Analisamos o domínio das equipas neerlandesas no período pré-Volta à Flandres e descobrimos o sucessor de Tom Boonen.
Um dos tópicos de debate durante a transmissão da Volta à Flandres masculina foi o domínio da Jumbo-Visma durante as clássicas do Norte masculinas. Wout Van Aert ganhou em Harelbeke, ofereceu a Gent-Wevelgem Christophe Laporte e o francês encarregou-se de ganhar a Através da Flandres. A saga tinha-se iniciado no fim-de-semana de abertura, em fevereiro, com Tiesj Benoot a ganhar em Kuurne e Dylan van Baarle na Omloop Het Nieuwsblad.
Tudo parecia indicar uma vitória na Volta à Flandres, o clímax do período sagrado para os belgas e demais amantes das clássicas do pavé… só que Wout Van Aert e a Jumbo-Visma falharam na Ronde!
Falharam a ler a corrida quando Mathieu van der Poel ficou cortado a 45 segundos do pelotão logo na primeira hora de corrida. O neerlandês queimou a equipa toda para fechar o espaço e esteve contra as cordas, mas a Jumbo escondeu-se e deixou que fossem as ProTeams a tomar a iniciativa. Erro estratégico.
Em termos de performance nem Benoot nem Laporte tiveram um dia super. A queda antes da primeira subida a Oude Kwaremont – que envolveu Van Aert – limitou ainda mais as opções táticas. A Jumbo andou sempre a reboque da concorrência e pagou por isso.
Não está em causa o feito inédito de como estrutura terem ganho Omloop Het Nieuwsblad, Kuurne-Bruxelas-Kuurne, E3 Harelbeke, Gent-Wevelgem e Através da Flandres. Vencer a Volta à Flandres teria sido a última pincelada na obra-prima. Na Paris-Roubaix têm nova chance de colocar a fasquia a uma altura quase intransponível.
Kopecky é a sucessora de Boonen
Há anos que os belgas aguardam pelo sucessor de Tom Boonen e finalmente a espera terminou. Não procurem no pelotão masculino; a herdeira de Boonen chama-se Lotte Kopecky!
Depois de no ano passado ganhar a Volta à Flandres com o maillot de campeã nacional, este domingo entrou em Oudenaarde apontando para o jersey da SD Works. Kopecky é a primeira belga a vencer duas edições da Ronde!
Lotte Kopecky é a favorita para ganhar a Paris-Roubaix. Em 2022 perdeu para Elisa Longo Borghini que prolongou o domínio da Trek-Segafredo no Inferno do Norte, já que Lizzie Deignan ganhou a primeira edição. É o exame que a SD Works ainda não conseguiu passar.
Aos 27 anos, a corredora de Rumst (província de Antuérpia), já ganhou ou fez pódio em todas as clássicas do Norte e tem seis títulos nacionais. É rápida ao sprint e este ano perdeu peso para passar melhor subidas curtas e explosivas. Kopecky é a sucessora de Boonen e tem uma série de épocas para construir uma carreira brilhante, à qual falta uma medalha olímpica (foi 4ª no madison em Tóquio 2020). Pistard de topo mundial, soma quatro títulos mundiais e quatro europeus nos velódromos.
SD Works melhorou o registo da Jumbo-Visma
Tal como a Jumbo-Visma, a SD Works é oriunda dos Países Baixos. Está na 14ª época de atividade e domina o ciclismo feminino há uma década (desde que era conhecida como Boels-Dolmans).
Ao longo da primavera a equipa coordenada pela campeã olímpica do Rio 2016, Anna van der Breggen, instigou o medo no pelotão feminino. A lista de triunfos é de loucos:
- Omloop Het Nieuwsblad: Kopecky
- Omloop Van Het Hageland: Lorena Wiebes
- Strade Bianche: Demi Vollering
- Volta a Drenthe: Lorena Wiebes
- Nokere Koerse: Lotte Kopecky
- Gent-Wevelgem: Marlen Reusser
- Através da Flandres: Demi Vollering
- Volta à Flandres: Lotte Kopecky
A isto juntemos as quatro provas onde fizeram 1ª e 2ª – Omloop, Strade, Nokere e Volta à Flandres!
A SD Works melhorou o registo da Jumbo-Visma, mas a voracidade de ambas estruturas faz com que Jumbo-Visma e SD Works já estejam de olho na Paris-Roubaix, como confirmou Kopecky em entrevista partilhada pela equipa.
Subscreve a newsletter semanal para receberes todas as notícias e conteúdo original do TopCycling.pt. Segue-nos nas várias redes sociais Youtube , Instagram , Twitter , e Facebook.