Primeiro teste montanhoso na Volta a Portugal. Descobrimos duas lendas de Miranda do Corvo: a subida ao observatório e o Zé Padeiro.
Miranda do Corvo tem pouca história na Volta a Portugal, mas ficará tanto pela dureza da subida ao Observatório de Vila Nova como pela boa mesa do Zé Padeiro.
O município situa-se num vale à sombra das encostas da Serra da Lousã. Pernoitamos na localidade depois de ver Rafael Reis ganhar o prólogo em Águeda.
Foi um dia de calor de levar a t-shirt colada ao corpo. Seguiu-se um transfer de uma hora.
Consulta aqui o Guia TopCycling da 85ª Volta a Portugal.
Leitão à moda do Zé Padeiro
Imaginem o alívio ao saber que à espera tínhamos um leitão à moda do Zé Padeiro!
A casa de comidas foi fundada em 1981 e há 43 anos que serve excelentemente.
Sou o pesadelo de quem atende. Quis logo saber a história na origem do nome.

Créditos: TopCycling
Distribuía o pão a pé ou de bicicleta
Se fosse vivo José Augusto já seria centenário. Era descendente de padeiros e distribuía o pão a pé ou de bicicleta por Miranda do Corvo.
Era um de três filhos do padeiro e foi o único que não seguiu o ofício. Isso não impediu que ficasse na história como Zé Padeiro.
A atual proprietária é Patrícia, a filha. Simpaticamente ofereceu-me uma cadeira para a mochila que estava no chão. São os pequenos gestos que cativam. O leitão também ajuda. Divinal.
Conselho de amigo: regar com vinho frisante da casa e provar a ginjinha à sobremesa.
O pelotão da Volta a Portugal não vai poder desfrutar de nada disto. Terão que subir os 10 km até ao observatório pela segunda vez na história da prova.
A estreia foi em 2022 quando Frederico Figueiredo “batizou” as inclinadas rampas com um triunfo isolado. É uma montanha que tortura os atletas, sobretudo nos últimos 4 km.
Diz quem sabe que aqui se vão fazer mais diferenças do que na Senhora da Graça. Depois do sofrimento, com muitas zonas acima de 10 por cento, talvez os corredores possam desfrutar da vista sobre Miranda do Corvo.