Este domingo foi histórico para o ciclismo português em Itália. Rúben Guerreiro ( EF Education First) venceu a etapa 9 do Giro de Itália, após integrar a fuga do dia, e João Almeida manteve a liderança na classificação geral da mítica prova italiana.
As entrevistas que interessam ouvir
No Marretaman.pt mando eu e escrevo como quero, perdoem-me a expressão, mas “somos donos disto tudo e estamos a partir tudo em Itália”.
Que orgulho ouvir as palavras destes dois ciclistas portugueses.
Além da etapa, com chegada em contagem de primeira categoria, Rúben Guerreiro (que voltou a dar a Portugal uma vitória no Giro 31 anos depois de Acácio da Silva) assumiu a liderança da classificação da montanha.
Mas as boas notícias continuaram. Numa das etapas mais difíceis desta edição 2020 do Giro, João Almeida foi 19.º, perdeu algum tempo para os seus mais diretos perseguidores, mas manteve a camisola rosa de líder, que conquistou na etapa 3.
O português da Deceuninck-Quick Step lidera agora com 30 segundos de vantagem sobre o novo segundo classificado, Wilco Kellerman.
Ruben Guerreiro tinha marcado atacar na nona etapa do Giro e deseja manter a liderança da montanha.
“Tinha marcado este dia no livro da corrida. Foi mesmo difícil ir para a fuga. Parecia que toda a gente queria ir para a fuga. Levámos 80 quilómetros até se formar um grupo. Com muito sorte e sacrifício lá consegui o grupo. Sabíamos que as equipas que estavam a lutar pela vitória na geral não se iam importar muito. O grupo era bastante forte, mas consegui entrar e assim disputar a etapa”.
Disse Rúben Guerreiro à Lusa
O momento do triunfo e o porquê do festejo efusivo
“O festejo foi uma coisa de instinto, foi uma emoção muito forte. Há quatro anos que tentava uma vitória internacional. Já tinha sido campeão nacional e tinha tido vários segundos. Finalmente [ganhei] uma etapa numa grande volta, saiu tudo dentro de mim. Foi um festejo que nunca mais vou esquecer”,
Rúben Guerreiro
Sobre a fuga, Guerreiro revelou que tentou “explorar ao máximo os companheiros de fuga, porque eles estavam muito fortes”.
“Sabia que tinha de esperar pela última subida, porque o vento estava de frente. Havia muitos bons contrarrelogistas e bons trepadores. Eu fiz um pouco ‘bluff’, mas o ciclismo é assim. No final soube bem a vitória”,
Rúben Guerreiro
Montanha passa a ser objectivo
Além da vitória, Ruben Guerreiro vestiu ainda a camisola azul, símbolo de líder do prémio da montanha, que quer manter até ao final.
“Esta camisola é muito bonita e muito importante para os italianos. E porque não para os portugueses também? Espero conseguir manter esta camisola até Milão. O Visconti é segundo … vai ser difícil, mas sinto-me bem. Amanhã (hoje) é o dia de descanso, vou recuperar energia e lutar por esta camisola”.
Rúben Guerreiro
O momento da chegada de João Almeida ao final da etapa, explicado pelo Rúben
“Foi um dia espetacular. Virei costas e dei com o João líder, só lhe perguntei se era líder. Ele não tinha percebido que eu tinha ganhado a etapa, quando percebeu abraçámo-nos os dois muito contentes e aos saltos. Parecíamos dois miúdos que tinham tido boas notas na escola”,
brincou Rúben Guerreiro
Ruben Guerreiro assumiu que o ciclismo português “está muito bem representado” e tem um grande futuro
“O João é um grande ciclista, temos também os gémeos Ivo e Rui Oliveira. Há alguns sub-23 que também podem dar alegrias. O Rui Costa também continua a ganhar e o Nelson Oliveira é um dos melhores contrarrelogistas do mundo. Estamos bem representados, porque não ambicionamos a ganhar qualquer corrida no calendário?”,
questionou.
Esperemos que consigam os seus objectivos, e porque estamos a falar de alta competição, de uma das provas mais duras do mundo (se não a mais dura, porque o Giro pode não ter o mediatismo do Tour, mas muitos afirmam ser mais duro), mesmo que não consigam estão de parabéns e nós, fãs de ciclismo, estamos-lhe muito gratos pelos momentos e orgulho que já nos proporcionaram, obrigado “miúdos”.
Nunca esquecendo as vitórias em etapas World Tour de Sérgio Paulinho, Rui Costa e Nelson Oliveira, assim como aquele campeonato do mundo do Rui, aquela medalha de prata olímpica do Sérgio, entre muitas outras alegrias que já tivemos.
Por: Luís Beltrão
Fontes: Agência Lusa e Desporto Sapo
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