Experimentámos o novo Ultegra Di2, passamos-te as primeiras impressões e detalhes deste redesenhado equipamento da marca nipónica.
Antes de sequer utiliza-lo, reparas desde logo que o novo Shimano Ultegra Di2 foi redesenhado, ficando esteticamente muito parecido com o topo de gama Dura-Ace, tanto nas manetes como no pedaleiro.
Além da estética, a Shimano “transportou” a tecnologia topo de gama para a gama Ultegra, e (peso do conjunto à parte) é muito semelhante com o Dura-Ace, na electrónica e funcionamento não notarás diferença.
Para os mais exigentes, a principal diferença é mesmo os materiais de que são construídos, que no caso do Dura-Ace o torna mais leve.
Primeiras sensações de utilização
Salta desde logo “à vista” a utilização dos botões no topo nas manetes para operar funcionalidades que podem ser definidas por ti (através da aplicação “E-TUBE” da shimano), tecnologia que a geração anterior não tinha e que esta herdou do “Dura-Ace”.
No conjunto que experimentámos vinha predefinido com o controlo do desviador traseiro, no topo da manete direita colocas andamentos mais pesados, no da esquerda andamentos mais leves.
Esta funcionalidade dá bastante jeito quando estás a pedalar de pé em subidas, é muito intuitiva e fácil de operar, principalmente naquelas alturas em que já vamos com pouco “oxigénio no cérebro”.
Pequeno vídeo desta maravilha na estrada.
Versatilidade de acordo com a preferência de cada um.
Mas estes botões podem ser configurados por ti de forma a poderes, por exemplo, mudar o ecrã do teu GPS, mudar funções ou controlares luzes (que se possam emparelhar com este equipamento) sem tirares as mãos das manetes.
Na aplicação da Shimano para telefones, tablets ou PC’s. “E-TUBE app“ podes controlar as funções dos vários botões, e até seis modos diferentes de troca de mudanças.
Além disso esta aplicação ainda permite ao utilizador manter todos os componentes eléctricos da bicicleta actualizados com o mais recente “firmware”, assinalar e resolver anomalias do sistema.
Pode parecer complicado, ou até exagerado para muitos, mas pessoas diferentes preferem configurações diferentes e parece-nos uma evolução que faz todo o sentido.
No fundo, se muitos de nós temos preferências diferentes nos ecrãs do GPS, porque não nas mudanças, se tivermos essa hipótese.
Isto confere grande versatilidade ao novo Ultegra, que pode ser utilizado com características diferentes, em competição, treino ou numa simples volta com amigos.
NOTA: para este tipo de sincronização o Di2 tem que ter a unidade “D-Fly”, que permite ligar GPS e outros acessórios ao sistema Di2.
Manetes redesenhadas
O “click” das manetes é mais definido e nota-se melhor a diferença entre os dois botões o que também deve ajudar à comutação das mudanças com luvas de inverno.
Os “repousa mãos” também foram redesenhados e são mais ergonómicos e confortáveis, ficam completamente adaptados às mãos.
Opções de andamentos mais alargadas
Nós experimentámos um 52-36D, com cassete 11-28D, uma relação muito equilibrada para o utilizador activo mas “não profissional”.

Mas a Shimano tornou o novo o Ultegra no grupo mais versátil e adaptável da marca, até na variedade de cassetes disponíveis, onde uma delas tem encaixe e cepo compatível com bicicletas de montanha.
No que respeita às cassetes podes escolher 6 combinações Standart:
– CS-R8000: 11-25D, 11-28D, 11-30D, 11-32D, 12-25D e 14-28D;
– CS-HG800: 11-34D a nova opção mais larga e compatível com bicicletas de montanha.
No que respeita aos pratos podes escolher entre 53-39D, 52-36D, 50-34D e 46-36D, este último bom para Gravel ou Ciclocrosse.
Comutação e travagem
Em andamento, a sensação de comutação das mudança é espectacular, o novo Ultegra é preciso e suave, algo que já impressionava na geração anterior e neste aspecto não se pode dizer que se note grande diferença.
Para os que nunca usaram Di2, o que podemos explicar é que existe uma passagem de mudanças ainda mais precisa e suave (principalmente quando operamos o desviador da frente), relativamente ao mecânico. É muito bom, simplesmente ficarás rendido se o experimentares.
Relativamente à travagem (com disco neste caso), o que vais notar é que com a mesma força que aplicas numa manete mecânica, travas mais, ou seja é necessário aplicar menos força para travar o mesmo.
Mais pormenores sobre a questão do travão de disco (sim ou não?) contras neste nosso artigo.
Em resumo.
É um “brinquedo” que tem a tecnologia do seu “irmão” topo de gama, mas por um preço mais acessível.
Para quem já conhece a tecnologia Di2 do anterior, a diferença é que este é mais confortável, mais intuitivo e versátil (devido às opções de configuração) com as novas manetes.
Para quem não conhece o conselho é que não experimente, pois irá ficar tão maravilhado e “viciado” que vai querer ter.
Luís Beltrão