Ricardo Scheidecker quer discutir a Figueira Champions/Casino Figueira e honrar o amigo e mentor Alves Barbosa, primeiro português a correr o Tour de France.
A 10 de fevereiro o pelotão encontra-se para a 2ª edição da Figueira Champions/Casino Figueira, evento UCI ProSeries ganho por Casper Pedersen (Soudal Quick-Step) no ano passado.
É junto ao Atlântico que vão iniciar a época alguns dos corredores que estão chamados ao centro do palco no grande teatro que é a temporada de 2024.
Remco Evenepoel escolheu a Figueira da Foz para afinar a máquina antes do ataque ao Paris-Nice, como disse em entrevista ao TopCycling.
A UAE-Emirates vem com a armada lusa quase completa: João Almeida estreia-se, Rui Oliveira vem de 9º na Clássica Comunidade Valenciana e António Morgado correu o Tour Down Under.
Quem não falha pelo segundo ano consecutivo é Rui Costa, que cheirou a vitória em 2023 ao fechar na 4ª posição. Por confirmar está Rúben Guerreiro após ter sido 14º no Tour Down Under.
“Partiremos com um plano para tentar ganhar“
Os portugueses no WorldTour terão representação na parte técnica de Ricardo Scheidecker, diretor da Tudor.
A estrutura helvética abriu 2024 no Challenge de Maiorca com dois pódios e três top 10. Marius Mayrhofer e Yannis Voisard mostraram boas pernas no evento espanhol.
Será uma estreia especial para a Tudor, que está no segundo ano como ProTeam e se apresenta na Figueira com uma estrutura de WorldTour.
“O que eu vi da corrida no ano passado é que é dura e os percursos são muito bonitos. A expetativa que temos é de fazer uma excelente corrida. Sabemos que com corredores do nível do Remco as possibilidades de vitória diminuem, mas claro que partiremos com um plano para tentar ganhar.”
Ricardo Scheidecker ao TopCyling.
Alves Barbosa, um ilustre figueirense
Será uma rara oportunidade para Ricardo Scheidecker trabalhar numa terra que lhe é familiar. À cabeça do diretor da Tudor vem o nome de Alves Barbosa, um ilustre figueirense.
Lenda do ciclismo nacional, Alves Barbosa faleceu em 2018, aos 86 anos. Deixou um legado muito maior do que as três Voltas a Portugal (1951, 1956 e 1958) que conquistou.
Fez história ao ser 10º no Tour de France de 1956, onde correu pelo Luxemburgo e se tornou o primeiro ciclista português a alinhar na corrida francesa.
“Estive muitas vezes na Figueira, por diversas razões, mas o que me liga a essa linda cidade é a sincera amizade que tinha com um dos meus mentores, o enorme Alves Barbosa. Se penso na Figueira, penso nele, porque nasceu lá.”