Pistards portugueses vão estar em Paris 2024. Podem escrever!

Pistards portugueses vão estar em Paris 2024. Podem escrever!

História à vista para o ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Análise aos potenciais convocados, às disciplinas e às implicações na prova de estrada.

A confirmação matemática só chegará após a ronda da Taça das Nações de Milton (Canadá), entre 12 e 14 de abril. Até lá os pistards portugueses cumprem o calendário de qualificação para os Jogos Olímpicos competindo em Hong Kong este fim de semana.

Iúri Leitão fará o omnium, além do Madison com João Matias. Maria Martins fará o omnium.

Portugal vai à Ásia correr de olhos postos nas disciplinas olímpicas, como confirma o selecionador nacional.

“Estamos na fase final do processo de qualificação para Paris 2024. Essa é a prioridade e o objetivo é pontuarmos o máximo possível para os rankings Olímpicos de omnium e Madison, assim como dar continuidade ao processo de trabalho específico e de desenvolvimento do rendimento dos atletas.”

Gabriel Mendes
Ivo Oliveira (perseguição) e Maria Martins (omnium) saíram medalhados dos Mundiais de 2022.
Créditos: Federação Portuguesa de Ciclismo

Três pistards nacionais vão competir em Paris 2024

Maria Martins foi a única portuguesa apurada para Tóquio 2020, onde conquistou o diploma olímpico graças ao 7º lugar no omnium.

Em Paris 2024 o cenário será mais animador. A seleção masculina tem o apuramento quase certo no Madison e através desta disciplina também vai assegurar um representante no omnium.

Isto significa que três pistards nacionais vão competir em Paris 2024: dois homens e uma mulher. Quem serão os escolhidos?

Iúri Leitão é o campeão mundial do omnium.
Créditos: Federação Portuguesa de Ciclismo

Tata tem lugar cativo na convocatória

Há sete vagas para os países mais bem colocados no ranking do omnium. As nações que vão disputar a perseguição e o Madison têm direito a representação no omnium.

Descartados os países que estão em zona de apuramento nessas disciplinas, Portugal está no 2º lugar entre sete países e tem margem de 797 pontos sobre a Espanha, a última das nações por agora classificadas.

À falta de duas provas da Taça das Nações, Portugal teria que não somar pontos e ver as rivais operar uma recuperação épica.

Tal como no ciclo olímpico anterior, foi Maria Martins que carregou o país às costas. Tata tem méritos e lugar cativo na convocatória do selecionador Gabriel Mendes.

Ivo e Iúri abraçados após vencerem o madison em Milton (Canadá).
Créditos: UCI

Três nomes para duas vagas na seleção masculina

O apuramento masculino está mais favorável. Portugal parte para Hong Kong como 5ª nação no ranking do Madison e 3ª no do omnium. Só não certificamos o apuramento porque a Taça das Nações não terminou.

A vitória no Madison em Milton – obtida pela dupla Iúri Leitão e Ivo Oliveira em abril de 2023 – deu 800 pontos a Portugal. O 10º posto conseguido por Ivo e Rui Oliveira no Mundial de Glasgow rendeu 675 pontos.

O coeficiente dos eventos faz um 10º lugar num Mundial – aparentemente um mau resultado – somar quase como um triunfo na Taça das Nações.

Iúri Leitão é o campeão mundial do omnium e os gémeos Oliveira foram os pioneiros na pista. São os três atletas com mais hipóteses de ir aos Jogos Olímpicos.

Rui Costa foi campeão mundial de estrada em Florença 2013.

Dobrar ou não dobrar, eis a questão

Portugal só pode convocar dois atletas para a pista e dois para a estrada. Há uma exceção: nos Jogos Olímpicos é possível um atleta fazer ambas como se fosse uma espécie de joker.

Imaginem que Rui Oliveira dobra: teria a 27 de julho o contrarrelógio, a 3 de agosto a prova em linha e a 8 de agosto o omnium. Para o Madison ficariam reservados Iúri Leitão e Ivo Oliveira.

Isto no plano teórico. Os selecionadores podem optar por combinar os atletas de forma diferente ou nem os combinar.

António Morgado ao lado do selecionador José Poeira no Mundial de Glasgow 2023.
Créditos: Federação Portuguesa de Ciclismo

Circuito explosivo no centro de Paris

A prova em linha terá 273 km e 2800 m de acumulado. A corrida termina com um circuito explosivo no centro de Paris onde o Côte de la butte Montmartre (1 km a 6,5%) é a principal dificuldade.

Nélson Oliveira é presença provável pelo contrarrelógio; quem poderá ocupar a segunda vaga?

  • Rui Oliveira: clasicómano que se adapta bem a circuitos com subidas curtas e estava em super forma (em Tavira só foi batido por Wout Van Aert) até partir o braço na Omloop Het Nieuwsblad. Numa prova que pode ser decidida ao sprint por um grupo reduzido pode ser mais-valia.
  • António Morgado: duas pratas em Mundiais e um instinto apurado quando há medalhas em jogo. Como nos contou nesta entrevista, vai experimentar Flandres e Roubaix, pelo que saberá o que são provas com mais de 260-270 km. A idade permite-lhe aspirar a ciclos olímpicos futuros, quem sabe já Los Angeles 2028. O contrarrelógio é outro argumento a favor.
  • Rui Costa: um killer nos grandes palcos, que sabe posicionar-se, gerir o esforço e aparecer nos momentos-chave da prova. Tem a favor as experiências olímpicas anteriores (10º no Rio 2016 e 13º em Londres 2012). A fratura da clavícula e da omoplata em fevereiro veio em mau momento.
  • João Almeida: 13º em Tóquio e no contrarrelógio é sempre competitivo. O percurso da prova em linha não o favorece e o Tour de France é a prioridade da época do atleta da UAE-Emirates. Como acabará, mental e fisicamente, após três semanas na prova mais importante do ano? Foi o próprio Almeida que sugeriu que não se importava de ceder o lugar na seleção.

Portugal tem opções, mas acredito que os escolhidos sairão desta lista.

Na pista João Matias, Diogo Narciso, Rodrigo Caixas contribuíram para o ciclo olímpico; na estrada Rúben Guerreiro é um nome forte que sai prejudicado por ter que fazer também o contrarrelógio.

Dobrar ou não dobrar, eis a questão para os selecionadores nacionais.

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