No radar TopCycling apresentamos cinco nomes do presente, mas sobretudo do futuro do ciclocrosse com Thibau Nys à cabeça.
Será Thibau Nys tão marcante como o pai Sven? Que outros nomes vão marcar o ciclocrosse já a partir desta temporada?
A última década do ciclocrosse tem dois nomes próprios: Mathieu van der Poel e Wout Van Aert. Ao mesmo nível, esporadicamente, só podemos colocar Tom Pidcock, o único capaz de vencer um título mundial desde que em 2015 começou a alternância entre o neerlandês e o belga.
Porque é que o domínio tem sido tão acentuado? Porque ninguém os consegue acompanhar na temporada de crosse? Estes dois talentos geracionais souberam aproveitar um contexto favorável.
É pelo menos a teoria de Sven Nys, o todo-poderoso do ciclocrosse no virar do milénio.
“Quando parei em 2016, esse fosso tornou-se muito grande. Especialmente porque muitos atletas que deviam estar no topo já não estavam pelas circunstâncias. Niels Albert teve que parar por problemas cardíacos, Zdenek Stybar escolheu a estrada, Lars Boom também. Essa era a geração que deveria ter tornado as coisas difíceis a Wout van Aert e Mathieu van der Poel, mas simplesmente não estavam lá. Houve duelos fantásticos entres os dois, mas atrás deles um enorme vazio. Esse vazio foi agora preenchido.”
Sven Nys ao Wielerflits.
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Craques chamados a dominar
Dentro dos talentos sub-25 anos temos vários corredores já com vitórias marcantes em 2024/2025.
Aqui vamos centrar atenções em cinco nomes: Thibau Nys, Niels Vandeputte, Jente Michels, Joran Wyseure e Emiel Verstrynge.
Olhemos para o que têm feito estes craques chamados a dominar a modalidade.
Thibau Nys (Baloise Trek Lions)
A primeira vitória do fenómeno da Trek no Superprestige foi em Overijse. Thibau está agora a 63 triunfos do pai Sven, considerado Mister Superprestige pelos 13 Troféus ganhos.
O filho do Canibal de Baal também ganhou o Europeu de Pontevedra e em Lokeren para o Troféu X2O. No entanto, nem tudo foi perfeito já que terminou a primeira fase forte da época com uma queda em Hamme quando discutia o pódio.
Para trás ficou um ano magnífico na estrada ao serviço da Lidl-Trek: Volta à Hungria, mais oito vitórias, metade em provas WorldTour.
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Niels Vandeputte (Alpecin-Deceuninck)
Tem 24 anos e foi o mais regular no primeiro mês da época. Niels Vandeputte foi o metrónomo do pelotão já que em 12 provas o pior que fez foi um 6.º lugar.
Faltava a vitória que finalmente chegou no Flandriencross de Hamme. Na ausência de Van der Poel tem sido o belga a liderar a Alpecin, ele que sempre foi um corredor sólido ao serviço do líder.
No apoio a Vandeputte está agora Jente Michels, o campeão europeu sub-23. É um dos elites mais jovens do pelotão – 21 anos – e concluiu todas as provas no top 10, incluindo um pódio em Lokeren.
Joran Wyseure (Crelan-Corendon)
O campeão do mundo sub-23 de 2022 foi a grande surpresa ao vencer em Ruddervoorde na ronda de abertura do Superprestige. Foi também a primeira vitória como pro de Wyseure, que tem tido altos e baixos.
O Europeu não lhe correu bem, mas o jovem de 23 anos vai crescendo à sombra de Laurens Sweeck, líder da Crelan-Corendon que após uma época em branco já venceu este ano no Exact Cross de Essen, no Jaarmarktcross de Niel e no crosse dos morangos em Merkplas.
Emiel Verstrynge (Crelan-Corendon)
Colega de Wyseure e Sweeck na Crelan-Corendon, Emiel Vestrynge tem a particularidade de na época de estrada correr pela equipa de desenvolvimento da Alpecin – ambos os projetos são dos irmãos Roodhooft.
Podemos mesmo dizer que a Alpecin concentra boa parte dos talentos do futuro: tem o vice-campeão mundial sub-23 Verstrynge e o campeão Tibor Del Grosso. Ambos fizeram grandes épocas na estrada e foram promovidos ao WorldTour para 2025.
Del Grosso foi 8.º no Mundial de Zurique, 7.º no Europeu de Limburgo e fechou o ano com três vitórias UCI. Verstrynge disputou etapas na Volta a França do Futuro, subiu com os melhores no Vale de Aosta e no GP Orlen das Nações, foi 4.º na Liège e 9.º em Roubaix.
Na época de crosse Verstrynge tem dois top 10 (Beringen e Niel), mas convém não esquecer o potencial do belga: em 2022 bateu Nys no Europeu sub-23 em Namur e no último Nacional belga superou Michels.
Outros corredores podem vir a marcar o ciclocrosse, mas sendo de uma geração posterior precisam de tempo. Vale pela menção porque têm menos de 20 anos e nem são belgas nem neerlandeses: o italiano Stefano Viezzi (Alpecin) e os franceses Léo Bisiaux e Aubin Sparfel (Decathlon Ag2r).