O Paris-Roubaix é sem dúvida a clássica da primavera mais mediática e mais conhecida de todas. É a clássica das clássicas.
Neste artigo vamos dar-te alguns pormenores curiosos sobre como preparam as bicicletas para a prova, quais os sectores que irão fazer parte da prova no próximo domingo e filmes sobre o “inferno do norte”.
Para os que não têm tempo de ver o artigo completo, aqui está um bom resumo daquilo que é o Paris -Roubaix. Não tens que agradecer.
O percurso e os sectores de pavé
A partida e chegada da corrida são efectuadas sempre nos mesmos locais, a partida em Compiegne e a chegada no velódromo de Roubaix.

No entanto o trajecto vai sofrendo alterações todos os anos e os sectores de pavé vão mudando de acordo com o trajecto escolhido ou com o estado de conservação de cada um.

Cada sector é classificado com estrelas, sendo que 1 estrela corresponde a menos dureza, e 5 estrelas a maior dureza.

Os 29 sectores de pavé do Paris-Roubiax 2019
Aqui tens o menu disponível, no que toca a sectores de pavé, serão 3 de 5 estrelas, 7 de 4 estrelas, 13 de 3 estrelas, 5 de 2 estrelas e 2 de 1 estrela:
29: Troisvilles to Inchy (km 97.5 – 0.9 km) **
28: Briastre to Viesly (km 108.5 – 3 km) ****
27: Viesly to Quiévy (km 101.5 – 1.8 km) ***
26: Quiévy to Saint-Python (km 116 – 3.7 km) ****
25: Saint-Python (km 118.5 – 1.5 km) **
24: Vertain to Saint-Martin-sur-Écaillon (km 127.5 – 2.3 km) ***
23: Verchain-Maugré to Quérénaing (km 136.5 – 1.6 km) ***
22: Quérénaing to Maing (km 140.5 – 2.5 km) ***
21: Maing to Monchaux-sur-Ecaillon (km 142.5 – 1.6 km) ***
20: Haveluy to Wallers (km 156.5 – 2.5 km) ****
19: Trouée d’Arenberg (km 164.5 – 2.3 km) *****
18: Wallers to Hélesmes (km 170 – 1.6 km) ***
17: Hornaing to Wandignies (km 179 – 3.7 km) ****
16: Warlaing to Brillon (km 185 – 2.4 km) ***
15: Tilloy to Sars-et-Rosières (km 188.5 – 2.4 km) ****
14: Beuvry to Orchies (km 194 – 1.4 km) ***
13: Orchies (km 199 – 1.7 km) ***
12: Auchy to Bersée (km 206.5 – 2.7 km) ****
11: Mons-en-Pévèle (km 212 – 3 km) *****
10: Mérignies to Avelin (km 215.5 – 0.7 km) **
9: Pont-Thibault to Ennevelin (km 220 – 1.4 km) ***
8: Templeuve – L’Épinette (km 224 – 0.2 km) *
8: Templeuve – Moulin-de-Vertain (km 225 – 0.5 km) **
7: Cysoing to Bourghelles (km 232 – 1.3 km) ***
6: Bourghelles to Wannehain (km 234.5 – 1.1 km) ***
5: Camphin-en-Pévèle (km 239.5 – 1.8 km) ****
4: Carrefour de l’Arbre (km 242.5 – 2.1 km) *****
3: Gruson (km 244 – 1.1 km) **
2: Willems to Hem (km 251 – 1.4 km) ***
1: Roubaix (km 256 – 0.3 km) *
No total dos 257 km’s, 54,5 são em pavé, o que vai massacrar ciclistas e bicicletas, causando desgaste, stress e quedas.
“Tuning” especial Roubaix nas bicicletas
Ao longo dos anos as marcas foram aprimorando modelos de estrada para este tipo de provas, que absorvem as vibrações do terreno irregular, têm modelos específicos de endurance que nasceram devido a esta prova.

Mas modelos de bicicletas específicos não chega, porque as equipas acabam sempre por fazer adaptações especiais para a prova do pavé, como por exemplo:
- Pneus mais altos que o habitual, em vez dos 23 ou 25mm., usam 28mm e alguns até 32mm.
- Pressões mais baixas. De nada vale usarem pneus de 28mm. e depois colocarem 120 psi de pressão, assim usam pressões entre os 65 e os 85 psi para melhorar a absorção dos impactos.
- São colocadas duas fitas de guiador sobrepostas.
- Alguns colocam fita de guiador na base dos pedais para absorver os impactos brutais ao longo dos 257 km’s
- Colocam um prato pequeno maior, visto ser uma prova praticamente toda ela em terreno plano. Em vez da habitual combinação de pratos pratos 53/39 dentes, usam 53/42 ou 53/44 dentes.
- Shifters extra montados no centro do guiador.
- Manetes de travão extra no centro do guiador.
- Grades de bidom com “grip” extra para evitar estes saltem.
- Guias de corrente para evitar que salte.
Deixamos-te um vídeo do Global Cycling Network, onde explicam alguns destes “tunings”.
Ou seja, não podemos lá estar e a maioria de nós nunca pedalou por aqueles sectores de pavé, mas só pelas alterações que muitos profissionais fazem nas suas bicicletas, já dá para imaginar a brutalidade a que os ciclistas são expostos.
A corrida

Não é uma corrida onde só conta a qualidade do ciclista, é uma corrida de sorte, de “timings” e de colocação.
Já partilhámos este vídeo da nossa conversa com Nelson Oliveira, se não viste, presta atenção ao que o português diz sobre a brutalidade do Paris-Roubaix.
A ter em conta na edição deste ano
Os favoritos
Dzenek Stybar – Por vários factores, pertence à equipa que tem tido o domínio absoluto das clássicas, encontra-se num bom momento de forma, contando já com a vitórias na “Omloop Het Nieuwsblad Elite”, na “E3 BinckBank Classic” e também no alto do Malhão na Volta ao Algarve.

Além de tudo isto, já fez segundo lugar no Paris-Roubaix por duas vezes, em 2015 e 2017.
Greg Van Avermaet – Já vencedor da prova por uma vez (em 2017), tem estado na discussão das clássicas este ano, tendo discutido ao sprint a
“E3 BinckBank Classic” e no TOP10 do Tour de Flandres.

Peter Sagan – Apesar de não estar tão bem como nos últimos anos, o ex-Campeão do Mundo disputou ao sprint a Milan San-Remo e esteve bastante activo nas restantes corridas, um 3 vezes Campeão do Mundo é sempre um ciclista a ter em conta.

Alexander Kristoff – O Norueguês está de volta, depois de alguns altos e baixos na sua carreira, este ano parece estar de volta, já venceu a Gent-Wevelgem, 3.º no Tour de Flandres e se a edição deste ano do Paris-Roubaix terminar com um grupo de ciclistas no velódromo, como o próprio já o disse, após muitos quilómetros ele tem um bom sprint.

Wout van Aert – O jovem ciclista belga Tri-Campeão do mundo de Ciclocrosse contratado pela Jumbo-Visma está no seu primeiro ano World Tour mas dispensa apresentações, os resultados falam por si: 3.º na Strade Bianche, 6.º na Milan San-Remo, 2.º na “E3 BinckBank Classic”.

Todos estes e os outros vão lutar para vencer a rainha das clássicas do pavé, vão deixar todas as suas forças naquele percurso e no final o vencedor, ganha isto.

Quantos sonham ter este mítico “calhau” em casa?
Domingo 14/04/2019 vai ser entregue ao vencedor no velódromo de Roubaix, apostas em alguém?
Poderás acompanhar a prova na Eurosport 1, com os comentários do Paulo Martins e Gonçalo Moreira.
Para saberes um pouco mais da história e da envolvente da prova, deixamos-te dois excertos de dois bons filmes sobre o Paris Roubaix, onde podes ver factores históricos como os duches do velódromo de Roubaix, que têm mais de 100 anos e cada um tem uma placa com o nome de um vencedor da prova.
Road to Rouaix
Hell of the north
Start list das equipas para este ano.
Bora-Hansgrohe
SAGAN Peter
OSS Daniel
BODNAR Maciej
BURGHARDT Marcus
SAGAN Juraj
SCHILLINGER Andreas
Direct Energie
PETIT Adrien
CARDIS Romain
GAUDIN Damien
GÈNE Yohann
LIGTHART Pim
PICHOT Alexandre
TURGIS Anthony
EF Education First
PHINNEY Taylor
VANMARCKE Sep
BRESCHEL Matti
DOCKER Mitchell
HOFLAND Moreno
LANGEVELD Sebastian
SCULLY Tom
Cofidis, Solutions CréditsLAPORTE Christophe
FORTIN Filippo
HOFSTETTER Hugo
TOUZE Damien
VAN LERBERGHE Bert
VANBILSEN Kenneth
LEMOINE Cyril
Arkéa Samsic
GREIPEL André
BONNAMOUR Franck
FEILLU Brice
JARRIER Benoît
RUSSO Clément
RIOU Alan
WELTEN Bram
Delko Marseille Provence
ARERUYA Joseph
ŠIŠKEVIČIUS Evaldas
FILOSI Iuri
JONES Brenton
KASPERKIEWICZ Przemysław
LEVEAU Jérémy
TRARIEUX Julien
Vital Concept – B&B Hotels
DE BACKER Bert
BOECKMANS Kris
ERMENAULT Corentin
LECROQ Jérémy
MORICE Julien
TURGIS Jimmy
VAN GENECHTEN Jonas
Roompot – Charles
BOOM Lars
ASSELMAN Jesper
LEYSEN Senne
STEELS Stijn
VAN POPPEL Boy
TIMMERMANS Justin
UAE Team EmiratesKRISTOFF Alexander
BYSTRØM Sven Erik
GAVIRIA Fernando
LAENGEN Vegard Stake
MARCATO Marco
PHILIPSEN Jasper
BOHLI Tom
Wanty – Gobert Cycling Team
BACKAERT Frederik
DE GENDT Aimé
DE WINTER Ludwig
DEVRIENDT Tom
DUPONT Timothy
VANSPEYBROUCK Pieter
VLIEGEN Loïc
Bahrain-Merida
MOHORIČ Matej
BAUHAUS Phil
GARCÍA CORTINA Iván
HAUSSLER Heinrich
KOREN Kristijan
SIEBERG Marcel
TRATNIK Jan
Jumbo-VismaVAN AERT Wout
EENKHOORN Pascal
ROOSEN Timo
TEUNISSEN Mike
VAN DER HOORN Taco
VAN POPPEL Danny
WYNANTS Maarten
AG2R La Mondiale
DUVAL Julien
VANDENBERGH Stijn
NAESEN Oliver
DENZ Nico
DILLIER Silvan
GODON Dorian
GOUGEARD Alexis
Astana Pro Team
CORT Magnus
BALLERINI Davide
BIZHIGITOV Zhandos
DE VREESE Laurens
FOMINYKH Daniil
GRUZDEV Dmitriy
HOULE Hugo
CCC Team
VAN AVERMAET Greg
GRADEK Kamil
SCHÄR Michael
VAN HOECKE Gijs
VAN HOOYDONCK Nathan
VAN KEIRSBULCK Guillaume
WIŚNIOWSKI Łukasz
Deceuninck – Quick-Step
ŠTYBAR Zdeněk
ASGREEN Kasper
DECLERCQ Tim
GILBERT Philippe
KEISSE Iljo
LAMPAERT Yves
SÉNÉCHAL Florian
Groupama – FDJ
DÉMARE Arnaud
DUCHESNE Antoine
GUARNIERI Jacopo
KONOVALOVAS Ignatas
LE GAC Olivier
SARREAU Marc
SINKELDAM Ramon
KÜNG Stefan
Lotto-Soudal
KEUKELEIRE Jens
BENOOT Tiesj
DEWULF Stan
FRISON Frederik
MAES Nikolas
NAESEN Lawrence
VAN GOETHEM Brian
Mitchelton-Scott
TRENTIN Matteo
AFFINI Edoardo
BAUER Jack
HEPBURN Michael
MEZGEC Luka
SCOTSON Callum
STANNARD Robert
Movistar TeamROELANDTS Jürgen
ARCAS Jorge
BENNATI Daniele
CASTRILLO Jaime
ERVITI Imanol
SEPÚLVEDA Eduardo
SÜTTERLIN Jasha
Dimension Data
BOASSON HAGEN Edvald
BAK Lars Ytting
EISEL Bernhard
JANSE VAN RENSBURG Reinardt
THOMSON Jay Robert
TILLER Rasmus
VERMOTE Julien
Katusha – Alpecin
POLITT Nils
DEBUSSCHERE Jens
BIERMANS Jenthe
HALLER Marco
HOLLENSTEIN Reto
KUZNETSOV Vyacheslav
WÜRTZ SCHMIDT Mads
Team Sky
MOSCON Gianni
ROWE Luke
DOULL Owain
KNEES Christian
LAWLESS Chris
STANNARD Ian
VAN BAARLE Dylan
Team SunwebARNDT Nikias
BOL Cees
CURVERS Roy
KÄMNA Lennard
KRAGH ANDERSEN Asbjørn
PEDERSEN Casper
WALSCHEID Max
Trek – SegafredoDEGENKOLB John
DE KORT Koen
KIRSCH Alex
MULLEN Ryan
PEDERSEN Mads
STUYVEN Jasper
THEUNS Edward
Fotografia: site da organização, P. Ballet, BrakeThrough-Media.
Por: Luís Beltrão