A Santa Cruz Bicycles foi fundada em 1994, em Santa Cruz na Califórnia, ao longo da sua história esteve exclusivamente ligada ao BTT, mais concretamente ao “Gravity” (Downhill, Free ride e Enduro), passando a ter modelos de cross-country (XC) como esta Santa Cruz Blur há alguns uns anos atrás e mais recentemente, também de Gravel.
A Santa Cruz Blur é uma bicicleta de cross-country (XC) na qual se nota o ADN da marca (bom desempenho em descida), além da qualidade de construção, este modelo orientado para o XC combina leveza, rigidez e eficiência no funcionamento do conjunto.
Vídeo do teste
Contrariando a teoria
Quando comparamos a tabela de geometria da Santa Cruz Blur TR com outros modelos de XC mais recentes, olhando para alguns números como por exemplo a abertura do ângulo do tubo de direção, diríamos que esta bicicleta será mais limitada que alguns desses modelos nos trilhos, mas quando descemos nela isso não se confirma, esta bicicleta oferece-nos tanta ou mais confiança do que outras mais recentes, com geometria mais relaxada e “moderna”.
Hoje em dia é quase comum ver uma abertura no tubo de direção, de 66,5º em bicicletas de XC (algo que há uns anos só encontrávamos em bicicletas de Trail/ All Mountain), a Blur tem “só” 67,1º.
O ângulo de tubo de direção moderadamente relaxado (quando comparado com outras) não faz notar qualquer desvantagem no terreno, pois a bicicleta convida-nos a largar o travão em trilhos técnicos.
O teste
Comecei por testar esta bicicleta em Maratona XC (XCM), no Race Nature Serra da Estrela, um evento composto por um prólogo e três etapas em linha, por uma das zonas mais montanhosas do país, mas foi nos trilhos de Sintra mais me surpreendeu.
É nos trilhos e descidas mais exigentes que as qualidades da Blur se destacam, a robustez e rigidez do conjunto quadro, suspensão, amortecedor e rodas oferecem uma confiança fora do comum, mesmo sem ter uma geometria tão atrevida como alguns modelos mais recentes de XC.
A Santa Cruz Blur foi otimizada para desempenho em cross-country, em provas técnicas e rápidas. A bicicleta é ágil na curvas e possui uma excelente transferência de potência, graças ao quadro rígido e eficiente.
Design e Construção
A Blur apresenta uma construção simples mas bastante eficiente, como escrevi anteriormente, surpreende muito quando estamos nos trilhos. Não decepciona quem procura nesta marca algo distinto e com qualidade.
O modelo testado, apetrechado com equipamento topo de gama, permite acelerações rápidas, é eficiente nas subidas (na posição intermédia do amortecedor) e a descer vai surpreender muita gente que tenha o tal “kit de unhas”.
A suspensão traseira assenta num VPP (Virtual Pivot Point) que proporciona um bom equilíbrio entre rigidez e conforto, garantindo a tração e controle exigidos por quem procura desempenho no XC, mesmo nos terrenos mais desafiantes.
Suspensão e amortecedor
Equipada com uma suspensão Fox 32 Step-Cast de 100 mm na dianteira e um amortecedor traseiro Fox Float Performance DPS, a Blur oferece o desempenho suave e consistente característicos da marca FOX.
Componentes e Especificações
Esta Santa Cruz Blur vem equipada com componentes de alta qualidade, como um grupo SRAM Eagle X0 AXS de 12 velocidades, as rodas de carbono Reserve XC28 com válvulas Reserve Fillmore, os travões SRAM Level, assim como suspensão e amortecedor FOX topo de gama (descritos acima), formam um conjunto ao qual não se pode apontar quase nenhum ponto menos bom.
Versão TR vs. versão XC
Apesar de ser uma bicicleta de XC, a Blur tem duas versões, a 4TR (bicicleta do teste) e a 4XC. A versão testada (4TR) é uma abordagem mais descontraída do XC, para aqueles que não pretendem competir ou andar rápido em percursos de XC, que pressupõem subida e descida.
Digamos que a sigla “TR” será “Trail”, uma bicicleta feita para passar bem o dia na montanha, com a qual se sobe bem (sem o peso extra de uma Trail), e que também proporciona diversão a descer. Se for num regosto “sem pressas” entre subidas e descidas é fantástica, no entanto, se for num registo mais competitivo, com transições rápidas entre subidas e descidas, falta-lhe o bloqueio remoto de suspensão e amortecedor. Algo que a versão 4XC tem.
A Blur 4XC é a pura máquina de competição para XC, a versão utilizada pelos atletas profissionais de fábrica da Santa Cruz na Taça do Mundo de XCO.
A Blur 4XC é a bicicleta ideal para quem quer fazer XCO, XCM e para quem quer andar rápido, treinar pela montanha, sem grandes paragens para apreciar a paisagem. Vem equipada com um setup de suspensão e amortecedor diferentes, com o bloqueio destes no guiador que permite mudar rapidamente as suas posições de aberto, intermédio e fechado, de acordo com o terreno.
Conclusão
A Santa Cruz Blur é uma bicicleta de XC construída para quem procura performance e versatilidade. Combina leveza, rigidez e uma geometria eficiente, o desempenho do conjunto quadro / suspensão / amortecedor / rodas tornam a Blur numa das bicicletas com melhor desempenho que testei, surpreende muito pela positiva.
Para o que quer “rapar” tempo em maratonas e corridas de XC é aconselhável a versão 4XC, para o quer uma bicicleta para sair de casa a pedalar, fazer uns quilómetros até à montanha mais próxima e passar uns bons momentos pelos trilhos, é aconselhável a 4TR.
Pontos de venda Santa Cruz em Portugal
Podes ver as lojas que vendem Santa Cruz em Portugal AQUI.