UCI anuncia que quer banir monóxido de carbono 

UCI anuncia que quer banir monóxido de carbono 

A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou que vai propor ao seu comité de gestão que o uso de monóxido de carbono pelos ciclistas seja banido do desporto.

Decisão final vai ser tomada pelo corpo executivo da Federação na sua próxima reunião, nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro em Arras, França.

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Créditos: A.S.O. / Charly Lopez

Como tudo começou

Durante esta edição do Tour de France, o site Escape Collective divulgou uma investigação que provava o uso de monóxido de carbono em múltiplas equipas que corriam a Grande Boucle para “otimizar o treino de altitude dos seus atletas”. 

Os jornalistas partilharam que, pelo menos a UAE Team Emirates, a Visma | Lease a Bike, e a Israel-Premier Tech tinham acesso a um aparelho chamado carbon monoxide rebreather, usado para medir doses precisas de monóxido de carbono nos pulmões. 

Tadej Pogacar confirmou, na altura, o uso desta nova tecnologia, em declarações após uma etapa do Tour:

É um teste no campo de altitude para ver como respondes à altitude. Respiras para um balão por um minuto e depois vês a massa de hemoglobina, e repetes duas semanas depois. Não é como se estivéssemos a respirar tubos de escape dos carros. É um teste muito simples para ver como respondes ao treino em altitude.

Tadej Pogacar
Créditos: A.S.O. Billy Ceusters

O que está em causa

Segundo o Escape Collective, site que mediatizou esta questão, há dois usos para este tipo de tecnologia no desporto. O primeiro é chamado carbon monoxide rebreathing, uma ferramenta para medir valores chave do sangue e otimizar os benficios dos treinos de altitude – o que Tadej Pogacar terá mencionado. 

O segundo uso é uma abordagem mais agressiva, chamada inalação de monóxido de carbono. Usa as mesmas ferramentas, mas neste caso o atleta inalaria o gás com a intenção única de melhorar a sua performance. 

A técnica ainda não foi banida pela WADA – agência de doping internacional – no entanto a prática parece ir contra as regras da agência acerca da manipulação artificial do sangue.

Apesar de não haver provas do segundo uso desta tecnologia no pelotão internacional, várias fontes expressaram receio de que o uso estivesse iminente, ou já mesmo a acontecer – segundo o Escape Collective.

Créditos: A.S.O. Charly Lopez

UCI quer terminar com a prática

A prática pode agora estar perto do fim, uma vez que a UCI vai propor ao seu comité de gestão para que proíba esta tecnologia. O organismo partilhou as seguintes informações:

O monóxido de carbono é um gás tóxico e sem cheiro, que é regularmente causa de acidentes caseiros. Inalado em baixas doses sob condições seguras, o gás pode ser usado como medicina, para medir a difusão pulmonar de oxigénio ou a massa total de hemoglobina. No entanto, quando repetido, em condições não-médicas, pode causar efeitos secundários como dores de cabeça, fadiga, náusea, vómitos, dores de peito, dificuldades em respirar e perda da consciência. 

A UCI considera que estes efeitos secundários, e o desconhecimento total acerca dos efeitos a longo prazo da inalação repetida de monóxido de carbono, justificam a proibição do uso deste tipo de gás devido a razões médicas. O seu uso num ambiente médico, por profissionais qualificados, e dentro do contexto de medir a massa hemoglobina total pode, no entanto, ser autorizado.

União Ciclista Internacional

A decisão final vai ser tomada pelo corpo executivo da Federação na próxima reunião, nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro, em França. 


Créditos da fotografia de destaque: Justin Setterfield/Getty Images

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