Faleceu Rik Van Looy – Recordamos quem foi o Imperador de Harentals

Faleceu Rik Van Looy – Recordamos quem foi o Imperador de Harentals

Foi confirmado o falecimento da lenda do ciclismo Rik Van Looy, no passado dia 18 de dezembro. 

O TopCycling deixa a sua nota de condolências, e recorda um dos maiores ciclistas que o mundo teve oportunidade de testemunhar.

O Início da Lenda

Apesar de já contar com algumas vitórias nos anos anteriores, a explosão de van Looy deu-se em 1956, quando o belga venceu Scheldeprijs, Gent – Wevelgem e ficou em segundo lugar nos campeonatos do mundo. 

Em 1957, os mundiais corriam-se pela segunda vez na Flanders, e o mundo assistiu à batalha dos Riks: Van Steenbergen (bicampeão mundial, 33 anos) vs Van Looy (estrela emergente) 

Vinham de ser 1º e 2º no Mundial anterior. A meta estava no estádio do Zulte Waregem e apesar de Van Looy ter andado fugido foi alcançado e ao sprint ganhou Van Steenbergen. Rik I vencia Rik II, mas uma carreira brilhante estava mesmo a começar.

Auge da carreira

O imperador de Harentals dominou o pelotão internacional no início dos anos 60. Logo em 1959, uma amostra do que estava para vir, com vitórias na Volta à Flanders e na Il Lombardia – depois de já ter ganho o primeiro monumento em 58 (Milano-Sanremo). 

Seguiu-se o domínio: venceu os mundiais de 1960 e 1961. Até 1962 tinha conseguido um feito apenas conseguido por três ciclistas na história: vencer os cinco monumentos. Terminou a carreira com oito conquistas (3x Paris-Roubaix; 2x Volta a Flanders; Liége-Bastogne-Liége; Milano-Sanremo). 

Apesar de nunca ter conquistado uma grande volta, ele que era maioritariamente sprinter e Classicomano, venceu entre 1958 e 1969, 37 etapas dividas pelos três eventos de três semanas.

O perfil implacável

São muitas as histórias que relatam a autoridade de Van Looy, e a maneira como o belga mantinha o controlo do pelotão. 

Um relato que se destaca aparece no livro ‘Mercx: Half man, Half Bike’, de William Fotheringham, em que o autor detalha as batalhas de um jovem Eddy  – que se recusava a conformar com a partilha de vitórias entre um círculo pequeno de ciclistas – contra aquele que era tido como o sistema do imperador Looy. 

Nem por isso o super campeão deixou de elogiar Van Looy na hora da partida:

É um dos melhores ciclistas belgas de sempre. Foi um grande campeão e um grande adversário. A sua força de vontade, e a determinação pela vitória são coisas que vão ficar comigo para sempre

Eddy Merxc à Gazet van Antwerpen
Créditos: ASO / Pauline BALLET

Outro episódio marcante foram os campeonatos do mundo de 1963. O colega Benoni Beheyt, gregário de Looy, venceu a corrida. Os dois tocaram-se na meta e Beheyt acabou por ser campeão acidental. Rik considerou ter sido enganado. 

A marcação de Looy a Beheyt foi cerrada depois do incidente e o campeão de 63 acabou por ter uma carreira curta, muito por causa dessa vitória. Anos mais tarde, viu o neto Guillaume Van Keirsbulck chegar ao ciclismo profissional.

A equipa a condizer e o legado do campeão

Em 1962, formou a Guarda Vermelha na Flandria, uma super equipa composta de alguns dos melhores ciclistas do mundo, próximos de Van Looy. 

É nesta altura, dentro desta equipa, é à volta da figura do Imperador de Harentals que surge uma das táticas mais inovadoras da história do ciclismo: o lead-out train, hoje parte integral de qualquer etapa que termine ao sprint.  

Também assim, para além das vitórias, Rik van Looy deixou a sua marca no ciclismo profissional, ao protagonizar, em 1962, o início de uma prática que se iria popularizar até ser a norma no ciclismo moderno. 

Van Looy correu apenas uma época na Flandria, equipa que corria como Faema antes da entrada do patrocinador belga. No ano seguinte, mudou de equipas, mas a guarda vermelha seguiu quase toda com o Imperador para a aventura seguinte.

Créditos: Unipublic Sprint Cycling Agency

Créditos da fotografia de destaque: A.S.O. / Charly Lopez

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