Os prémios caricatos no ciclismo

Os prémios caricatos no ciclismo

O ciclismo é um desporto de símbolos e tradições, e muitas vezes os prémios que os vencedores das corridas recebem são o reflexo disso mesmo: a pedra de Roubaix, o tridente do Tirreno, ou a boina de San Sebastian, por exemplo, são símbolos reconhecidos da grandiosidade dos feitos dos atletas. 

Mas como sabemos, há um número que parece infinito de corridas em cada ano. E em relação aos prémios, há uns mais ortodoxos que outros. Numa altura em que a offseason está já ao virar da esquina, o Topcycling deixa uma lista dos prémios mais caricatos que foram dados aos vencedores de corridas nos últimos anos.

Alguns destaques

Não é só nas corridas de categorias mais baixas em que vemos o vencedor a segurar algo pouco habitual no pódio. No fim da Volta a Emília, que este ano contou com uma startlist de muita qualidade, os adeptos tiveram oportunidade de ver Tadej Pogacar – vencedor da corrida – a levantar uma mortadela gigante que ganhou como prémio, que se explica pelo facto da zona de Reggio-Emilia ser famosa pelas suas mortadelas. 

Os prémios relacionados com animais são, na verdade, um tema comum. Um dos prémios mais interessantes da época acontece na Tro-Bro Léon: o melhor bretão da corrida leva para casa, como prémio, um leitão vivo – um prémio que pretende homenagear uma região muito ligada à agricultura. 

Se seguirmos para o norte da europa, os animais continuam a ser tema: na Arctic Race of Norway, corrida de quatro dias na noruega, uma tradição que esteve interrompida voltou a acontecer em 2024: o vencedor da camisola da montanha levou para casa como prémio 500 kg de salmão – felizmente, o vencedor recebeu um cheque para reclamar o prémio.

O Tour de France e portugueses à mistura

No Tour de France, maior corrida do mundo, também há alguns exemplos de prémios pouco ortodoxos. Um bom exemplo foi Ralf Sorensen, que recebeu uma vaca como prémio após uma etapa no Tour. Outros grandes nomes como Sean Kelly ou Mario Cipollini também chegaram a ser presentados com vacas durante as suas carreiras. 

O português José Azevedo também foi parte da cultura dos prémios vivos: recebeu, no Tour de France em 2004, uma égua da raça “postier breton” com 16 meses e 260 kg – como na altura noticiou o Record.

Cerveja e outros exemplos

A cerveja também é um lugar relativamente comum no que toca a prémios no ciclismo. Em muitas corridas na Bélgica, é a bebida que substitui a comum garrafa de champanhe oferecida aos vencedores. Em termos de situações caricatas, dois casos destacam-se:

Em 2017, no Giro D’Italia, o café Stelvio Bike Experience ofereceu 100 cervejas ao ciclista mais pesado a ultrapassar o Stelvio – o vencedor deste prémio foi dinamarquês Lars Bak; em 2015, no Tour de Flanders, foi oferecido ao vencedor do sprint intermédio o seu próprio peso em cerveja. O feliz contemplado foi o irlandês Matt Brammeier.

E se algumas corridas deixaram os prémios em géneros no passado, outras mantêm as tradições. No Tour de Kyushu, corrida nipónica com três etapas que decorreu em outubro, o vencedor – Emilien Jeannière – levou para casa uma Dourada gigante.

Para terminar, mencionamos ainda a Volta à California – corrida por etapas que entrou em hiato em 2019 e nunca mais voltou à estrada. A corrida que passava pela costa oeste dos E.U.A. foi patrocinada pela Lexus: a marca de carros ofereceu, durante algumas edições, um lease de dois anos do modelo NX 200t sport aos vencedores da classificação geral.

Deixamos ainda um repto aos leitores: com certeza terão escapado alguns prémios merecedores de serem mencionados neste artigo. Se for o caso, avisem quais os prémios que não apontamos, sejam eles comestíveis ou não.


Créditos da foto de destaque: A.S.O. / Pauline Ballet

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