INEOS Grenadiers confirmou, esta quarta feira, o divórcio anunciado com Tom Pidcock. Uma revolução que vem aí e começa pela estrela da companhia.
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Sinais do Divórcio entre Tom Pidcock e INEOS
Os sinais da ruptura entre Tom Pidcock e INEOS Grenadiers já se vinham a notar, devido a disputas com o calendário do corredor, ou o seu foco em várias disciplinas. Mas as tensões culminaram em 2024 – um ano abaixo das expetativas, para Pidcock e para a INEOS.
A equipa ganhou apenas 14 corridas em 2024, e o corredor britânico venceu apenas uma vez esta época – na Amstel Gold Race – depois de só ter vencido por duas vezes em 2023, na Volta ao Algarve e na Strade Bianche. Em setembro, pareceu culpar a INEOS pelos resultados:
Sim, é verdade que há um número de problemas dentro da equipa com que tenho de lidar, e para ser honesto, não me ajudam a estar no meu melhor.
Tom Pidcock
Em outubro, o ‘Sporza’ publicou um artigo em que um “espião do pelotão” contava que Pidcock mantinha uma postura “solitária” dentro da INEOS, com “o seu próprio doutor e staff”. Nesse mesmo mês caiu a notícia “bomba” da desseleção de Pidcock Il Lombardia, último monumento do ano.
Il Lombardia marcou o fim
Na véspera da clássica das folhas mortas, e quando tudo indicava que Pidcock alinhasse à partida, a equipa reverteu a sua seleção para a corrida, sem qualquer explicação. O britânico não se conteve:
Mesmo quando as coisas estavam a melhorar depois de um fim de ano turbolento, dou desselecionado da Lombardia amanhã. Estou em grande forma e estava entusiasmado! Boa sorte aos rapazes, para mim o fim de época veio mais cedo. Obrigado a todos os que me apoiaram nos tempos difíceis.
Tom Pidcock
O diretor desportivo da INEOS comentou, na altura, a situação: “Obviamente não sou estúpido, parace estranho, mas a realidade é que a equipa tem o direito de o fazer. É toda a informação que tenho agora. Foi uma decisão da Direção acerca da equipa final.”
Até Geraint Thomas, um dos mais experientes do pelotão e da equipa, teve alguns comentários em relação à situação:
“Não sei o que se passou, mas quando és o ciclista mais bem pago da equipa, é uma situação muito má. Ele não está contente, a equipa também não. Como chegou até aqui? Não sei (…) As pessoas à volta do Tom, não me parece que ajudem… Vi que o Zak disse que era uma decisão da direção, então não tem a ver com performance. Eu não sei nada sobre isso, nos somos só ciclistas, certo? O que é que sabemos da Direção?”
Geraint Thomas
O anúncio do fim e o que vem aí
A INEOS anunciou, finalmente, o fim da ligação entre a equipa e Tom Pidcock. Numa publicação nos seus canais oficiais, a equipa agradeceu ao ciclista que estava na equipa desde 2021. O CEO deixou uma breve mensagem:
Estamos muito orgulhosos de ter trabalhado com o Tom e tê-lo ajudado a alcançar alguns momentos extraordinários e memoráveis. Juntos, escrevemos um capítulo poderoso, e mostramos o quão entusiasmante e diversificado o ciclismo profissional pode ser. O Tom tem objetivos multidisciplinares e acreditamos que esta decisão permite às duas partes perseguir as suas ambições futuras com clareza, propósito e determinação. Agradecemos ao Tom pelos últimos três anos, e desejamos-lhe a maior sorte para o futuro.
John Allert
E o que traz o futuro? Ao que tudo indica a Q36.5, equipa suíça de nível ProTeam. A hipótese ganha força devido às ligações entre a equipa e a Pinarello, marca de bicicletas utilizadas por Pidcock quando corre Ciclocrosse ou MTB. Teria também liberdade para apontar aos seus objetivos pessoais, visto que seria a figura grande na equipa.
Nada está confirmado, para além da saída da INEOS – a Red Bull ou a Visma também já se terão demonstrado interessadas. Na equipa britânica, uma pequena revolução toma lugar: sete ciclistas saíram, incluindo Pidcock, Hayer ou Narváez, e ainda o chefe de performance, Stephen Cummings que rumou à Jayco.
Fotografia de destaque: A.S.O. / Charly Lopez