Volta a Portugal – Welcome to Marvila

Volta a Portugal – Welcome to Marvila

A centésima chegada a Lisboa, no bairro de Marvila, foi um reencontro com a essência da Volta a Portugal, a grande festa do povo.

Visita da Volta a Portugal a Lisboa depois da partida em Águeda e da passagem em Miranda do Corvo – onde descobrimos o Zé Padeiro.

A capital faz parte da história da corrida desde a 1ª edição, em 1927. Sabiam que nesse ano a etapa ligou Cacilhas a Lisboa? E que nesse verão a Volta rivalizou pela atenção dos jornais com a VII Travessia de Lisboa a nado?

Ambos eventos ainda hoje existem. À época a prova de natação era organizada pelo Spor Algés e Dafundo, tinha 12 km e ligava Xabregas a Algés.

Créditos: Podium Events.

Como se explica o êxito popular da Volta a Portugal?

Só um destes eventos tem hoje dimensão nacional. Como se explica o êxito popular da Volta a Portugal?

Seguramente de muitas maneiras, mas remeto-me a algo que escreveu em A Bola o enviado à edição de 1966, Vítor Santos. Na capa podia ler-se: “Eis a Volta – A grande festa do povo.

Este ano o pitoresco bairro de Marvila foi palco da 2ª etapa. Foi a centésima chegada a Lisboa.

A freguesia é assim descrita na página oficial da Volta. “Marvila é sinónimo de estilos de vida alternativos, inovação e uma atitude decididamente hipster. Marvila é para Lisboa o que Brooklyn é para Nova Iorque, ou Shoreditch é para Londres.”

Créditos: Podium Events

Em Marvila senti-me na Lisboa antiga

Mais do que em Londres, em Marvila senti-me na Lisboa antiga e admito que sinto falta dessa cidade.

Pela manhã fui correr e aí sim pensei que tinha acordado noutro sítio. Saí do hotel VIP Arts Executive, passei pela cafetaria The club, perto da Lisbon Clinic of Funcional Jaw Orthopedics. Opções para almoçar não faltam: Nanfang Hotpot, Raw Steak House Friendship Gathering Korean Barbecue.

Mesmo ao lado vi um Wall Street Institute e pensei: “Agora tudo faz sentido, quem não fala inglês não se safa na capital.

Créditos: Podium Events

“Eterno enamorado dessa lendária ‘coisa’ da Volta”

A Volta a Portugal é importante porque nos recorda o sentimento do que é ser português. Do litoral ao interior, de Norte a Sul. Sotaques e sabores.

Mesmo encrustada na maior cidade do país, Marvila mantém edifício de traça antiga e um saudável portuguesismo nos cafés e mercearias.

Há quem não entenda o porquê de um evento itinerante, de uma modalidade minoritária, de raízes modestas, que condiciona o trânsito em pleno verão.

Há dias encontrei a capa de A Bola de um dia de verão de 1966. Dizia o seguinte:

“Aí está o pelintra ciclismo português, eterno ‘enteado’ do Desporto nacional, que anda, todos os anos, de chapéu na mão, a pedir para as alminhas, a mobilizar a atenção do pagode, eterno enamorado dessa lendária ‘coisa’ da Volta, festa popular de todos os Verões lusitanos que só o são realmente, se de Norte a Sul, aquele rolante espectáculo multicor ‘acordar’ as quebradas das serras, as amplidões das planuras, o meigo conchego dos vales.”

Vítor Santos, enviado especial de A Bola.

Num Portugal em crise existencial, que melhor evento do que a Volta a Portugal para nos relembrar do que somos feitos?

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