que trocar de bicicleta, só que as estradas estreitas fizeram demorar a chegada da segunda viatura da Bahrain.

Aí ativou o modo contrarrelógio e foi em esforço máximo até reentrar. Mal voltou ao grupo pôs-se ao serviço de Tiberi.

“Estive cinco minutos sempre a perseguir e assim que cheguei continuei o esforço para chegar à frente. Se ficasse atrás arriscava ficar cortado e não fazer nada, portanto fiz o esforço para me colocar. Depois deu-se a queda e eu tive que parar para ajudar o Tiberi, por isso continuei a puxar. Acabou por ser quase um esforço de hora e meia.”

Afonso Eulálio ao TopCycling.

O que as câmaras não mostraram o TopCycling traduz em números: esta hora e meia full gas do estreante no WorldTour foi feita a 350 watts de média, esforço equivalente a uma subida longa.

“Está nos meus melhores números. No domingo também foi um dia chato porque o Tiberi não estava bem colocado, eu ia com o Caruso na frente e tive que parar no Monte Grappa para o ajudar. Fiz o meu melhor esforço de cinco minutos. Já me deve uma bem grande o Tiberi. (risos)”

Afonso Eulálio ao TopCycling.
Antonio Tiberi fechou top 5 em 2024.
Foto: Luca Bettini/Sprint Cycling Agency

Tiberi perdeu 2:00 na etapa mais plana

Tirando umas mazelas nas costas e nas costelas, provocadas pela queda na Eslovénia, Afonso Eulálio sente-se bem à partida para a reta final da prova.

“Estou super bem, as pernas estão super bem. É incrível estar aqui, o andamento é muito grande. As etapas mais fáceis acabaram por se tornar duras e têm-se feito diferenças grandes; o Tiberi perdeu 2:00 na etapa mais plana do Giro! O que se aprende aqui é que por muito forte que estejas, se não estiveres na frente é impossível discutir a corrida.”

Afonso Eulálio ao TopCycling.
Bernal, Del Toro e Carapaz atacaram a 90 km do final da 15.ª etapa.
Foto: Fabio Ferrari/LaPresse

“Carapaz tem-me impressionado

Quanto a quem vai ganhar o Giro, não é fácil fazer uma previsão dado que só agora chega a alta montanha.

No pelotão sente-se de forma diferente, por isso perguntamos ao dorsal 34 quem o tem impressionado.

“Estou a gostar de ver o Carapaz sempre a atacar e o Bernal ainda no domingo elevou o ritmo no Monte Grappa. O Carapaz tem-me impressionado mais; o Bernal acelera a corrida, depois fica isolado da equipa e acaba por não ser muito bom. Para o Del Toro nem há palavras, com a idade que tem estar a liderar o Giro e a mostrar esta força está-me a surpreender.”

Afonso Eulálio ao TopCycling.
Em janeiro, Eulálio contou ao TopCycling a ambição de fazer o Giro.
Agora, o objetivo é deixar uma marca forte na estreia em grandes voltas.

Afonso Eulálio entra em território desconhecido

Quanto ao colega Antonio Tiberi, não será fácil recuperar 3:02 para Del Toro.

No entanto, o pódio está a apenas 0:55 e essa continua a ser a prioridade da Bahrain.

“O Tiberi é um ciclista muito regular e havendo etapas duras há sempre quem quebre. No fim de semana reagiu bastante bem após a queda. Temos ainda o Caruso, que vai ter uma palavra a dizer. Já tinha ficado com o feeling de que ele ia continuar e entretanto confirmou que fica mais um ano na equipa.”

Afonso Eulálio ao TopCycling.

Afonso Eulálio entra em território desconhecido em termos físicos, já que se estreia em três semanas.

Das 11 etapas da Volta a Portugal em 2024 às 21 deste Giro a diferença é enorme, mas as sensações do figueirense empurram-no para algo mais.

“A equipa está contente e na última semana vou ter oportunidades. A prioridade é acabar com o Tiberi no pódio, mas vamos tentar uma etapa comigo e com o Bilbao. A ideia é tentar a vitória, mas se acontecer algo no grupo de trás podem sempre parar quem vai na frente para ajudar.”

Afonso Eulálio ao TopCycling.

Pela primeira vez no 108º Giro da história vamos ter alta montanha a sério e com chegadas em alto. É um tipo de esforço que quase não houve na prova e já na 16ª etapa – 204 km e 4800 m de acumulado entre Piazzola sul Brenta e San Valentino (Brentonico)é impossível que não se façam diferenças.

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