Glasgow 2023: um Mundial para a história do ciclismo português

Glasgow 2023: um Mundial para a história do ciclismo português

Gonçalo Moreira faz o rescaldo da participação portuguesa nas provas de ciclismo de pista e estrada. Iúri Leitão e António Morgado lideraram a seleção.

O primeiro Super Mundial de ciclismo da história realizou-se em Glasgow, na Escócia, e distribuiu títulos mundiais em 13 disciplinas ao longo de 11 dias.

Para Portugal foi um evento inesquecível: o ouro de Iuri Leitão no omnium é o primeiro título mundial em elites na pista; na estrada António Morgado conquistou a prata em sub-23 depois de ter feito o mesmo em juniores no ano passado.

Portugal terminou na 20ª posição do medalheiro entre 36 nações medalhadas. A notar uma terceira medalha obtida por Carlos Brito na categoria 45-49 anos no Gran Fondo.

António Morgado ao ataque no circuito urbado de Glasgow durante a prova dos sub-23.

62 horas e 51 minutos em direto

Foi o maior desafio que abracei no ciclismo e os números não enganam: no Eurosport comentei 48 finais de paraciclismo, 22 de ciclismo de pista, as duas provas de estrada das elites femininas e a corrida de fundo dos sub-23.

Foram 62 horas e 51 minutos em direto só no meu caso, mas centenas de horas somando o trabalho da equipa Eurosport.

Tive a sorte de narrar os dois momentos marcantes da participação de Portugal e o ponto comum entre o ouro do Iúri Leitão e a prata do António Morgado foi a margem de decisão.

Por dois segundos se perde, por dois pontos se ganha

O vianense só garantiu o título mundial no último sprint da corrida por pontos, prova que encerra a disciplina olímpica do omnium; para trás tinham ficado o scratch (1º), a corrida tempo (1º) e a eliminação (2º). Caso Iúri Leitão não tivesse sido 4º nesse sprint não teria marcado os dois pontos que foi a margem sobre o francês Benjamin Thomas (187 vs. 185 pontos).

Outro francês, Axel Laurence, provocou em muitos portugueses uma sensação de frustração ao vencer a corrida dos sub-23 por dois segundos! Após consolidar a fuga a 142km do final, Axel Laurence resistiu escapado e até andou sozinho os últimos 26km vendo como atrás António Morgado batia os perseguidores pela medalha de prata.

Por dois segundos se perde, por dois pontos se ganha.

Ivo Oliveira e Maria Martins conquistaram medalhas de bronze nos Campeonatos do Mundo de 2022, em Saint-Quentin-en-Yvelines.

Contas para Paris 2024 complicaram-se

Na pista e na estrada Portugal mostrou-se uma nação competitiva. Nélson Oliveira foi 6º no contrarrelógio e assegurou que Portugal terá um segundo representante no crono olímpico de Paris 2024; Ivo Oliveira discutiu o bronze na perseguição individual (perdendo para o italiano Jonatan Milan); Tata Martins salvou um mau dia com um top 10 no omnium e ainda mexe no apuramento para os Jogos Olímpicos.

As contas para Paris 2024 complicaram-se, mas podem ser retificadas no próximo Europeu e na Taça do Mundo – provas a realizar entre fevereiro e março. Missão ao alcance de Tata Martins e da dupla masculina do madison que fechou o Mundial na 10ª posição. No omnium Iúri Leitão somou 1000 pontos, Portugal escalou sete posições no ranking e o apuramento está encaminhado.

Nota ainda para o facto de ter havido representação feminina tanto em juniores como em elites depois de em Wollongong 2022 nenhuma mulher ter sido convocada. Glasgow 2023 foi o sexto Mundial dos últimos 20 anos onde houve representação feminina em elites!

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