Rui Costa analisa Carapaz: “EF no Giro é tudo para o Richard”

Rui Costa analisa Carapaz: “EF no Giro é tudo para o Richard”

Rui Costa celebra à distância a vitória de Richard Carapaz e da EF Education-Easypost no Giro. Não percam a análise ao equatoriano.

Esta semana entrevistei Rui Costa e a propósito do Giro de Itália falamos sobre Richard Carapaz. Abordamos outros temas, mas isso deixamos para sexta-feira quando publicarmos a segunda parte da conversa com o ciclista da EF Education-Easypost.

Enquanto prepara a regresso à competição, após lesão no joelho, Rui Costa treina de manhã e descansa de tarde, o que lhe tem permitido seguir o Giro com atenção. Era a corrida que tinha apontada no calendário e da qual teve que abdicar.

Português e equatoriano conhecem-se bem já que são colegas de quarto quando correm juntos. Dois veteranos que tomaram a liderança da EF após a saída de Rigoberto Uran.

“O Richard tem-se encontrado bem e a equipa precisa disso. Sentir que temos um líder forte dá outra alegria para trabalhar para um objetivo sólido e o objetivo da EF é tudo para o Richard. Acredito que pode fazer um grande Giro.”

Rui Costa ao TopCycling.
Foto: LaPresse

“Nunca baixa os braços”

Sobre a forma de correr do equatoriano Rui Costa dá uma dica: “Está em forma e quando o Richard corre na frente é porque está bem. Correndo na frente é uma ameaça. É destemido, não tem medo de arriscar e dele pode-se esperar tudo. Quando tem que assumir, assume, e garante. Vai estar na luta pelo top 3.”

Somando os dois contrarrelógios, Carapaz perdeu 0:50 para o líder Isaac Del Toro, partindo para a etapa de quarta-feira na 9.ª posição a 2:10 do mexicano.

O oportunismo do equatoriano ficou provado na 11.ª etapa quando atacou na subida para Castelnovo ne’ Monti. Perante a inação dos rivais, Carapaz venceu a etapa, subiu a 6.º e recuperou 0:14 a Del Toro.

“O Richard preparou o Giro no Equador e provavelmente a seguir ao Giro deve regressar para preparar o Tour. É um corredor que nunca baixa os braços, até pode um dia apanhar dois minutos e se tiver liberdade vai à luta pela etapa e volta a entrar na geral. Às vezes até é melhor perder tempo e tentar ganhar uma etapa que já proporciona um prestígio superior a fazer um 7.º lugar… e ainda tens o bónus de reentrar na disputa da geral.”

Rui Costa ao TopCycling.

Tendo em conta que conversei com Rui Costa na terça-feira, foram palavras premonitórias de quem está no WorldTour 16 anos.

Questionamos o poveiro também acerca do bloco da EF que acompanha Carapaz, tendo em conta que ainda vamos a meio da corrida e que a terceira semana será duríssima.

“Tem o [Jefferson] Cepeda para o acompanhar na alta montanha, o Owen [Doull], o [Darren] Rafferty e o [Kasper] Asgreen vão protegê-lo no plano, Georg [Steinhauser], o Mikkel [Honoré] e o James [Shaw] estão para a média montanha. Na alta montanha é com o Cepeda que ele pode contar para aguentar até onde puder.”

Rui Costa ao TopCycling.
Foto: Gian Mattia D’Alberto/LaPresse

Carapaz só pensa no título

Quem pensar que uma etapa e um top 10 final faria a EF assinar já por baixo, desengane-se.

Basta recuar à antevisão da prova publicada no site da equipa, onde se pode verificar que Carapaz só pensa no título.

“Não podemos esconder as nossas ambições: queremos ganhar a corrida. Temos intenção há meses. Queremos ganhar. É o foco principal da equipa.”

Richard Carapaz

Pela frente ainda vêm os principais desafios na alta montanha, com quatro etapas decisivas e passagens no Monte Baldo, no Mortirolo e no Colle delle Finestre.

Quem poderá pegar na corrida na terceira semana?

“Não vai ser fácil encontrar quem possa assumir todas as etapas, apesar do bloco da UAE Emirates ser muito forte. A UAE vai ter que se dedicar ao Del Toro e ao Ayuso, mas o Ayuso vai ser uma peça sem mexer caso o Del Toro tenha um dia não. A realidade é que eles têm três/quatro corredores que podem ganhar o Giro; o Adam Yates pode entrar numa fuga, a UAE não puxa atrás e pode remontar na geral. Um corredor como ele, com a montanha que está por vir, é difícil tirar-lhe tempo.”

Rui Costa ao TopCycling.

Quanto ao campeão da 108.ª edição não é fácil fazer prognósticos, mas Rui Costa posiciona-se ao lado dos veteranos.

“Roglic é um corredor experiente, está tranquilo, cada semana que passa vai a mais ou pelo menos não vai a menos como outros. O Richard, a par do Roglic, também é um corredor experiente, talvez menos marcado e se numa situação de 10 corredores arranca, os rivais podem hesitar e o Giro que ele ganhou foi um pouco assim, o Nibali descuidou-se, o Richard apanhou-se com dois minutos e ganhou. Está a sentir-se cada vez melhor e nem está no terreno dele, quando chegar à montanha pura e dura cuidado! No entanto, para mim o corredor que tem mais probabilidades de ganhar é o Roglic.”

Rui Costa ao TopCycling.

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