Teste – Specialized Diverge 2021

Teste – Specialized Diverge 2021

Testámos a Specialized Diverge 2021, uma bicicleta que vai na sua segunda geração e que mesmo sem testar, olhando para aquilo que a marca mudou, facilmente chegamos à conclusão de que tornaram esta bicicleta numa Gravel mais completa e capaz.

Vídeo do teste

Uma gravel bem pensada

Relativamente ao modelo anterior, a Specialized reformulou a geometria do quadro, tornando esta bicicleta “mais Gravel”, mais perto de uma bicicleta de montanha do que a anterior versão.

A Specialized reformulou a geometria do quadro, tornando esta bicicleta “mais Gravel”

Além de uma renovada suspensão Future Shock 2.0, a geometria do quadro redefine a personalidade da nova bicicleta, a distância entre eixos cresceu, o ângulo de direcção é ligeiramente mais aberto (perto dos 71º, enquanto na anterior geração era perto dos 72º), o que na teoria confere maior estabilidade à bicicleta em terrenos irregulares, principalmente a descer.

Passando da teoria à prática, quando damos as primeiras pedaladas na Diverge, a primeira palavra que nos vem à cabeça é, conforto.

A primeira palavra que nos vem à cabeça é conforto

O conforto

O conforto é um dos pontos de destaque desta bicicleta e aquele mais rapidamente percetível, isto deve-se a um conjunto de fatores.

O espigão de selim não tem o sistema da anterior versão da Diverge, mas o seu formato faz com que tenha bastante flexão (ver vídeo do teste), que juntamente com o fantástico selim Power Expert, mais o Future Shock 2.0 e a nova geometria de quadro com o bloco pedaleiro mais baixo, resulta num conforto e suavidade fantásticos.

No entanto e como se pode avaliar pelo próprio vídeo, ser uma bicicleta confortável não é sinónimo de ser lenta ou “molengona”, a bicicleta é bastante divertida e reativa quando é isso que lhe pedimos.

A bicicleta é bastante divertida e reativa quando é isso que lhe pedimos

Future Shock 2.0

O conforto desta bicicleta deve-se em grande parte à posição relaxada e à sensação de suavidade que o Future Shock 2.0 transmite.

O sistema Future Shock 2.0 é um pequeno amortecedor pequeno de 20mm.

Não sou muito apologista de suspensões ou amortecedores nas bicicletas Gravel, mas a verdade é que quando entramos em zonas de terreno irregular com pedras, buracos e estradão de terra, não conseguimos controlar o sorriso de satisfação pelo que este sistema faz, dá uma suavidade fora do comum à bicicleta.

O sistema Future Shock tem 10 posições de ajuste de sensibilidade

O Future Shock tem 10 clicks de afinação (afinam a sensibilidade do pequeno amortecedor de 20mm. ao terreno), na minha opinião não seriam necessários tantos, creio que um “setup” mais parecido com o das bicicletas de montanha seria mais simples e suficiente, com 3 clicks ou posições (1 – total funcionamento; 2 – funcionamento médio e 3 – amortecedor fixo).

A questão eterna sobre este tipo de sistemas: na posição fechada, mexe ou não mexe?

Quando chega a hora de querer tirar o máximo partido da bicicleta a subir, e bloqueamos o Future Shock, ele bloqueia mesmo! De tal forma que quando entramos em zonas irregulares com o amortecedor na posição de bloqueado, lembramo-nos desde logo que o temos que abrir, pois a bicicleta nota-se mais rígida na frente.

Versão mais capaz que a anterior

Quando anteriormente digo que a Specialized tornou a nova Diverge mais capaz e adaptada ao conceito do Gravel, digo-o não só pelas alterações na geometria do quadro, mas porque a bicicleta em geral está muito completa e bem pensada para este conceito.

De origem com pneus 38mm., mas suporta 42 mm. em roda 700c

É uma bicicleta que vem de origem com pneus 38mm., mas suporta uns impressionantes 42 mm. em roda 700c, tendo ainda a possibilidade de montar rodas 650b com pneus até 2.1 mm., para aqueles que se quiserem aventurar por trilhos e terrenos mais rochosos.

Quadro com protecção inferior e protecção de escora integrados

Uma bicicleta de Gravel nunca será uma bicicleta de Montanha, mas já imaginaram esta bicicleta com espigão telescópico, rodas 650b e pneus 2.1mm! Não experimentei, mas deve ser uma brutalidade.

Este novo quadro permite montar suportes de bagagem em várias zonas

Além da versatilidade permitida pela montagem de duas medidas de roda, este quadro vem melhor preparado para o “off-road” e para a aventura, com protecções na parte inferior do tubo diagonal, com possibilidade de montar suportes de bagagem em várias zonas e com a introdução do sistema SWAT (que descrevemos mais em pormenor abaixo).

Sistema SWAT

Nesta nova versão da Diverge a Specialized aplicou o sistema SWAT, um sistema de armazenamento interno que a marca tem vindo a colocar em algumas das suas bicicletas de montanha.

O SWAT é sistema de armazenamento interno no quadro

A porta SWAT permite-nos utilizar o espaço no tubo inferior para armazenar ferramentas, um kit de furos, nutrição, ou até mesmo o nosso casaco ou colete corta vento, algo que faz todo o sentido numa bicicleta pensada para longas horas a pedalar. Mais um ponto pelo que refiro que está bem pensada.

Além de armazenar ferramentas e camara de ar, tem espaço para nutrição, ou até mesmo um colete corta vento

Transmissão Shimano GRX (1X)

Já tinha experimentado o sistema Di2 na estrada, quem conhece sabe que é fantástico. Não desafina, as passagens são certas e rápidas mesmo em situações de recurso em subida, a bateria é soberba, portanto nestes aspectos o GRX Di2 é bom como as versões Di2 na estrada e montanha da Shimano.

Além de todos os aspectos anteriores, destacamos o posicionamento dos poisa mãos e o seu formato, que dão um conforto e uma aderência fantástica às mãos.

Mas nem tudo é bom, de série a Diverge vem equipada com a versão GRX 1X11 (um prato de 40 dentes e uma cassete 11-42), que na minha opinião é curta (a não ser que tenhas uma óptima preparação física).

Notei que em descidas longas esgota rapidamente e em subidas muito acentuadas (acima dos 7/8%) exige preparação física, se tivermos em conta que alguns dos utilizadores pensam carregar esta bicicleta com alguma bagagem para fazer bikepacking, ainda mais exigente se torna.

A transmissão Shimano GRX 1X11 poderás ser exigente em subidas acentuadas.

Adorei o desempenho do Shimano GRX, mas preferiria ter a versão 2X11 (dois pratos), creio que torna a bicicleta muito mais versátil para todos os tipos de terreno.

Como recurso, podes colocar uma cassete 11-46 neste conjunto, ou optar pelos modelos de gama superior que veem equipados com SRAM de 12V. e Campagnolo de 13V.

Os pneus

Fiquei bastante surpreendido pela positiva com estes pneus da Specialized (já tive a oportunidade de experimentar outros pneus de Gravel).

São bastante versáteis, rolam muito bem (o que não é de estranhar quando olhamos para eles, pois têm a parte central lisa), mas além disso dão uma aderência em curva muito boa. Dei por mim a tirar o pé do pedal em curva, antevendo um pequeno “drift”, e apesar da inclinação os pneus mantinham a bicicleta estável e na mesma linha, sem perder aderência.

Claro que com um pouco mais de toque no travão, conseguimos aquela diversão em curva.

Em resumo

Em resumo é uma bicicleta viciante! Quanto mais andas, mais vontade tens de andar, adormeces nesse dia a pensar onde vais andar no dia seguinte.

Permite fazeres bikepacking e ires à descoberta pedalando longas horas confortavelmente, mas também te proporciona diversão e adrenalina, e é bom que assim seja, porque para a teres é necessário despender de €5.299,00. Não ficarás desiludido.

Os sítios onde te pode levar a Diverge?

Bem, praticamente todos. Com a Specialized Diverge terás que abrir os horizontes, pois alternando entre asfalto e terra conhecerás sítios fantásticos e disfrutarás de uma experiência diferente.

Com a Specialized Diverge passámos pelo Castelo e Lagoa de Óbidos, entre asfalto e gravilha.
Algures na zona Oeste a caminho da Nazaré
Algures entre São Martinho do Porto e Nazaré
Pelo parque natural de Sintra-Cascais

Por: Luís Beltrão

Fotografia: Mário Silva

Podes recolher mais informação sobre o modelo testado e restante gama em www.specialized.pt

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