Europeu de ciclismo arrancou com o contrarrelógio. Nélson Oliveira foi o melhor português e Joshua Tarling fez história.
Não é comum ver um atleta saltar de júnior a profissional, mas tem acontecido com maior frequência nos últimos anos. Joshua Tarling (Ineos) saltou o escalão de sub-23 e mostrou em Drenthe (Países Baixos) que é um sobredotado.
O britânico tornou-se o mais jovem ciclista a vencer o título europeu de contrarrelógio em elites masculinos superando Remco Evenepoel em 2019. O belga nasceu em janeiro enquanto Tarling é de fevereiro, mas ambos saíram do Europeu com o ouro aos 19 anos.
A prova dos elites masculinos (29,8km planos e marcados por vento contra e cruzado) viu o campeão em título Stefan Bisegger dar a prata à suíça e Wout Van Aert dar o bronze à Bélgica. Stefan Kung ia a caminho do 2º lugar quando caiu no final do percurso fraturando alguns dedos e ossos da cara.
Missão cumprida de Nélson Oliveira
Entre os portugueses destaque para mais uma missão cumprida de Nélson Oliveira. O corredor da Movistar foi 6º (como no Mundial) graças a uma prova onde fechou o top 10 no primeiro ponto de cronometragem, passou em 8º no segundo e concluiu a prova nos seis melhores.
Ivo Oliveira, engripado, também alinhou no crono e fechou na 18ª posição.
“Depois da Vuelta não sabia como as pernas iriam reagir. Felizmente, senti-me bem. O percurso totalmente plano favorecia os corredores com mais peso, mas acho que fiz um bom contrarrelógio.“
Nélson Oliveira

Reusser sorriu
A Suíça manteve o domínio nas elites femininas com Marlen Reusser a sagrar-se tricampeã europeia (fica a um título da recordista Ellen van Dijck, ausente por baixa de maternidade).
Reusser sorriu após terminar os Mundiais a chorar, esgotada mentalmente por uma excecional época na qual já soma oito triunfos. A suíça bateu Anna Henderson (Grã-Bretanha) e Christina Schweinberger (Áustria) que ficaram separadas por um segundo; no Mundial foi Schweinberger a tirar o bronze a Henderson por dois segundos!
Não houve portuguesas no evento de elites, mas Daniela Campos correu com as sub-23 obtendo a 16ª posição a 24 segundos do top 10 e a menos de um minuto do pódio.
A britânica Zoe Backstedt, campeã mundial júnior no ano passado, bateu a alemã Antonia Niedermaier, campeã mundial sub-23 na disciplina, por quase um minuto e a finlandesa Anniina Ahtosalo por mais de minuto e meio.
“Tive as melhores sensações possíveis para um contrarrelógio, exercício que já não fazia há mais de um ano. Independentemente do resultado, o desempenho foi super. Só tenho de estar feliz com as minhas sensações, que são importantes para a prova de fundo.”
Daniela Campos

Top 20 de António Morgado
Tal como as sub-23 femininas, o pelotão masculino também fez um contrarrelógio de 20,6km. O vice-campeão mundial Alec Segaert dominou para a Bélgica e bateu um duo dinamarquês composto pelo campeão nacional, Carl-Fredrik Bévort, e pelo campeão mundial júnior de 2021, Gustav Wang.
. O top 20 de António Morgado foi a nota positiva num dia difícil para Gonçalo Tavares (29º) que teve parar duas vezes para vomitar. Portugal alinhou com dois sub-23 de primeiro ano, com o vice-campeão mundial de fundo a fechar 20º
“Desenvolvi a potência que contava e sabia que a diferença para o primeiro deveria ser inferior a dois minutos, o que aconteceu”, explicou o corredor português.
António Morgado
As corridas de juniores coroaram dois dos melhores atletas da época. Nos rapazes foi Albert Withen Philipsen a ganhar para a Dinamarca, após já ter ganho o título mundial de fundo em Glasgow. Nas raparigas foi Federica Venturelli a dar o ouro à Itália.