Clássica de Hamburgo | Nélson Oliveira brilha na fuga, António Morgado no top 10
Nélson Oliveira foi o motor da fuga que terminou triunfante na clássica de Hamburgo. António Morgado sofreu, mas sprintou para o melhor resultado de sempre de um português na prova
Uma fuga de três homens ‘enganou’ um super pelotão numa clássica de Hamburgo que tem final habitual ao sprint.
A trabalhar (e muito) nesse grupo vinha Nelson Oliveira (Movistar), que aos 36 anos continua a lutar no mais alto nível do ciclismo mundial. António Morgado (UAE Emirates XRG) fechou na sétima posição.
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Nélson Oliveira brilha em Hamburgo
Uma fuga de quatro homens saiu para a frente da corrida no início do dia, numa movimentação que parecia condenada – só por uma vez desde 2008 a Clássica de Hamburgo não terminou com vitória ao sprint.
O português da Movistar tinha outras ideias: a fuga cooperou bem e construiu uma vantagem que permitia sonhar, mas nos últimos quilómetros, foi Nélson Oliveira o motor dos fugitivos, com o pelotão a meros segundos.
A cerca de 300 metros para o fim, Rory Townsend (Q36.5 Pro Cycling) lançou o sprint e matou as esperanças do português. O campeão nacional da Irlanda triunfou com o pelotão a chegar à distância de duas bicicletas – primeira vitória desde 2023, excluindo os campeonatos nacionais.
António Morgado sofreu durante a corrida, mas agarrou-se ao grupo da frente, e terminou em sétimo no sprint final, à frente de nomes como Wout Van Aert (Visma | LAB) ou Biniam Girmay (Intermarché – Wanty).
O ‘bigode das Caldas’ torna-se no melhor português de sempre em Hamburgo, depois do oitavo lugar de Manuel Cardoso em 2011.

Nem só de vitórias se vive no WorldTour
A vitória voltou a escapar a Nélson Oliveira. Excluindo os campeonatos nacionais, o histórico da Movistar conta com uma no currículo, na Volta a Espanha, em 2015.
Ganhar está muito caro no ciclismo profissional, ainda mais no WorldTour, mas nem só de vitórias vive um ciclista: Nélson Oliveira foi protagonista, quiçá o maior culpado pelo triunfo da fuga na Clássica de Hamburgo.
O português não tem ganho muito na sua carreira, mas tornou-se num ciclista inestimável na Movistar: são, ao todo, 22 Grandes Voltas na carreira – todas elas concluídas.
A qualidade no contrarrelógio manteve-se ao longo da carreira, e, do ponto de vista coletivo, a capacidade de trabalho fez de Nélson Oliveira uma ajuda preciosa para vários líderes, ao longo de 16 anos no WorldTour.

A Clássica de Hamburgo serviu, de resto, para por lado a lado dois dos nomes grandes do ciclismo português, ainda que em fases diferentes da carreira: António Morgado continua a sua ascensão na mais alta esfera do ciclismo, depois de três vitórias até ao momento em 2025.
Nélson Oliveira, por outro lado, continua a provar que, aos 36 anos, a ambição de voltar a levantar os braços não é desmedida. E mesmo que não o volte a conseguir, dificilmente se duvidará do valor do português, natural de Anadia, que corre entre os melhores do mundo há mais de década e meia.
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Top 10 da clássica de Hamburgo
| Classificação | Corredor | Equipa | Tempo |
|---|---|---|---|
| 1 | Townsend Rory | Q36.5 Pro Cycling Team | 4:24:06 |
| 2 | De Lie Arnaud | Lotto | ,, |
| 3 | Magnier Paul | Soudal Quick-Step | ,, |
| 4 | Philipsen Jasper | Alpecin – Deceuninck | ,, |
| 5 | van Poppel Danny | Red Bull – BORA – hansgrohe | ,, |
| 6 | Wright Fred | Bahrain – Victorious | ,, |
| 7 | Morgado António | UAE Team Emirates – XRG | ,, |
| 8 | Girmay Biniam | Intermarché – Wanty | ,, |
| 9 | Louvel Matis | Israel – Premier Tech | ,, |
| 10 | van Aert Wout | Team Visma | Lease a Bike | ,, |