Atleta do Montijo estreou-se pela Movistar ganhando a etapa rainha e a classificação geral da prova árabe.
No incrível cenário do deserto saudita e do edifício Maraya, o centro de espetáculos e congressos onde terminou o Saudi Tour, Rúben Guerreiro foi confirmado como o campeão da terceira edição da prova que integra o circuito UCI Ásia.
Localizado no vale de Ashar, o edifício tem 9740 painéis de vidro que diariamente refletem a beleza da região de Alula. Desta vez, o edifício Maraya refletiu também a superioridade do montijense no Saudi Tour, controlando tanto os sprints bonificados como a etapa rainha.
Rúben Guerreiro controlou a corrida e os rivais que à partida se sabiam que tinham condições para discutir a geral individual: o vice-campeão de 2022 Santiago Buitrago (Bahrain) e o bloco da UAE que trouxe Davide Formolo e Felix Grosschartner com a missão de melhorar os dois terceiros lugares consecutivos obtidos por Rui Costa nas mais recentes edições. Formolo e Buitrago completaram o pódio atrás de Guerreiro.
Na entrevista rápida ao Eurosport o ciclista da Movistar disse estar “muito contente. Eu e a equipa. Foi um grande trabalho durante toda a semana. O vento deu-nos a chance relaxar, a parte do sterrato foi gira pelos ataques que animaram a etapa. Nós conseguimos ir na frente tranquilos, ainda tentei fazer top 10 na etapa, mas não tive pernas porque havia muitos sprinters de qualidade“.
“É especial. No ciclismo moderno é tão difícil ganhar uma etapa, quanto mais uma corrida por etapas. Primeiro ano, primeira vitória, primeira corrida. Obrigado à Movistar e à minha família. Tenho 28 anos, mas sinto que renasci para o ciclismo depois de tantas lesões e contratempos.”
Rúben Guerreiro
A caminhada do português na equipa espanhola vai ao encontro das palavras do CEO da equipa, Eusébio Unzué, que em entrevista ao TopCycling tinha adiantado que “vejo o Rúben como um cavalo selvagem, no bom sentido. Tenho a certeza de que nos vai trazer coisas muito interessantes e será um corredor que vai ter oportunidades em determinadas corridas. Ao mesmo tempo, a capacidade polivalente que tem vai fazer com que esteja nos objetivos mais importantes do ano para a equipa.”
Rúben Guerreiro chega às cinco vitórias enquanto profissional. A primeira foi o Campeonato Nacional em 2017, seguiu-se o triunfo no Giro de Itália em 2020, o Desafio Mont Ventoux em 2022 e agora duas de uma assentada no Saudi Tour: etapa e classificação geral. Na realidade esta não é a primeira Volta da carreira do atleta de Pegões Velhos, já que quando corria pela Axeon venceu o Troféu Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina em 2015, um ano antes de se sagrar campeão nacional sub23.
Vitórias de ciclistas portugueses no estrangeiro nos últimos 15 anos:
- Rúben Guerreiro: Saudi Tour 2022
- João Almeida: Volta ao Luxemburgo e Volta à Polónia 2021
- Rui Costa: Abu Dhabi Tour 2017 | Volta à Suíça 2012, 2013 e 2014 | Volta à Comunidade de Madrid 2011 | Quatro Dias de Dunquerque 2009
- Amaro Antunes: Volta à Baixa Polónia 2018 (Malopolska)
- Edgar Pinto: Volta à Comunidade de Madrid 2018
- Sérgio Sousa: Flèche du Sud 2016
- José Gonçalves: Volta à Turquia 2016
- Tiago Machado: Volta à Eslovénia 2014
Vídeo – As palavras de Rúben Guerreiro logo após o termino da corrida
Subscreve a newsletter semanal para receberes todas as notícias e conteúdo original do TopCycling.pt. Segue-nos nas várias redes sociais Youtube , Instagram , Twitter , e Facebook.