A Velo magazine anunciou, recentemente, os nomeados para o Velo D’or de 2024. O Topcycling aproveita para contar a história do prémio que serve como “Bola de Ouro” do ciclismo internacional.
Ler mais | Vingegaard e Vollering vencem o Vélo d’Or
A história do prémio
A menção à Bola de Ouro não é inocente: o prémio é organizado pela Velo magazine, que faz parte do L’Equipe, publicação francesa que também detém a France Football, que por sua vez atribui o mais mediático Ballon D’or.
É a Velo Magazine que decide os finalistas nomeados para cada prémio. A votação é depois feita por um painel internacional de jornalistas, e a soma desses votos entrega o prémio ao feliz contemplado.
O prémio é entregue desde 1992, na altura com duas subcategorias: ciclista masculino do ano e ciclista francês do ano. Em 2023, o prémio do ciclista francês do ano foi dividido em dois: o prémio “Bernard Hinault”, para o ciclismo de estrada, e o prémio “Daniel Morelon” para outras modalidades.
Apenas em 2022 foi introduzida uma categoria para a ciclista feminina do ano. Em 2023 e 2024, foram apresentados dois novos prémios: o prémio “Eddy Merckx” para os melhores ciclistas de clássicas; e um prémio para os melhores ciclistas das disciplinas olímpicas.
Os vencedores
Os prémios “Eddy Merckx” foram entregues pela primeira vez o ano passado, a Mathieu Van der Poel e a Lotte Kopecky. O Velo D’or feminino também teve apenas duas recepientes: Annemieke van Vleuten e Demi Vollering dão o dominio do prémio aos Países Baixos.
No Velo D’or masculina há mais estatística para análise: a Espanha é o país mais representado, com sete vitórias. Conta também com o recordista: Alberto Contador venceu por quatro vezes o prémio. Antes dele, Lance Armstrong tinha vencido por cinco vezes, prémios que lhe foram posteriormente retirados.
Nos últimos 5 anos, a lista com com os nomes mais ilustres do ciclismo mundial: Julian Alaphillipe (2019), Primoz Roglic (2020), Tadej Pogacar (2021), Remco Evenepoel (2022) e Jonas Vingegaard (2023).
O peso do Tour de France
A maior corrida do mundo tem, como seria de esperar, um peso importante na atribuição do prémio. Por 17 vezes das 31 que o prémio foi atribuído, o vencedor do Velo D’or tinha vencido o Tour de France nesse mesmo ano.
Muitos nomes ilustres aparecem nesta lista: desde os primeiros anos com Miguel Indurain, passando por Jan Ullrich, Mario Cipollini e Alberto Contador, até tempos mais recentes com Chris Froome, Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard.
Velo D’or 2024 e a ausência de Iúri Leitão
Já saíram as listas de nomeados para as várias categorias dos prémios, que serão entregues no dia 6 de dezembro, numa gala para o efeito em Paris – apenas a segunda vez que o prémio é entregue numa gala: no início, e durante alguns anos, o prémio era divulgado na última edição do ano da Velo Magazine.
Se o prémio masculino parece desde já entregue, depois da época tremenda de Tadej Pogacar, o prémio feminino promete muito debate: Lotte Kopecky, Marianne Vos, Demi Vollering, Lorena Wiebes, Katarzyna Niewiadoma ou Grace Brown têm razões para sonhar com a distinção.
A lista de nomeados do prémio Eddy Merckx é mais curta (cinco, em vez de dez): Mathieu Van der Poel, Tadej Pogacar, Mads Pedersen, Jasper Philipsen e Marc Hirschi nos homens; Lotte Kopecky, Elisa Balsamo, Lorena Wiebes, Elisa Longo Borghini e Marianne Vos nas mulheres.
Em relação ao novo prémio para modalidades olímpicas, o destaque é a ausência de Iuri Leitão, medalha de ouro e prata nos Jogos Olímpicos de Paris. A lista conta com os seguintes nomes: Tom Pidcock (BTT), Harrie Lavreysen (pista), Ellesse Andrews (pista), Joris Daudet (BMX) e Alan Haterly (BTT).
Créditos da foto de destaque: A.S.O. / Billy-Ceusters