Depois de Giro e Tour o próximo alvo é a Vuelta! Jumbo-Visma quer ser a primeira equipa a ganhar as três “grandes” no mesmo ano.
Caminhamos para o último terço da época e a reta final pode colocar a Jumbo-Visma no patamar mais alto da história do ciclismo caso vença a terceira grande Volta da temporada.
Nenhuma equipa ganhou as três grandes Voltas no mesmo ano… embora algumas tivessem ficado perto.
Jacques Anquetil (Saint-Raphaël–R. Geminiani–Dunlop), Eddy Merck (Molteni) e Hinault (Renault-Gitane-Campagnolo) ganharam consecutivamente Vuelta, Giro e Tour – à época a Vuelta corria-se em maio daí a ordem das corridas. Já Chris Froome (SKY) fez a tripla Tour, Vuelta e Giro em 2017/18 com o atual calendário.

Creditos: ASO/A.Broadway
Uma variação curiosa e que só se verificou em 2018 foi a mesma nação ganhar as três grandes Voltas com ciclistas diferentes: foi o caso da Grã-Bretanha com Froome, Geraint Thomas e Simon Yates.
Historicamente as equipas que mais grandes voltas ganharam são:
- Movistar 15 (ainda no ativo)
- Ineos 12 (ainda no ativo)
- Renault-Elf 11
- Discovery Channel 10
- Astana 9 (ainda no ativo)
A Jumbo-Visma começou 2022 com seis triunfos, mas Primoz Roglic no Giro e Jonas Vingegaard no Tour aumentaram para oito as conquistas do projeto neerlandês em três semanas.

O segredo está no contrarrelógio
A antiga Rabobank existe desde 1990 e estreou-se a ganhar em três semanas com Dennis Menchov (Vuelta 2007).
Caso vença a Vuelta com Primoz Roglic – o líder designado embora Vingegaard também esteja presente – fará história duplamente. Primeiro porque se torna a primeira equipa a juntar Giro, Tour e Vuelta no mesmo ano; segundo porque será a quarta de Roglic que igualará o até agora recordista Roberto Heras.
Colocando de lado a história e a estatística, é curioso notar que na base do glorioso ano de 2023 da Jumbo-Visma está o contrarrelógio.

No Giro foi na cronoescalada do Monte Lussari que Roglic virou a corrida e tirou a camisola rosa a Thomas; o esloveno ganhou 40 segundos ao britânico e 42 a João Almeida na cronoescalada. Pelo meio até lhe saltou a corrente senão a diferença teria sido maior.
No Tour não houve remontada porque Vingegaard liderava com 10 segundos sobre Pogacar, mas meteu-lhe 1:48 em 22,4km o que dá um ganho de 4,5 segundos por quilómetro! É preciso recuar a 1961 aos tempos de Anquetil para encontrar uma diferença tão grande entre 1º e 2º num crono no Tour de France.

Está claro que há uma superioridade clara neste tipo de etapas por parte da Jumbo-Visma: o segredo está no contrarrelógio!
Por isso na Vuelta atenção a dois dias em particular: logo na abertura temos contrarrelógio por equipas de 14,6km em Barcelona e após o primeiro dia de descanso há contrarrelógio individual de 25km em Valladolid.
Em ambos os dias o terreno é plano e para especialistas. Recordemos que na edição passada foi a Jumbo-Visma que dominou o contrarrelógio por equipas em Utrecht que levou Robert Gesink à camisola vermelha.
Poderemos estar perante o maior feito de uma equipa numa temporada no ciclismo. A Vuelta dirá como termina a história, mas aconteça o que acontecer sabemos que o segredo está no contrarrelógio.
Subscreve a newsletter semanal para receberes todas as notícias e conteúdo original do TopCycling.pt. Segue-nos nas várias redes sociais Youtube , Instagram , Twitter , e Facebook.