Enric Mas repete liderança no Tour e estará com Nairo Quintana na Vuelta. Analisamos o regresso do colombiano à Movistar.
Aos 33 anos, Nairo Quintana prepara-se para recuperar o tempo perdido. Em 2023 esteve à margem do ciclismo profissional e limitou-se a rodar em grupo nos Gran Fondo que organizou em Santander (Colômbia) e San Luis Potosí (México).
Foi uma longa travessia no deserto desde que acusou tramadol durante o Tour de France de 2022. O analgésico só entra na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidopagem em janeiro de 2024, mas a UCI antecipou-se e declarou o tramadol inimigo número um do ciclismo.
Nairo Quintana perdeu o 6º lugar no Tour e foi o primeiro atleta sancionado por esta infração, mas o castigo a sério chegou quando ficou sem lugar no pelotão.

Como está Nairo Quintana?
A última vez que colocou um dorsal nas costas foi em fevereiro de 2023, nos Nacionais. Em vez de assinar por uma equipa local – como fez Miguel Angel López – Nairo Quintana optou por esperar que a porta do WorldTour se reabrisse.
Foi a Movistar que lhe deu a segunda oportunidade e foi na Movistar onde viveu os melhores momentos da carreira: vitória no Giro em 2014, conquista da Vuelta em 2016 e três pódios no Tour.
O TopCycling quis saber como está Nairo Quintana? Nélson Oliveira pedalou ao lado do corredor de Boyacá no recente estágio da equipa em Calpe.
“Estou convencido que o Nairo Quintana vai voltar forte, embora seja um corredor diferente daquele que era quando saiu da Movistar. Entretanto passou três anos noutra equipa, esteve um ano parado, mas também acumulou experiências. Nos treinos nota-se que está bem e estou curioso para ver como será em corrida.”
Nélson Oliveira
Ninguém pode garantir que Quintana vai ser capaz de voltar ao mesmo nível do último ano na Arkéa-Samsic. Em 2022 recuperou certo brilho no Tour ao fechar 6º e foi 2º na Vuelta ganha por Remco Evenepoel.
Iván Velasco é diretor de rendimento da Movistar e admite que na aposta no colombiano há uma variável de risco.
“Honestamente não sabemos como vai regressar. Esteve a treinar com intensidade, mas passou uma temporada sem competir e não sabemos se isso terá efeitos. Ele está muito motivado, preparou-se bem, mas não saberemos até começar a competir.”
Iván Velasco

Enric Mas mantém-se como“capo”
A equipa fica mais forte na alta montanha e ganha um líder para dividir a responsabilidade (ou quem sabe rivalizar) com Enric Mas. Não convém esquecer que Nairo Quintana foi 2º na Vuelta ganha por Remco Evenepoel.
Durante a apresentação da equipa, que decorreu em Madrid no edifício Telefónica, o diretor-geral Eusebio Unzué confirmou as hirarquias nas grandes Voltas. O maiorquino será líder no Tour, o colombiano vai com Einer Rubio ao Giro, enquanto para a Vuelta juntam-se Mas e Quintana.
Enric Mas mantém-se como “capo”, mesmo que em 2023 tenha falhado o pódio na Vuelta e abandonado o Tour por queda logo na etapa de abertura.
“Temos a confiança de que tem uma grande volta nas pernas, já o demonstrou quando fez pódio na Vuelta. Em 2022 passou por uma série de episódios que lhe debilitaram a confiança – quedas, incidentes de corrida – e demonstrou que mentalmente é muito forte. Teve um Tour para esquecer e na Vuelta andou com os melhores.”
Iván Velasco
Há que aguardar para conferir como rendem Quintana e Mas, embora seja certo que ambos fazem parte da lista de ciclistas com algo a provar em 2024.