A Campagnolo, apesar de não ser o maior “player” no mercado das transmissões, é uma marca com mais de 85 anos de história, durante a qual teve grupos de transmissão e rodas lendárias na estrada.
A marca italiana adianta-se à concorrência no lançamento das 12 velocidades, mas só o tempo dirá se as outras marcas vão seguir este caminho, pois isto pode não ser visto como uma revolução. Ou será?

No caso da Campagnolo é pelo menos uma evolução, pois este lançamento acompanha os novos grupos “Record” e “Super Record”, com melhorias também a outros níveis.
Aqui vamos só abordar aquilo que é a principal novidade, as 12 velocidades, e neste campo a grande actualização é o desviador traseiro, que teve que ser todo redesenhado.
O novo grupo Campagnolo de 12 velocidades usa a caixa das roldanas com 72.5mm e é compatível com ambas as novas cassetes 11-28 e 11-32. O pivot da caixa das roldanas funciona agora mais próximo da cassete que anteriormente, o que resulta numa melhoria significativa da passagem de mudanças.
Para além disto, a área de contacto entre a corrente e a cassete foi aumentada com a roldana superior a mover-se para a frente com cada mudança de velocidade.
Segundo a marca esta nova tecnologia denominada “3D Embrace Technology”, permite que mais dentes da cassete estejam em contacto com a corrente o que se reflecte numa maior eficiência e precisão da transmissão.
O desviador foi construído com um novo material à base de termopolímero ultra-leve, reforçado com carbono o que permitiu aos engenheiros da Campagnolo reduzir o peso, mantendo o mesmo nível de desempenho.
Fizeram ainda algumas alterações para facilitar a manutenção, colocando todos os parafusos de afinação na parte superior traseira do desviador do desviador, o que permite um acesso fácil aos mesmos.
Outro pequeno detalhe é a nova mola de retorno, que segundo a marca absorve as vibrações do asfalto e mantém a corrente em tensão.
As cassetes
Ambas as versões “Record” e “Super Record” partilham as mesmas cassetes (11-28 e 11-32), que têm a mesma largura da cassete 11X da Campagnolo (uma óptima notícia, pois evita que os utilizadores tenham que fazer actualizações dispendiosas de cepos e rodas).
Significa também que os engenheiros da Campagnolo tiveram essa preocupação e precisaram encontrar uma forma de reduzir a largura do carretos e corrente.
Isso afecta a durabilidade destes componentes?
De acordo com a marca não, pois resolveram esse desafio usando novos materiais na construção da cassete, onde o carreto superior é dividido em dois blocos feitos de aço monolítico que em combinação com um revestimento químico, garantem alta durabilidade da cassete.
Além disto, a própria tecnologia “3D Embrace”, também confere maior durabilidade destes componentes.
Fará diferença? Será uma revolução com tendência a ser seguida pelas outras marcas?
Não tendo experimentado este equipamento, na nossa opinião (e falando só das 12 velocidades), acreditamos que a evolução é algo natural, e nas bicicletas tu também sabes que seja por uma questão de marketing ou técnica, actualmente é um mercado de rápida evolução.
Ao nível da experiência proporcionada na estrada não sabemos se fará uma diferença muito notória, na nossa opinião existe uma lacuna neste lançamento, que é nenhuma das cassetes disponíveis ter um carreto com 10 dentes por exemplo.
Por outro lado é verdade que terá um rácio maior permitindo passagens mais suaves e ter mais dentes no carreto superior, sem fazer um “salto” muito grande para o seguinte.
O que nos deixa na dúvida é, qual o caminho que se irá seguir na vertente “Estrada” do ciclismo?
A marca “3T” tem uma bicicleta de Estrada (a 3T Strada) que tem um só prato (com transmissão SRAM) e 11 velocidades. Neste caso sim, as 12 velocidades podem fazer uma grande diferença, diminuindo a diferença de dentes entre os carretos nas passagens de mudanças.
Então o caminho a seguir, será todos avançarem para 12X2, ou 12X1?
Deixa nos comentários a tua opinião.
Deixamos-te fotos dos restantes componentes.



O disponibilidade está prevista para Junho, mas depende do importador de cada país.
Os pesos e preços anunciados são:
- 2,041 gr’s. e um preço de € 2,915 para o Super Record de calços.
- 2,323 gr’s. e um preço de € 3,199 para o Super Record de disco.
- 2,213 gr’s. e um preço de € 1,960 para o Record de calços.
- 2,453 gr’s. e um preço de € 2,394 para o Record de discos.
(A grama no ciclismo está mais cara que o ouro). 😀 😛
Aqui tens um vídeo para veres o novo Campagnolo em movimento.
Fonte: Granfondo Cycling
Fotos: Pablo Moreno, Manuel Buck – Granfondo Cycling
Luís Beltrão
Mr.B.
Até que enfim na estrada se chega onde já se estava em BTT há muito tempo!
Vai dar para os mais fraquinhos que precisam de andamentos mais leves andarem mais depressa – por via das passagens mais graduais entre carretos numa cassete “grande”- ou sofrerem menos (quando chegarem cassetes “maiores”, que não duvido surgirão, da Campagnolo ou de outro fabricante – lembro que já existe uma cassete Ultegra 11-34.
Pode dar também para os “intermédios” alcançarem maior velocidade de ponta – se antes precisavam de um pedaleiro 34/50, com andamentos e passagens mais suaves talvez consigam usar um 36/52, ou 39/53.
Se faz diferença 12v em relação a 11v? É a mesma diferença que fez de 9v para 10v, e de 10v para 11v.
Agora só falta 12v eletrónico, com passagens entre pratos geridas como a Shimano já faz! 🙂