Gravel Bikes – o próximo Boom? (com vídeo)

Gravel Bikes – o próximo Boom? (com vídeo)

São marketing dos construtores, ou são realmente bicicletas diferentes e com utilidade diferente do que já existe disponível no mercado?

Se pensarmos que este novo e crescente segmento de bicicleta é marketing, então também teríamos de o fazer com as bicicletas de estrada de “endurance”, ou com as bicicletas “aero”, ou no caso das bicicletas de montanha com a roda 27,5 ou 29, mas a verdade é que todas elas fazem sentido, adaptando-se ás necessidades de cada um. Não é marketing.

No caso das Gravel trata-se exactamente do mesmo, são bicicletas muito versáteis e que fazem sentido de acordo com a necessidade de cada utilizador.

Imaginas-te a fazer este tipo de provas, com este tipo de bicicletas? Provavelmente já fizeste provas parecidas, mas não tão rápido como irias numa Gravel.

Existe um forte crescimento de utilizadores deste novo conceito em vários países (nos Estados Unidos já existe toda uma comunidade em redor das gravel, com corridas, fóruns e sites só deste tipo de bicicletas), à semelhança do que aconteceu no passado recente com as ciclocrosse, ou roda 29 no caso das bicicletas de montanha.

Corrida de Gravel em Schaffhausen na Suíça

Não sabemos se vai vingar em Portugal, mas a verdade é que é um conceito muito interessante e que se encaixa nas verdadeiras necessidades de muita gente, assim queiram resistir à pressão de alguns amigos “experts” que achem o contrário.

Por cá já começam a haver alguns importadores a apostar neste tipo de bicicletas, no entanto muitos utilizadores ainda não sabem bem onde se enquadram.

Que vantagens ou desvantagens têm? Qual o seu potencial e principais diferenças em relação, por exemplo às bicicletas de ciclocrosse, que são as que à primeira vista mais se assemelham às gravel bikes?

A Gravel é construída para passar horas a pedalar, a geometria do quadro oferece maior conforto.

Tipos de utilização

Pessoas que não queiram ter duas bicicletas por falta de espaço em casa, que não queiram fazer um investimento tão avultado ou despender de tanto dinheiro na manutenção de duas bicicletas, podem passar a ter só uma (e por exemplo, ter mais um par de rodas com pneus de estrada montados), tanto saem para pedalar com os seus amigos para a estrada, como podem ir fazer um BTT de “estradão” com os amigos da bicicleta de montanha.

Embora uma gravel nunca seja uma bicicleta de estrada tão eficiente como uma bicicleta de estrada de raiz, ou tão eficiente como uma bicicleta de montanha de raiz, para os que fazem ambas as vertentes de uma forma mais suave (e quando dizemos mais suave, dizemos não fazer corridas com bicicleta de estrada, ou não fazer trilhos demasiado técnicos e corridas com a de montanha), este tipo de bicicleta será uma óptima opção.

Quem gosta do ciclismo de estrada mas quer evitar o perigo do trânsito, tem nas Gravel uma alternativa mais segura

Para os amantes do ciclismo de estrada que têm receio de pedalar na estrada pelo perigo de estar sujeitos a acidentes de viação, com uma gravel o mundo ganha outra dimensão, pois com uma gravel têm a geometria e uma posição próxima da bicicleta de estrada, podendo pedalar em segurança fora do asfalto e longe do trânsito.

Também para pessoas que gostem de fazer longas rotas ou viajar em navegação, este é o conceito mais adequado, pois as rodas e o tipo de geometria do quadro permitem andar rápido em estrada de asfalto, bem como em estrada de terra, além do facto de algumas gravel virem com o quadro preparado para receber suportes de bagagem ser outra vantagem para este tipo de utilização.

A utilização citadina é outra que se enquadra bem neste tipo de bicicletas, principalmente se for uma cidade portuguesa, com muito empedrado, subidas, descidas, buracos e outros obstáculos (apesar de estarmos a evoluir neste campo, como sabem, pedalar em algumas cidades portuguesas pode ser mais duro que um Paris-Roubaix ou um Tour de Flanders). Aqui mais uma vez o facto de virem preparadas para montar suportes de bagagem ou guarda lamas, também é óptimo para quem utiliza a bicicleta nas suas deslocações urbanas.

Diferenças da bicicleta Gravel VS. Ciclocross

À primeira vista, estes dois tipos de bicicleta podem parecer iguais, mas a verdade é que são diferentes, principalmente no que respeita à construção e geometria do quadro.

Basicamente uma bicicleta de ciclocrosse é construída de raiz para competir num circuito com descidas e subidas curtas, durante cerca de 1h.30m., na sua construção o conforto é relegado para segundo plano.

A bicicleta de ciclocrosse é construída de raíz para competir, o conforto é relegado para segundo plano.

Uma gravel bike é construída para fazer mais quilómetros e passar muitas horas a pedalar, o quadro tem uma geometria mais confortável, oferece mais confiança em descidas de terra longas, onde se atingem maiores velocidades do que numa prova de ciclocrosse e os andamentos disponíveis de origem também são adequados a rotas mais longas.

As principais diferenças no quadro das bicicletas Gravel e Ciclocrosse:

A testa do quadro, que será maior nas gravel, à semelhança do que acontece entre as bicicletas de estrada de endurance e as mais “racing”, confere maior conforto e controlo da bicicleta.

A Gravel da Cannondale vem com Lefty, tal como as bicicletas de montanha da marca.

As escoras inferiores são mais longas nas gravel, que também oferece mais estabilidade e menos “nervosismo” às reacções da bicicleta.

Quanto mais curtas são as escoras inferiores mais ágil é a bicicleta nas mudanças de direcção por exemplo, o que numa gravel para fazer mais quilómetros em estrada de terra ou asfalto não é tão necessário, mas numa bicicleta de ciclocrosse sim.

A Specialized diverge, á semelhança de algumas outras Gravel, dá para usar rodas 670b e 700c

O bloco pedaleiro é mais baixo nas gravel, isso baixa por completo a posição em cima da bicicleta, o tubo vertical (do espigão) vai permitir ter um “drop” menor entre selim e guiador,  e consequentemente uma posição seja mais relaxada, mais confortável e de melhor controlo da bicicleta (algo que parece ser útil quando descemos a 50/60 km/h em terra batida).

Pelo contrário, a bicicleta de ciclocrosse tem o bloco pedaleiro mais alto por forma a tornar a bicicleta mais ágil e de maior rendimento em circuito, entre obstáculos (como as barreiras) e mudanças de direcção.

A bicicleta de ciclocrosse tem uma geometria mais agressiva e menos confortável.

Em alguns modelos de gravel, encontramos quadros onde podem usar pneus muito mais grossos do que nas bicicletas de ciclocrosse (com rodas 650b por exemplo), que nos permitem curvar com mais confiança a maior velocidade, passar por raízes e pedras de forma mais fácil e com maior protecção das rodas.

Em resumo

Uma gravel situa-se ali no meio de um triângulo composto pela bicicleta de estrada, a bicicleta de ciclocrosse e a de BTT, é uma bicicleta de aventura, de viagem por todo o terreno seja ele asfalto ou terra, de uma forma mais intensa e rápida do que com uma BTT,  mais confortável e com maior controlo do que com uma ciclocrosse, assim como por terrenos nos quais uma bicicleta de estrada não conseguiria.

3T Exploro

Não são bicicletas para fazer só estrada, nem são bicicletas para fazer só BTT, nem são  bicicletas urbanas, mas são bicicletas muito versáteis e resistentes com as quais podes fazer um pouco de tudo, basta avaliares qual a verdadeira utilidade que dás cada uma das tuas bicicletas (ou só uma), e decidires se este conceito te pode trazer vantagens.

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Por: Luís Beltrão

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