Uno-X deve subir ao WorldTour, Cofidis abriu o paraquedas e Pogacar fez mais pontos que nove equipas de topo. Fazemos o ponto da situação para 2026.
Para fazer parte do WorldTour em 2026 e estar no máximo escalão do ciclismo, as equipas apresentaram documentação até 15 de outubro e a UCI tem até 10 de dezembro para decidir a lista final. No entanto, podemos antecipar alguns cenários de acordo com o rendimento no triénio 2023-2025.
Há 18 licenças para o WorldTour e 20 candidatos, mas sabemos que a atual Israel Premier Tech – provisoriamente inscrita como Cycling Academy – e a Lotto foram as melhores ProTeam (ocupando os lugares 12 e 13 do ranking do triénio) e vão regressar à primeira divisão.
Também é certo que Uno-X Mobility, Tudor e Q36.5 – que passa a Pinarello-Q36.5 para o ano – ocuparam as seguintes posições no top 5 das ProTeam, motivo pelo qual os noruegueses estão na pole position para subir ao WorldTour.
Despromovidas estão a Arkéa-B&B Hotels e a Cofidis. A formação da Bretanha vai mesmo acabar.
Ler mais | UCI anuncia alterações nas regras do ciclismo mundial

Cofidis abriu o paraquedas
Há situações que impedem dar respostas concretas, sobretudo a fusão da Lotto com a Intermarché-Wanty. Caso se confirme, abres-se um lugar no WorldTour e se a Uno-X Mobility (19ª do ranking) cumprir os critérios definidos pela PWC, consultora da UCI, sobe de divisão.
Cofidis (20ª do ranking) e Q36.5 (24ª do ranking) também se candidataram, mas os pontos UCI favorecem a Uno-X por 398 pontos face aos rivais franceses. No entanto, a Cofidis abriu o paraquedas garantindo o acesso às principais provas ao superar a TotalEnergies por 594 pontos – realmente ficaram no quarto lugar na tabela das ProTeam de 2025 e não teriam esse privilégio, mas a teórica promoção da Uno-X muda o cenário a favor dos franceses.
Pendente está a Jayco AlUla, 16ª classificada do ranking, que tem até dia 1 de novembro para entregar a documentação requisitada e confirmar a continuidade, que deve estar assegurada pelo milionário Gerry Ryan.

Convites para as Grandes Voltas
Quem não teve que fazer contas foi a UAE Emirates XRG, dominadora do ranking com mais 36 mil pontos do que a rival Visma Lease a Bike, uma disparidade inacreditável. Só Tadej Pogacar pontuou mais do que nove WorldTeams!
Além das 18 WorldTeams e das vagas automaticamente atribuídas a Uno-X, Tudor e Cofidis, os convites para as Grandes Voltas voltarão a ser dois.
Para 2026, o requisito mínimo para aspirar ao convite era fechar no top 30 do ranking, o que torna elegíveis TotalEnergies, Caja Rural-Seguros RGA, Polti VisitMalta, Burgos Burpellet BH, Kern Pharma, VF Group-Bardiani e Unibet Tietema Rockets.
Isto significam más notícias para estruturas importantes como Solution Tech-Vini Fantini e Euskaltel-Euskadi, que ficam excluídas de Giro de Itália e Vuelta a Espanha, respetivamente.

WorldTour feminino mais estável
Incluindo o ciclismo feminino na equação, ao todo foram 53 as equipas que se inscreveram para obterem a licença WorldTour ou ProTeam em 2026.
O WorldTour feminino recebeu 14 candidaturas, o que é inferior às 15 equipas que este ano obtiveram a licença. Com Roland e Ceratizit WNT a fecharem portas, não se antecipam problemas para EF Education-Oatly nem Cofidis subirem de divisão.
A nível das ProTeams devemos ter seis equipas femininas e 14 masculinas. As novidades são a Ma Petite Enterprise francesa no pelotão feminino, enquanto os homens terão como novidades a Modern Adventure, de George Hincapie, e a MBH Bank CSB Ballan, a antiga Colpack italiana.
O organismo que tutela o ciclismo mundial vai decidir se as equipas têm, de facto, condições financeiras (e morais) para participar no circuito internacional no próximo ano.
Não são esperadas surpresas na lista final publicada a 10 de dezembro, altura em que chegará a confirmação do puzzle que vai compor o roster de equipas WorldTour e ProTeam no ciclismo em 2026.
Foto de capa: A.S.O./Billy Ceusters