Está tudo preparado para o arranque Vuelta a Espanha 2022. A 77.ª edição da Volta espanhola começa dia 19 de agosto fora de portas, em Utrecht, nos Países Baixos, e termina dia 11 de setembro em Madrid. Ao todo, o pelotão cumpre uma distância de 3.280,5 quilómetros divididos em 21 etapas.
“La Vuelta Ciclista a España”, a terceira “Grande Volta” da temporada, chega depois de um Giro d’Italia que coroou o australiano Jay Hindley e de um Tour de France dominado pelo dinamarquês Jonas Vingegaard.
Quem poderá brilhar nesta edição? E que pode o pelotão enfrentar no percurso deste ano?
Favoritos e ausentes
Primoz Roglic é um nome incontornável na Vuelta. Depois de vencer as três últimas edições de forma consecutiva, o esloveno é apontado, com naturalidade, como o grande favorito, apesar de este ano ter maior concorrência que em anos anteriores.
Roglic tem também a oportunidade conseguir algo inédito, 4 vitórias consecutivas na Vuelta a Espanha.
A outra estrela eslovena do ciclismo, Tadej Pogacar, é baixa confirmada nesta Vuelta 2022. Inicialmente tinha planeado correr a prova espanhola, mas Pogacar mudou de planos e vai concentrar-se nos Mundiais na Austrália e nas clássicas de fim de temporada.
Nomes em destaque na Vuelta 2022
Em destaque na lista de inscritos estão o australiano Jay Hindley, vencedor do Giro d’Italia 2022, Remco Evenepoel, Sergio Higuita, Richard Carapaz, Mikel Landa, Jack Haig, Miguel Ángel López, Ben O’Connor, Simon Yates, Nairo Quintana, Hugh Carthy, Enric Mas e claro, o nosso João Almeida.
João Almeida surge na equipa da UAE Emirates como líder pela segunda vez esta temporada, depois de no Giro de Itália deste ano ter sido obrigado a abandonar devido a um teste positivo à Covid-19. Ivo Oliveira é o outro português que acompanhará João Almeida na equipa.
O campeão do Mundo, o francês Julian Alaphilippe, Carlos Rodriguez, Pello Bilbao, David de la Cruz ou Chris Froome também podem animar esta Vuelta e lutar por triunfos em etapas.
Destaque ainda para as despedidas do italiano Vincenzo Nibali e Alejandro Valverde que cumprem pela última vez a presença na volta espanhola.
A opinião dos especialistas
Será uma edição da Vuelta empolgante por vários motivos.
Roglič pode conquistar a 4 Vuelta consecutiva, o que por si só, já será um recorde da prova. Depois temos Hindley, o vencedor do Giro’22.Veteranos como Valverde que faz a sua última Vuelta, tendo vencido a prova em 2009, Froome que também estará de volta a uma prova que venceu em 2011 e 2017, para lá de 4 Tours e 1 Giro, e Nibali que se vai despedir do ciclismo e também venceu as três grandes voltas podem animar etapas.
Geoghegan Hart 1°Giro’20, Carapaz venceu o Giro’19 e Simon Yates vencedor da Vuelta’18 são nomes a ter em conta.
Juntando a estes grandes atletas, teremos também o verdadeiro teste de Remco Evenepoel em três semanas, bem como a presença dos portugueses João almeida, Ivo Oliveira e Nelson Oliveira.
É um percurso muito equilibrado onde vou seguir atentamente João Almeida, que na minha opinião é a Vuelta, aquela que encaixa nas características do ciclista português, e por isso o meu favorito N.° 1 à vitória final.
Paulo Martins – Comentador de ciclismo no Eurosport
Há uma regra quando entramos num café em Espanha: café “solo” é água de lavar pratos, peçam sempre “cortado”, “con leche” ou “carajillo” (com cheirinho) se forem valentes. Pelo menos disfarça o sabor.
O percurso desta Vuelta a Espanha está mais para o descafeinado. Porquê? Não é o mesmo subir os Picos de Europa do que fazer o Pico Jano ou Colláu Fancuaya, por inéditas que sejam. Não digo que não haja dureza, mas às chegadas em alto faltam sal e pimenta e o formato “unipuerto” – dia com chegada de 1ª categoria sem montanha prévia – não me convence.
A 15.ª etapa sim! Aí falamos de uma senhora jornada em Serra Nevada. Quis o destino que em abril passasse com o João Almeida por Pinos Genil, Hazallanas; fomos aos 2000m de altitude e só não chegamos à zona das pistas de esqui – onde a Unipublic quer colocar a meta –! por causa de um repentino nevão.Meti no carro o João, o Rui Costa e o Rui Oliveira porque era véspera do Giro e não queria ser o responsável por evitar a primeira vitória portuguesa numa “grande”. Imaginam os títulos: “Jornalista abandona os tugas em Serra Nevada”… Não no meu turno!
Gonçalo Moreira – Comentador de ciclismo no Eurosport
Fiz o final da etapa de carro e doíam-me as pernas só de ver, sobretudo nas rampas infernais de Hazallanas.
Menção honrosa à 17.ª etapa com o regresso à serra madrilena. Desde 2015 que La Morcuera deve provocar sonhos a Aru e pesadelos a Dumoulin.
Tirando estes dois dias muito duros, a montanha da Vuelta fica aquém do esperado e não é com dois dias de subidas na Estremadura que me convencem.
Valha-nos o contrarrelógio: 23,3km de crono por equipas a abrir em Utrecht e 30,8km de exercício individual à 10.ª etapa em Alicante.
A lei do ciclismo dita que quem faz as corridas são os corredores. Por muito bom que seja o percurso, se não o otimizarem nada feito. O mesmo vale para esta edição que sem traçados “vintage” pode ser uma boa surpresa dependendo da postura dos favoritos.
As Etapas, dias e horários de transmissão
Os Países Baixos acolhem o arranque da Vuelta dois anos depois do que estava inicialmente previsto devido à pandemia. Os fãs de ciclismo neerlandeses vão poder ver três etapas, a primeira um contrarrelógio coletivo de 23 quilómetros em Utrecht, algo que tem sido muito raro nos últimos tempos, seguindo-se duas etapas em Utrecht e Breda ideais para os ‘sprinters’.
19/08 – Etapa 1 – (TTT) | Utrecht – Utrecht (23.3km) Eurosport 1 (E1) – 16:45h
20/08 – Etapa 2 – ‘s-Hertogenbosch – Utrecht (175.1km) E1-14:00h
21/08 – Etapa 3 – Breda – Breda (193.2km) E1-11:00h
22/08 – Dia de descanso
Após um dia de viagem/descanso, a entrada em território espanhol faz-se no País Basco e já com alguma montanha, mas o primeiro grande desafio acontece dias depois com um autêntico ‘rompe-pernas’, na 6.ª etapa, com a subida ao topo do Pico Jano. Seguem-se outras subidas muito duras como o Colláu Fancuaya e Les Praers.
23/08 – Etapa 4 – Vitoria-Gasteiz – Laguardia (152.5km) E1-11:30h
24/08 – Etapa 5 – Irún – Bilbao (187km) E1-13:30h
25/08 – Etapa 6 – Bilbao – Ascensión al Pico Jano. San Miguel de Aguayo (181,2km) E1-13:30h
26/08 – Etapa 7 – Camargo – Cistierna (190km) E1-13:30h
27/08 – Etapa 8 – La Pola Llaviana/Pola de Laviana – Colláu Fancuaya (153,4km) E1-12:00h
28/08 – Etapa 9 – Villaviciosa – Les Praeres. Nava (171,4km) E1-12:00h
29/08 – Dia de descanso
Após o segundo dia de descanso, em Elche realiza-se um contrarrelógio individual de 31 quilómetros onde a luta será contra o cronómetro.
30/08 – Etapa 10 – (ITT) – Elche – Alicante (30,9km) E1-13:30h
31/08 – Etapa 11 – ElPozo Alimentación – Cabo de Gata (191,2km) E1-13:30h
01/09 – Etapa 12 – Salobreña – Peñas Blancas. Estepona (192.7km) E1-13:30h
02/09 – Etapa 13 – Ronda – Montilla (168,4km) E1-13:30h
03/09 – Etapa 14 – Montoro – Sierra de La Pandera (160.3km) E1-13:30h
04/09 – Etapa 15 – Martos – Sierra Nevada (152,6km) E1-12:00h
05/09 – Dia de descanso
Os ‘sprinters’ voltam a ter oportunidades para brilhar em Tomares, no início da terceira e ultima semana de corrida, e depois na ultima etapa entre Las Rosas e o centro de Madrid. A grande festa de consagração do vencedor da camisola vermelha acontece na Praça de Cibeles.
A terceira e última semana promete fazer algumas baixas na luta pela geral devido à muita montanha no caminho dos ciclistas. A partir da 17.ª não há descanso.
06/09 – Etapa 16 – Sanlúcar de Barrameda – Tomares (189.4km) E1-13:30h
07/09 – Etapa 17 – Aracena – Monasterio de Tentudía (162,3km) E1-13:30h
08/09 – Etapa 18 – Trujillo – Alto del Piornal (192km) E1-13:30h
09/09 – Etapa 19 – Talavera de la Reina – Talavera de la Reina (138,3km) E1-13:30h
10/09 – Etapa 20 – Moralzarzal – Puerto de Navacerrada (181km) E1-11:30h
11/09 – Etapa 21 – Las Rozas – Madrid (96,7km) E1-16:00h
O Eurosport, canal carinhosamente apelidado como ‘A Casa do Ciclismo na Europa’ emite mais de 80 horas de ação em direto desta emocionante competição.
Mais uma grande volta onde se pode desfrutar de três semanas de grande ciclismo na companhia da conhecida equipa de comentadores Luís Piçarra, Paulo Martins, Olivier Bonamici e José Azevedo.
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