Vianense Iúri Leitão fechou maio com quatro triunfos e está na Ronde de l’Oise onde ganhou em 2022. Nacional de estrada e Mundial de pista no horizonte.
As vitórias não são tudo na vida de um ciclista, mas ajudam a ratificar o trabalho e dão confiança. É nesse estado de espírito que Iúri Leitão (Caja Rural-RGA) chega a França para competir na Ronde de l’Oise, prova de categoria 2.2 integrada no circuito UCI Europa.
O sprinter de Viana do Castelo iniciou maio com etapa e classificação geral na Volta à Grécia. Na semana passada picou o ponto duas vezes no GP Beiras e Serra da Estrela. É a melhor época de sempre do corredor de 24 anos.
“Venho num bom momento de forma. O trabalho do inverno para entrar forte na qualificação olímpica trouxe frutos não só nos resultados da pista como também nos da estrada. O Europeu correu bastante bem, nas Taças do Mundo as coisas foram progressivamente melhorando e aí foi quando senti que o ponto de forma chegou e desde então os resultados têm demonstrado isso mesmo.”
Iúri Leitão ao TopCycling.
Principal objetivo é o Mundial
A progressão na pista foi em crescendo. No Europeu de fevereiro foi 6º no scratch e 4º no madison ao lado de Rui Oliveira. Das Taças do Mundo foi a de Milton (Canadá) que correu melhor: 6º no omnium e 1º no madison com Ivo Oliveira.
Estas são as duas disciplinas onde Portugal aspira a ter atletas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 já que as nações apuradas via madison têm direito a um representante no omnium!
“Para o resto da época o Mundial de pista é o objetivo principal e é a última prova da qualificação olímpica, a equipa está ciente disso. Também tenho entregado resultados à equipa portanto tem dado para gerir o compromisso com a pista. Não vou correr muito mais nesta primeira metade do ano. Faço o Campeonato Nacional e depois vou ter um momento de pausa para redefinir objetivos com a equipa. O principal objetivo é o Mundial.”
Iúri Leitão ao TopCycling.
Sem descurar a estrada, o foco de Iúri Leitão está colocado em Paris 2024, um objetivo de carreira para um atleta que já conta com nove medalhas entre Europeus e Mundiais.
Ronde de l’Oise louca, aberta e com muitos ataques
Maio de 2023 foi possivelmente o melhor mês da carreira do ciclista da Caja Rural-RGA na estrada.
Tudo começou com uma vitória que até esteve para nem acontecer.
“A Volta à Grécia foi espetacular para nós. Eu nem estava escalado para ir e por doença de um colega fui e saiu-nos bem. O GP Beiras foi uma surpresa porque tive sensações melhores do que as que pensava que ia ter. Com a dureza da corrida acabei por me manter com boas pernas para sprintar e isso deixa-me tranquilo e relaxado para esta corrida.”
Iúri Leitão ao TopCycling.
Michal Schlegel tem sido a sombra de Iúri Leitão
Voltar à Ronde de l’Oise é voltar a um lugar onde Iúri Leitão já foi feliz.
Na época passada venceu a 2ª etapa em Ribecourt-Dreslincourt, perdeu duas para Jason Tesson (atualmente na TotalEnergies) e foi 6º na geral. Este ano é o sprinter mais cotado a par do francês Pierre Barbier – na St Michel-Mavic-Auber 93 após seis anos no WorldTour com Israel e Ag2r.
“Parece-me que o percurso deste ano é ligeiramente diferente. Trazemos uma equipa forte, com ciclistas rápidos e se a equipa decidir apostar em mim penso que estarei à altura de entregar resultados. O ponto mais importante é que venho tranquilo e o resultado que sair será bem-vindo; se vierem mais vitórias, perfeito, senão o ano ainda vai a meio.”
Iúri Leitão ao TopCycling.
O percurso é um pouco menos seletivo do que em 2022, exceto no último dia onde os 40km finais serão exigentes. Ao bom estilo das provas francesas, sem presença das WorldTour, espera-se uma Ronde de l’Oise louca, aberta e com muitos ataques.
O bloco da Caja Rural-RGA é o mais forte. O checo Michal Schlegel tem sido a sombra de Iúri Leitão e voltará a ser o homem chave na aproximação ao final das etapas.
A 1ª etapa acaba num topo de 700m a 8-9%, depois serão etapas mais longas e mais tranquilas. Ligeiras diferenças face à última edição que foi ganha por James Fouche (Bolton Equities Black Spoke – equipa neozelandesa que subiu a ProTeam este ano).
- Etapa 1 Beauvais – Clermont (145,9k)
- Etapa 2 Breteuil – Margny-lès-Compiègne (181k)
- Etapa 3 Andeville – Le Plessis-Belleville (189,9k)
- Etapa 4 | Breuil-le-Sec – Liancourt (158,9k)
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