Teste – Swift Carbon Attack G2

Teste – Swift Carbon Attack G2

Quando comecei o teste à Swift Carbon Attack G2 (a primeira vez que saí para pedalar nela) devo dizer-vos que fiquei um pouco desiludido, isto não foi “amor à primeira vista”, falo de sensações porque a bicicleta é bonita.

Foram necessárias três, quatro voltas (cerca de 200 km’s.) e alguns acertos (posição do avanço e selim) para começar a sorrir em cima dela. Durante uma das voltas, na pausa para café e bolo olhei para ela e “disse-lhe: estás desculpada.” Afinal de contas não é fácil “encaixar” rápido numa bicicleta que não é a nossa.

Resolvi partilhar esta experiência para que tenham a noção de que um teste de um dia pode correr bem, mas também pode correr mal e nem sempre a culpa é da bicicleta, por vezes é necessário mais tempo.

Vamos ao que interessa, o que podem esperar desta Swift Attack G2 se pensarem em adquirir uma? (Vídeo no final).

Aparentemente quando olhamos para ela é uma bicicleta completamente normal, sem grandes tecnologias ou pormenores que “saltem ao olho”, tem os cabos por dentro do quadro (algo que hoje em dia é normal em praticamente todas as bicicletas de estrada) travões de disco (algo que também não se pode considerar novidade), ou seja, olhando para ela é uma bicicleta simples.

Realço o sistema de aperto dos eixos passantes bastante prático e funcional, sem necessidade de recurso a ferramenta e perfeitamente dissimulado no quadro.

O sistema de aperto dos eixos passantes integrado.

É quando pedalamos nela (depois da tal adaptação que referi no início) que começamos a absorver algumas sensações que nos dão que pensar.

A Swift Carbon a Attack é uma bicicleta de endurance, as bicicletas de endurance são normalmente conhecidas por serem mais confortáveis, proporcionarem uma posição mais relaxada e por isso, também normalmente sentimos que são menos “racing” e um pouco mais “molengonas” quando pedalamos a subir.

Nesta Swift Attack G2 essa realidade não é bem assim, é uma bicicleta que se poderia colocar “a meio caminho” entre a bicicleta escaladora (racing) e a bicicleta de endurance, porque quando pedalamos nela em estrada regular não sentimos que estamos numa bicicleta de endurance, a única coisa é que realmente (graças à testa do quadro ser maior) sentimos que nos oferece uma posição mais relaxada, mas é de manuseio leve e rápido tanto a subir como a descer.

Isto acontece porque na verdade a Swift Attack G2 partilha praticamente a mesma geometria das suas irmãs “Aero” e “Escaladora” (ambas mais racing) Swift Hypervox e Ultravox, varia a medida da testa de quadro (que tem mais 25mm. em tamanho “M”), e no alcance ou “reach”(1), que é 7mm. mais curto.

(1) Reach: é a distância horizontal do centro do bloco pedaleiro ao ponto central na parte superior da testa do quadro.

Só estas duas alterações levam a que tenhamos uma posição mais relaxada em cima da bicicleta, em tudo o resto, desde a distância entre eixos aos ângulos de direcção, inclinação e recuo do espigão, é igual à Ultravox e Hypervox.

Até entrar-mos numa secção irregular de terreno parece-nos uma bicicleta normal, mas quando passamos pela primeira vez numa zona de empedrado é quando sentimos algo de diferente, sentimos a bicicleta robusta, suave, estável e equilibrada, como as bicicletas de endurance são neste tipo de terreno.

Sinceramente, não sei dizer se é pela testa do quadro ser maior, se é pelas escoras serem finas ( o que teoricamente absorve mais as vibrações ), o que sei é que realmente a bicicleta nestas zonas é diferente de outras bicicletas mais racing que testei.

Tendo isto e conta, na minha opinião esta bicicleta marcaria ainda mais diferença, tanto em relação ao resto da gama da Swift Carbon, como em relação a outras bicicletas concorrentes, se viesse montada de origem com pneus 28mm. em vez de 25mm. (a bicicleta suporta até 30mm.) porque com 28mm., perdoem-me a expressão e espero que não me interpretem mal, esta bicicleta fica “um tractor”.

Com 28mm. (ou 30mm. para os mais ousados), tendo em conta que inclusive as rodas são “tubeless ready”, poderás rodar com pressões ligeiramente mais baixas e descobrir todo um novo mundo, fazendo incursões por estradas de terra batida e gravilha, apesar de não ser uma Gravel.

É uma bicicleta bastante versátil e que acabou por nos surpreender muito pela positiva, no que respeita a sensações e experiência de utilização.

O equipamento VS. preço

No que diz respeito à transmissão e travagem, a Swift Carbon Attack G2 vem equipada com Shimano Ultegra completo de com travões de disco e simplesmente isto já diz muita coisa, estamos a falar de uma gama média alta da marca nipónica que é conhecida pela sua fiabilidade e suavidade no funcionamento, algo que confirmamos e não é novidade.

Já não há muito a falar sobre o tema dos travões de disco nas bicicletas de estrada, de qualquer forma nesta bicicleta fazem todo o sentido tendo e conta a sua versatilidade.

As rodas em alumínio Vision Trimax 30 não foram escolhidas por acaso para equipar esta bicicleta.

São “tubeless ready”, como o próprio nome indica têm um perfil de 30mm., um peso de 1590 gr’s., não são umas rodas leves mas são específicas para estrada, ciclocrosse e gravel, o que vai totalmente de encontro às características gerais desta bicicleta.

De realçar também que vem equipada com guiador e espigão de selim Easton em carbono, acessórios que por norma só encontramos em bicicletas de preço superior nas marcas concorrentes.

Relembramos que esta bicicleta tem um preço de 2.499,00, não é um preço “bomba” para o equipamento que tem, mas a verdade é que em outras marcas “de referência”, ou pagas o mesmo com menos equipamento, ou pagas mais para ter este nível de equipamento. E esta Swift Attack, não fica a dever nada a outras concorrentes na nossa opinião.

Embora o grupo Shimano Ultegra de disco seja bastante eficaz e fiável, só um pormenor estético a apontar, que são os pousa mãos exageradamente grandes (os Di2 são muito mais discretos). Se a estética é importante para vocês, ponderem a versão Di2 e está resolvido.

Em resumo, a Swift Carbon pode não ter o “Status” de outras marcas no mercado, mas surpreendeu-nos muito pela positiva nesta Attack G2, que é uma bicicleta simples mas bem pensada e construída , além disso, bem equipada tendo em conta a gama de preço.

Vídeo resumo do teste

A Swift Carbon nasceu em Cape Town na África do Sul, em 2008, pelas mãos do ex-ciclista profissional inglês-sul-africano Mark Blewett.

Para os menos atentos a marca está em Portugal desde 2017, faz parte
do grupo S2 bicycle industries e tem a sede em Gondomar.

Hoje em dia a Swift Carbon vende maioritariamente no seu site online www.swiftcarbon.pt , tem portes gratuitos e 6 anos de garantia entre outros aspectos interessantes que podes encontrar no site da marca.

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Fotografia: Mário Silva

Texto e teste: Luís Beltrão

Vídeo: Luís Beltrão

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