O TopCycling foi à Figueira da Foz sentir o ciclismo. Aos que não puderam lá estar contamos aquilo que as câmaras não filmaram na Figueira Champions Classic.
Há poucos desportos tão heterogéneos quanto o ciclismo. Na mesma rua encontramos equipas milionárias e modestas, aficionados de todos os estratos sociais.
Durante um fim-de-semana respirou-se ciclismo na Figueira da Foz graças à Figueira Champions Classic/Casino da Figueira.
As cores do pelotão são a imagem de marca, os ciclistas profissionais são as estrelas e o destaque natural deste desporto, mas o Topcycling foi à Figueira da Foz com um objetivo: mostrar os fãs do ciclismo, as pessoas que vão ver ciclismo, mostrar e incentivar outros a fazerem-no porque ali, não obstante as preferências de equipas de cada um, todos estão por paixão à modalidade.
Luís Beltrão
Na Avenida 25 de abril vivemos a emoção da partida e a euforia da chegada.
Rulotes de churros ao lado de hotéis de cinco estrelas. Minis e febras grelhadas nas subidas da serra da Boa Viagem. Há algo mais português do que saborear um pão com chouriço à beira-mar?
É na fusão que está o segredo. Juntar o popular e o sofisticado, ver desporto premium sem pagar bilhete. Faltam as multidões de outros tempos, mas sobra paixão e é graças a ela que o ciclismo perdurará.
Apesar meteorologia não ter sido convidativa a resposta dos fãs foi forte. Vieram à Figueira da Foz de várias partes do país e junto com as estrelas do pelotão tornaram-se influencers da cidade, do concelho e da região Oeste.
Figueira da Foz posiciona-se lá fora e cá dentro
Imaginem um belga, que quase não vê o sol desde setembro, que acorda frio e vai dormir gelado. Como terá vibrado no sofá quando Remco Evenepoel atacou?
A chuva foi abafada pelo arco-íris, pelo menos para os profissionais já que quem fez o Granfondo no domingo merecia uma estátua. O tempo é caprichoso, mas o inverno passa-se melhor junto ao Atlântico.
Os belgas foram relembrados disso mesmo enquanto seguiam o seu campeão na Figueira Champions Classic. Virão muitos conhecer a Figueira? O retorno de uma transmissão para 280 países vai além das taxas de ocupação dos hotéis e com este evento a Figueira da Foz posiciona-se lá fora e cá dentro.
Antigas glórias vestiram-se a rigor
Convidados que brindaram com Sean Kelly – embaixador da prova – com espumante da Bairrada. A armada “tuga” a empurrar Ruben Guerreiro e António Morgado nas pendentes mais inclinadas.
As antigas glórias vestiram-se a rigor e levaram-nos numa viagem pelo tempo? Venceslau Fernandes, Alexandre Ruas, Carlos Carneiro. Uns foram malandrecos e só apareceram para a foto, como o Paulo Martins, que trouxe o florescente maillot da Gresco-Tavira.
Longa vida à Figueira Champions. Para o ano está garantida e só podemos desejar que tenha vindo para ficar.