Num final disputado a 4, Valverde impôs-se no sprint final e no final vestiu a camisola do Arco-Iris.
Hoje em Innsbruck, aos 38 anos de idade e após várias tentativas e medalhas em Campeonatos do Mundo, Alejandro Valverde sagrou-se Campeão do Mundo.

A prova de fundo dos Campeonatos do Mundo tinha este ano um circuito diferente dos últimos anos, com várias passagens por subidas duras que deixariam pelo caminho os sprinters.
Assim, previa-se um final favorável para ciclistas com características diferentes e foi o que aconteceu.
O Português Rui Costa fez uma grande exibição, atacou várias vezes nas duas últimas voltas ao duro circuito austríaco de 258 quilómetros.
Rui Costa desferiu vários ataques, tanto na subida de Patscherkofel, que foi ultrapassada sete vezes, como na descida seguinte.
Chegou a estar numa posição adiantada, procurando chegar à última subida, a íngreme escalada de 2,8 quilómetros para Gramartboden, adiantado, visto esta não ser uma colina ao seu jeito.
Só a união de esforços das equipas mais fortes, impediu a iniciativa do corredor português de dar frutos, que mesmo assim conseguiu terminar a prova no TOP 10 a 43 segundos do vencedor.
Assim, ficaram nos últimos quilómetros o espanhol Alejandro Valverde o francês Romain Bardet, o holandês Tom Dumoulin (algo atrasado mas que apanhou o grupo da frente no final), e o canadense Michael Woods.
No sprint final Valverde pareceu arrancar algo cedo mas conseguiu impor-se a todos os outros, ficando Bardet com a medalha de prata e Woods com o bronze.
Com uma longa carreira, um palmarés recheado de grandes vitórias das quais se podem destacar uma Volta a Espanha (2009), ou as clássicas Liége-Bastogne-Liége (4 vezes) e Flèche Wallone (5 vezes), entre outras, e depois cumprir dois anos de suspensão em 2010, Alejandro Valverde conseguiu manter-se sempre no mais alto nível sendo um dos ciclistas mais regulares de todos os tempos, vencendo corridas durante todo o ano.
Com este título de Campeão do Mundo o Espanhol deixa ainda mais a sua marca na história do ciclismo mundial.
Os restantes portugueses

Nelson Oliveira também fez uma corrida de grande nível, mantendo-se no grupo dos favoritos até à volta final, ajudando Rui Costa a colocar-se para enfrentar a última subida longa da prova nas melhores condições para o ataque que viria a desferir. No final, acabou na 39.ª posição.
Rúben Guerreiro mostrou-se bem colocado durante uma parte significativa da prova, mas acabou por perder o contacto com o pelotão na quinta das sete escaladas a Patscherkofel.
Tiago Machado lamentou problemas lombares e num dente que contribuíram para que a condição não fosse a mais desejada. “Fiz cinco horas de corrida com uma pulsação média de 150. Isto mostra o cansaço acumulado por época demasiado longa. Não é normal…”
Podes ver o último quilómetro da prova aqui.
Classificações completas aqui.
Luís Beltrão